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Unit é a única Instituição de Ensino Superior do Nordeste aprovada para o Projeto Rondon 2025 

Este ano, a missão será na Amazônia, onde estudantes vão atuar em comunidades remotas levando conhecimento, apoio social e experiências

às 20h42
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Criado em 1967 pelo Ministério da Defesa, o Projeto Rondon é uma iniciativa que busca promover a integração social e o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes por meio da participação ativa de universitários e professores de diversas áreas do conhecimento. A proposta é que os estudantes atuem em regiões remotas do país, levando capacitação, conhecimento e suporte para populações que enfrentam dificuldades de acesso a serviços essenciais.

Ao longo dos anos, o projeto cresceu e consolidou-se como uma das mais importantes experiências de voluntariado universitário no Brasil. As operações são realizadas semestralmente e envolvem duas semanas de imersão em comunidades que necessitam de apoio em diferentes áreas, como saúde, educação, direitos humanos, justiça, cultura, meio ambiente e tecnologia. Este ano, a Universidade Tiradentes (Unit) foi a única instituição do Nordeste aprovada para o Projeto Rondon 2025 e a sexta melhor classificada em todo o Brasil. A seleção foi extremamente concorrida, e os oito alunos escolhidos para a missão vão atuar no Amazonas, uma das regiões mais desafiadoras do projeto.

Preparação para a missão

Os alunos selecionados participaram de um encontro com os professores Nivaldo Moscoso, Ana Célia Góes Soares e Isabelle Brito para conhecer melhor os desafios que enfrentarão entre os dias 8 e 27 de julho de 2025. Os oito suplentes também estiveram presentes, prontos para substituições caso haja necessidade. Durante a reunião, foi apresentado o Guia do Rondonista e esclarecidas questões fundamentais sobre a experiência, como as dificuldades logísticas, as exigências físicas e as condições de saúde necessárias para a participação.

Para a professora Ana Célia Góes Soares, do curso de Medicina e coordenadora de equipes em edições anteriores, essa nova edição do Projeto Rondon reforça a importância da atuação dos estudantes da Unit em contextos desafiadores. “Essa já é a 11ª edição do projeto aprovada na Unit. No ano passado, participei da missão em Rondônia junto com a professora Isabelle. Foi uma experiência incrível e muito próxima do que será agora na Amazônia. A Amazônia carrega uma simbologia muito forte. É um território imenso, desafiador, e isso desperta muita curiosidade e vontade de participar”, destacou.

Ela ainda destacou o empenho dos alunos da Unit, que sempre se destacam por sua versatilidade. “Estamos muito orgulhosos por termos ficado em sexto lugar na classificação nacional e por sermos a única instituição do Nordeste aprovada. Isso é motivo de muita alegria. Os alunos da Unit sempre se destacam, são versáteis, têm jogo de cintura e conseguem improvisar quando necessário — o que é essencial no trabalho com comunidades. O pessoal do Ministério até já nos conhece. Sempre que chegam as equipes, eles perguntam: ‘Cadê o pessoal da Unit?’ Eles já sabem que damos conta do recado”, pontua Ana Célia.

Impacto abrangente 

A professora Isabelle Brito, do curso de Gastronomia e coordenadora do projeto este ano, explicou a metodologia utilizada para selecionar os alunos e definir a abordagem da Unit na missão. “Submetemos o projeto nas áreas de saúde, direitos sociais e educação. Fizemos um estudo aprofundado sobre o estado do Amazonas e suas necessidades específicas. Criamos um projeto interdisciplinar, selecionando estudantes de diversas áreas para atender a essas demandas”, relata a professora Isabelle. 

Na área da saúde, foram identificadas patologias relacionadas à água, além de questões envolvendo a saúde da mulher, do idoso e da criança, com destaque para a elevada mortalidade infantil, agravada pela dificuldade de acesso a transporte e serviços básicos. Nos direitos sociais, foram observadas demandas indígenas, mediação de conflitos e desafios relacionados ao fluxo migratório, devido à localização fronteiriça, além de preocupações ambientais com o desmatamento. Na educação, verificaram-se altos índices de analfabetismo e a carência na identificação de deficiências cognitivas nas escolas. 

