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Tobias Barreto: cidade é considerada capital nacional do bordado

Professora da Unit, Eunice Aparecida Borsetto, explica como a prática do bordado surgiu em Tobias Barreto e a importância da atividade

às 19h35
Bordados
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Eunice Aparecida Borsetto
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A cidade de Tobias Barreto, localizada a 128 km da capital Aracaju, é o sétimo município mais populoso do estado de Sergipe. Dentre sua história e seus demasiados títulos destaca-se o de ‘Capital Sergipana dos Bordados’, dado através do projeto de Lei (PL) 210/2019 aprovado pela Assembleia Legislativa e pelo governador Belivaldo Chagas. 

De acordo com Eunice Aparecida Borsetto, professora Tutora Virtual dos cursos de Pedagogia e História na modalidade de Educação a Distância da Universidade Tiradentes, a produção e comércio dos bordados na cidade de Tobias Barreto teve incremento a partir da década de 70. Peças bordadas com pontos: Cruz, Cheio, Matiz, Crivo, Richelieu e Labirinto trabalhados em tecidos como cambraia, linho e algodão, são responsáveis pelo desenvolvimento econômico da cidade, gerando empregos, turismo comercial e premiações para Tobias Barreto e seus moradores. 

A cidade ilustre que leva o nome do patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras, já ganhou o selo “Mário Covas” em 2002 como cidade empreendedora e recebeu a  indicação de “Capital Nacional do Bordado” por meio do senador Fábio Reis em 2019 como informa a Secretaria de Cultura da cidade.

“A prefeitura juntamente com o Sebrae, Senai e Senac, tem se empenhado na industrialização e qualificação da mão de obra neste ramo de atividade, incentivando o desenvolvimento de novos produtos e desenhos, aprimoramento de acabamentos, aliados a tradição e cultura do ofício das bordadeiras caseiras. As atividades dos “saberes e fazeres” vinculadas a produção dos bordados passados de geração a geração, tornam essa prática um patrimônio cultural da região, tanto no âmbito material como imaterial”, completa a professora. 

Peças de cama, mesa e banho, além de vestidos, camisolas e roupas de crianças são produtos ofertados por indústrias e cooperativas ao mercado local, a exemplo da Feira da Coruja, e nacional, atendendo principalmente as regiões Norte e Nordeste, com produtos direcionados às necessidades e exigências do mercado consumidor.

Segundo as informações fornecidas pelo Secretário de Agricultura e Meio Ambiente e vice-presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (CMDS) do município, Elenaldo Alves de Meneses, atualmente existem três associações de bordadeiras artesanais na cidade, totalizando 300 bordadeiras artesanais, envolvidas no processo de produção de toalhas de banho, rosto e roupas de baianas bordadas com ponto Richelieu, vendidas principalmente na Feira da Coruja.

A Associação de Bordadeiras do Povoado Nova Brasília é a maior do município com 150 bordadeiras artesanais, empregando mão de obra masculina e feminina, com renda mensal entre oitocentos reais a um salário mínimo por pessoa. Valor esse fundamental na complementação da renda familiar baseada na agricultura de subsistência.

“Para os tobienses, a tradição do saber-fazer e ensinar o bordado de linha e tecido é passado de geração a geração, na qual homens e mulheres aprendem desde cedo. De acordo com a população residente, praticar o ofício do bordado, além de ser um relevante fator econômico, é um forte elemento de identidade cultural”, reitera Eunice.

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