A Universidade Tiradentes, em parceria com o poder judiciário de Sergipe, desenvolve por intermédio do curso de Psicologia e desde o primeiro semestre de 2016 um projeto executado há 25 anos no Brasil apenas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O objetivo é diagnosticar e combater, em conjunto o abuso sofrido por um ou mais membros desse núcleo familiar.
Denominado aqui em Sergipe como ‘Projeto de assistência às famílias disfuncionais’, atende a famílias cujos membros sofreram algum tipo abuso sexual.
Sua metodologia se diferencia do atendimento individual pelo fato de a equipe de profissionais da área da saúde mental dar atenção a todos os membros familiares a partir da constatação do abuso e do encaminhamento feito pela justiça. “O tratamento é destinado a todos os envolvidos e não apenas a criança ou o adolescente molestado. Se você atende somente quem sofreu o abuso, quando essa pessoa retorna ao seu núcleo familiar encontra a mesma estrutura”, diz a psicanalista e professora Sônia Pinto Alves Soussumi.
Responsável pela supervisão do projeto, a docente paulista explica que quatro terapeutas foram rigorosamente selecionados para o acompanhamento de uma família cujo pai cometeu o abuso sexual.
“Apesar do pouco tempo de execução, o projeto já apresenta resultados promissores, pois destaca a importância do atendimento à família junto com a supervisão do grupo de estudo”, comenta o egresso Lucas Gomes de Souza, um dos quatro profissionais da área de saúde mental selecionados para o cumprimento dos objetivos propostos.
“O vínculo que estabelecemos com a família é pós-denúncia. Por isso é tão importante essa parceria com o poder judiciário, justamente para que possamos desenvolver um trabalho que atenda a todos e não apenas ao indivíduo molestado”, complementa a professora Lígia Maria Lorenzeti, atualmente responsável pela coordenação do projeto.
Integram também a equipe multidisciplinar Nicolle Castro Barroso, Caio Henrique Araújo Ribeiro e Gellaine de Jesus.