“Acredito que o que torna essa edição do projeto ainda mais concorrida é a própria diversidade — tanto cultural quanto geográfica. Falar em Amazonas já cria um imaginário muito forte: a comida, a cultura, as pessoas… tudo é diferente. Mas é importante lembrar que não vamos fazer turismo. Claro que haverá uma imersão cultural, o que é fundamental, mas vamos com o foco no trabalho. Temos muito a doar e, com certeza, muito a aprender também”, compartilha Isabelle.

O professor do curso de Direito e coordenador do projeto de mentoria, Nivaldo Moscoso, está participando pela primeira vez do projeto, ele conta que o programa Mentoria da Unit contribuiu para o processo seletivo dos alunos, já que carrega em si a ideia de acolhimento e compartilhamento de saberes entre diferentes áreas. Como mentor, Nivaldo não é apenas representante do seu curso, mas da universidade como um todo. E essa troca entre mentores acaba se refletindo em projetos

“O lema do projeto é ‘Integrar para não entregar’, o que significa promover a inclusão social de zonas remotas para que esses territórios não fiquem à margem do Brasil. A proposta é integrar socialmente essas comunidades. No nosso caso, como curso de Direito, vamos atuar oferecendo oficinas sobre gestão de conflitos, mediação — seja familiar, escolar ou comunitária — e também sobre justiça restaurativa, com foco nas práticas circulares. Muitas dessas comunidades não têm acesso ao Poder Judiciário, então o nosso papel é capacitar lideranças locais para que elas mesmas possam mediar os conflitos que enfrentam. Queremos ouvir essas pessoas, compreender os desafios que vivem e ajudá-las a buscar soluções”, elenca Nivaldo.

Expectativas

Os alunos selecionados são os principais animados com a oportunidade de vivenciar uma experiência única e de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade. A aluna do 7º período de Odontologia, Maria Beatriz Conceição, conta que quer levar sua alegria, comunicação e a forma como trato seus pacientes. “A odontologia me ensinou a olhar para o ser humano como um todo, e não apenas para a boca ou os dentes. Quero compartilhar esse olhar com outras pessoas. Além disso, tenho como inspiração uma pessoa muito próxima da minha família que já atuou em iniciativas assim, e isso sempre me impulsionou”, compartilha.

Para a estudante do 9º período de Medicina, Maria Fernanda Souza, essa foi a segunda tentativa de ingressar no projeto. Ela conta que sempre foi um sonho e que poder realizá-lo agora é motivo de imensa felicidade. “Quero deixar uma mensagem para os colegas que não conseguiram desta vez: não desistam. Vale muito a pena insistir, porque é realmente uma vivência transformadora, que com certeza contribuirá muito para a nossa formação. O que mais me motivou foi a visibilidade do projeto e a oportunidade de conhecer outras culturas, além da troca de experiências entre os cursos. Essa integração entre as áreas é extremamente enriquecedora”, destaca Fernanda.

Brenno Demetrius Ornellas, estudante do 6º período de Enfermagem, é apaixonado por artesanato. Além de colocar em prática o que ele aprende em sala de aula, ele pretende conduzir oficinas com essa temática, criar laços com a comunidade e entender mais da realidade de quem vive num contexto tão diferente.

“É um sonho que eu tenho desde muito pequeno. Durante a entrevista, comentei que sempre tive um olhar muito sensível para causas humanitárias e um grande interesse em conhecer pessoas. Sou apaixonado por histórias, por aquilo que as pessoas têm a compartilhar. Então, saber que vou viver essa troca, poder aplicar meu conhecimento e, ao mesmo tempo, aprender com as vivências delas, é algo que me deixa muito animado. Além disso, o contato com alunos de outras áreas vai ser enriquecedor para entender melhor a atuação profissional integrada. Isso, com certeza, agrega muito à nossa formação”, projeta.

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