O ambiente escolar historicamente é caracterizado por uma visão educacional delimitadora que considera o estudo um privilégio e não um dever. Essa exclusão acabou sendo legitimada por muito tempo dentro das escolas e dos centros educacionais. Com o surgimento do processo de democratização do ensino, a universalização da educação se tornou fundamental, especialmente, para indivíduos e grupos considerados fora dos padrões de homogeneizadores da escola. Mesmo com a inserção de políticas públicas, a exclusão ainda é uma realidade.
Instituída pela Lei nº 13.585/2.017, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla acontece entre os dias 21 a 27 de agosto. A Semana Nacional visa desenvolver conteúdos para conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de políticas públicas e organizações sociais para promover a inclusão e combater o preconceito e a discriminação contra pessoas com deficiência.
Nesse contexto, o trabalho dos psicólogos atrelado a uma equipe multidisciplinar tem feito a diferença diante dos desafios educacionais impostos para as crianças e adolescentes inseridos no ensino regular, especialmente durante a pandemia. A professora do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes, Lígia Pires, afirma que o psicólogo escolar busca promover ações que auxiliem a romper as barreiras do preconceito e, principalmente, das práticas excludentes dentro da sala de aula.
“É necessário Implementar ações e discussões coletivas a respeito do processo de inclusão. Isto pode favorecer o direito de pertencimento do estudante com deficiência à escola regular. Nesse sentido, é fundamental que o psicólogo esteja integrado a uma equipe interdisciplinar, possibilitando a criação de condições desafiadoras para que os estudantes desenvolvam a sua potencialidade ao máximo, auxiliando a expansão dos seus limites”, explica professora Lígia Pires.
Lígia reitera que o grande desafio dos psicólogos e da psicologia é que não existem respostas conclusivas ou um percurso pronto a ser seguido, pois, cada caso é um caso específico. “O que nos convida ao trabalho é o cotidiano. Precisamos pensar em um trabalho diário. Esse é o nosso desafio como cidadãos, profissionais e seres humanos. É a nossa responsabilidade”
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