Na última semana de agosto, o InovAtiva Brasil 2024, anunciou sua seleção de projetos inovadores para o ano. Entre os escolhidos, destaca-se a startup criada por alunos do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI) e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente (PSA) da Universidade Tiradentes (Unit). Essa seleção não só é um marco significativo para os estudantes envolvidos, mas também evidencia a crescente relevância da Unit como um polo de inovação no Brasil.
Mas o que significa essa seleção? O InovAtiva Brasil é o maior programa de aceleração de startups da América Latina, oferecendo mentorias, treinamentos e oportunidades de networking com investidores e especialistas. Este programa é fundamental para o ecossistema empreendedor, pois proporciona às startups a chance de validar e desenvolver seus produtos, aprimorar suas estratégias de mercado e conquistar visibilidade em um cenário altamente competitivo.
A pesquisadora e professora do PBI, Dra. Patrícia Severino, explica que o foco principal das startups criadas pelas alunas, Victoria Louise Santana, Erika Santos e Mônica Batista, é o desenvolvimento de produtos para saúde e bem-estar. “Atualmente, contamos com três startups: a Eyebrown, que se dedica à produção de cosméticos para coloração da pele; a Standlyc, que desenvolve um antimicrobiano para uso como matéria-prima em cosméticos; e, por fim, a Quick Aid, que está criando um biomaterial para estancar sangramentos em cortes e procedimentos cirúrgicos”, detalha.
Essas soluções buscam atender a demandas cada vez maiores por produtos mais seguros, eficazes e sustentáveis. A professora destaca que o ambiente acadêmico da Unit proporciona aos alunos as ferramentas necessárias para transformar suas ideias em negócios de sucesso. “No ambiente acadêmico, capacitamos os discentes a aplicarem o conhecimento adquirido em seus mestrados e doutorados para resolver problemas reais da sociedade, incentivando a pesquisa aplicada e a transferência de tecnologia”, afirma Patrícia.
O foco da pesquisa e os desafios do mercado
Um dos grandes desafios enfrentados atualmente pela sociedade é o controle de hemorragias, uma situação que muitas vezes se torna crítica devido à dificuldade de estancamento. Pensando nisso, foi desenvolvida uma membrana polimérica, feita a partir de produtos naturais, para estancamento dessas hemorragias. “Ao identificar essa dor, me senti profundamente comovida e motivada a fazer parte da solução. Junto com Erika Lisboa e Mônica Batista, fundamos uma startup com o propósito de desenvolver uma solução eficaz para enfrentar essa problemática”, destaca Victoria Louise.
Victoria vê o impacto do projeto como algo transformador tanto para sua carreira quanto para o mercado. “Nossa proposta é trazer uma solução inovadora, acessível, eficaz, rápida e biocompatível, tanto em humanos quanto em pets, ajudando a reduzir significativamente o número de óbitos. Para mim, o impacto vai além. Sempre sonhei em ser uma empreendedora capaz de transformar problemas reais da sociedade em soluções inovadoras. Acredito profundamente que nosso produto, assim como os futuros desenvolvimentos da nossa startup, será capaz de enfrentar e superar muitos desafios”, completa Victoria.
Erika Santos conta que está envolvida com a pesquisa desde a graduação, quando participou de projetos de iniciação científica e teve seus primeiros contatos com o empreendedorismo. “Nossa orientadora, Dra Patrícia Severino, nos incentiva constantemente a participar de editais, e todo o nosso laboratório está imerso nesse novo universo. É importante destacar que nós, como pesquisadores, também podemos atuar nesse campo, e é essencial recebermos cada vez mais incentivo para transformar nossas pesquisas em produtos viáveis para a sociedade”, destaca Erika.
Para Mônica Batista, a experiência de participar de um processo seletivo e ser selecionada é uma oportunidade única. “A experiência de participar de um processo seletivo e ser selecionado, é uma experiência fantástica! É acreditar que os esforços estão sendo vistos e os resultados alcançados. Em relação ao aprendizado, temos expectativas de mentorias para aceleração da nossa startup, como por exemplo: consultorias em finanças, gestão, marketing, alcançar parceiros e investidores”, ressalta.
Impacto para a comunidade acadêmica
A conquista dos alunos no programa Centelha tem um impacto significativo tanto na trajetória profissional deles quanto na reputação do curso de pós-graduação em Biotecnologia Industrial e no Programa de Saúde e Ambiente (PSA). “Para os discentes, essa vitória oferece reconhecimento e validação de suas habilidades empreendedoras e inovadoras, além de proporcionar uma rede de contatos estratégicos, acesso a investidores e oportunidades de financiamento. Essas experiências fortalecem suas competências no desenvolvimento de soluções biotecnológicas aplicadas e práticas de mercado”, ressalta Patrícia Severino.
Para os PPGs, essa conquista eleva sua reputação ao demonstrar a capacidade de formar profissionais preparados para o mercado e para a inovação, o que pode atrair mais talentos e parcerias com indústrias e outras instituições de pesquisa. O sucesso dos alunos também reforça o alinhamento do curso com as demandas do setor biotecnológico e saúde e evidencia a eficácia de sua metodologia e formação.
“As startups se destacaram no programa Centelha por apresentarem propostas altamente estruturadas, com planos de negócio sólidos e bem elaborados. Esse destaque não se deu apenas pela qualidade técnica das inovações, mas também pela viabilidade econômica e estratégica das soluções oferecidas. O programa valoriza ideias que integram inovação, impacto de mercado e um planejamento claro para a execução, além de levar em conta a capacidade das startups de escalar e gerar resultados mensuráveis no ecossistema empreendedor”, finaliza a professora.
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