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Soro fisiológico no nariz pode ser um importante aliado para a saúde respiratória

Medida simples ajuda a manter a saúde nasal em diferentes estações do ano; médica otorrinolaringologista explica como

às 12h04
Dra. Arlete Granizo- médica otorrinolaringologista e professora da Universidade Tiradentes (Acervo pessoal)
Dra. Arlete Granizo- médica otorrinolaringologista e professora da Universidade Tiradentes (Acervo pessoal)
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As mudanças drásticas de temperatura e as variações climáticas podem afetar significativamente a saúde nasal. A exposição a ambientes secos ou poluídos, além da presença de alérgenos e microorganismos, são alguns dos fatores que podem prejudicar a mucosa nasal, causando desconforto e doenças. Dessa forma, é fundamental estar atento aos sinais do corpo.

Doenças respiratórias, como gripes e rinites, se intensificam principalmente no período mais frio, impactando diretamente na qualidade de vida das pessoas. Um método amplamente recomendado por médicos para combater esses problemas é o uso diário de soro fisiológico no nariz, conforme orienta a médica otorrinolaringologista e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Dra. Arlete Granizo.

“A lavagem nasal ajuda a eliminar secreções retidas, que muitas vezes são espessas, contribuindo para que não se tornem secundariamente infectadas, principalmente por bactérias. Além disso, é um procedimento muito importante para pacientes alérgicos para remover antígenos alergênicos”, explica.

Quando realizar a lavagem

Durante o inverno, quando aumentam as infecções respiratórias, o uso de soro fisiológico é particularmente benéfico, devido a sua concentração osmótica que não agride a mucosa nasal, permitindo seu uso frequente e sem controle de dose. No entanto, para alérgicos, crianças que estão começando a frequentar creches e escolas, e profissionais expostos à poeira, a lavagem nasal deve fazer parte da rotina diária. “O soro fisiológico auxilia na remoção de microorganismos e facilita a drenagem das secreções, prevenindo infecções bacterianas”, afirma a especialista.

Em ambientes secos, a umidificação da mucosa nasal é ainda mais necessária e deve ser repetida com maior frequência para amenizar os sintomas relacionados à baixa umidade. Arlete observa que a lavagem nasal também pode melhorar a qualidade do sono em pessoas com problemas respiratórios, como rinite alérgica ou obstrução nasal. “Habitualmente eu recomendo 1 a 3 vezes por dia, variando para cada situação. Por exemplo, se eventualmente ocorrer uma exposição excessiva à poeira, deve-se repetir mais vezes a lavagem nasal”, pontua.

Soro fisiológico e sprays nasais 

O soro fisiológico se diferencia dos sprays nasais pela presença de conservantes que impedem a contaminação do produto. No entanto, esses conservantes podem limitar o uso prolongado. “Por outro lado, o soro fisiológico usado para lavagens nasais deve ser bem conservado, preferencialmente em frascos pequenos, como ampolas para uma única aplicação, ou em frascos de 100ml com tampa. Vale lembrar que as soluções salinas, quando não utilizadas em jato forte, apenas pulverizam a mucosa e não cumprem efetivamente as funções esperadas de uma lavagem nasal”, recomenda Arlete.

Maneira correta de aplicar

Não há contra indicações significativas para o uso de soro fisiológico no nariz, exceto em casos raros de malformações craniofaciais ou risco de otites médias de repetição. A médica aconselha que a lavagem seja realizada com a cabeça inclinada levemente para frente e com cuidado para não aplicar muita pressão. “Em casos infecciosos bacterianos, há discussões sobre a possibilidade de disseminação de processos infecciosos, mas os benefícios da lavagem nasal superam essas especulações”, comenta Arlete.

O uso diário de soro fisiológico no nariz é indicado para todas as idades, com recomendações especiais para crianças e idosos, que funciona da seguinte forma:

  • Inclinar a cabeça levemente para frente e para o lado da narina que receberá o soro.
  • Manter a boca aberta e interromper a respiração durante a aplicação.
  • Introduzir a seringa no nariz em direção à nuca, sem encostar no septo nasal.

“Destaco que não é necessariamente obrigatório que haja retorno do soro pela narina oposta. Algumas pessoas, ao tentar fazer isso, acabam não realizando o procedimento corretamente. A saída do soro pela narina contralateral é mais crucial em certas situações, como quando há muitas crostas na parte média e posterior da cavidade nasal, ou após cirurgias nasossinusais. No entanto, mesmo nessas circunstâncias, não é absolutamente necessário. A lavagem nasal, de qualquer forma realizada, é muito útil na prevenção e tratamento”, aconselha Arlete.

A prática de lavar o nariz diariamente com soro fisiológico é uma medida simples e eficaz para manter a saúde nasal, prevenindo infecções e aliviando sintomas de alergias. “Adotar essa rotina pode proporcionar uma melhor qualidade de vida, especialmente durante as mudanças climáticas e nas estações mais propensas a infecções respiratórias”, finaliza a médica.

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