No mês dedicado à Consciência Negra, a Universidade Tiradentes (Unit), em colaboração com o Departamento de Recursos Humanos, concluiu com sucesso as rodadas do workshop virtual sobre letramento racial. Este evento, conduzido pela professora doutora Sara Rogéria Santos Barbosa, proporcionou uma apresentação repleta de informações essenciais para aprimorar o entendimento sobre questões raciais.
Mais do que uma iniciativa educacional, o workshop visou promover a conscientização, o diálogo e a compreensão sobre raça e etnia na instituição, reforçando o compromisso em combater o racismo em todos os níveis.
A professora doutora, Sara Rogéria destaca a importância do letramento racial. “O letramento racial é um processo crucial de instrução e reeducação sobre a diversidade racial. Ele nos permite discernir os mecanismos históricos, sociais, culturais e econômicos que hierarquizam as pessoas com base em sua raça, amplificando privilégios e preconceitos fundamentados em uma prática racista. Compreender esses enquadramentos é um passo crucial para superá-los”, enfatiza.
Na medida em que todos os indivíduos compreendem a importância da diversidade, equidade e inclusão em ambientes corporativos, o passo seguinte é criar condições para que essa diversidade esteja representada em todos os setores e que haja constância nas políticas que promovem tal equilíbrio.
“Conhecer-se é, sobretudo, um ato de coragem. Reconhecer as questões raciais que nos atravessam propícia, para além de saber quem somos, compreender os privilégios e enquadramentos que atingem o outro. Nesse sentido, o autorreconhecimento permite respeitar as diferenças e ver nelas possibilidades de completude e não de superioridade ou inferioridade”, pontua a professora.
Por que ser antirracista
O racismo está profundamente enraizado na cultura e nas comunidades: nas escolas, na Justiça, nas universidades, no governo, nas ruas. É tão difundido que, muitas vezes, as pessoas nem se dão conta de como as políticas e instituições favorecem desproporcionalmente alguns em prejuízo de outros.
Por isso, “não ser racista” não é o suficiente para eliminar a discriminação racial. Essa perspectiva desconsidera que pessoas brancas frequentemente não percebem os próprios preconceitos inconscientes. Logo, não entendem as questões institucionais e estruturais que sustentam a supremacia branca e contribuem para comportamentos, atitudes e políticas racistas.
Para se envolver mais ativamente nesse processo, Sara Rogéria aconselha que é preciso, primeiramente querer e se permitir. “Às vezes a realidade, principalmente aquelas que mexem com nossas verdades, são difíceis de compreender porque acessam zonas confortáveis e, muitas vezes, inquestionáveis. Permitam-se conceder a escuta para as vozes que trazem questões tão importantes para a compreensão de nossa sociedade e de como é urgente combater o racismo cotidianamente, seja aquele que alimenta as estruturas ou mesmo o que causa riso. Participem das discussões, dos fóruns, das atividades de combate ao racismo dentro e fora de seu ambiente de trabalho. Seja, primordialmente, uma pessoa antirracista”, orienta.
Conscientização coletiva
A consultora de Recursos Humanos da Unit, Viviane Andrade, compartilhou o sucesso do evento. “O workshop de letramento racial foi concebido para promover a compreensão e conscientização das questões raciais, por meio da apresentação de conceitos e diálogos sobre experiências sociais e institucionais. Estamos satisfeitos com a adesão de mais de 300 colaboradores, obtendo uma taxa de satisfação de 90%. Este é apenas o ponto de partida para a construção de um ambiente mais inclusivo e diversificado, onde as diferenças raciais são valorizadas e respeitadas”, infere.
A realização deste workshop ganha ainda mais relevância neste mês, quando celebramos a Consciência Negra. Esta data, além de homenagear Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra, é um chamado à reflexão e ações concretas para combater a discriminação racial em todas as suas formas. A Unit, ao promover esse evento, reafirma seu compromisso com a diversidade e com a construção de um ambiente acadêmico e profissional mais inclusivo.
Ao longo do workshop, questões profundas sobre identidade e pertencimento foram abordadas, proporcionando aos participantes um espaço para o autorreconhecimento e a compreensão dos privilégios e preconceitos que permeiam nossa sociedade. Permitir-se a esse exercício é um ato de coragem, pois nos coloca diante das realidades muitas vezes desconfortáveis que envolvem as questões raciais.
Encerrando essa edição, Viviane Andrade compartilha os planos para o futuro. “E não para por aí, já estamos planejando novas ações ao longo de 2024, contemplando novas temáticas. É um compromisso contínuo da Universidade Tiradentes em promover a conscientização e ações efetivas contra o racismo em todas as esferas da instituição”, completa.
Leita também: Projeto Rondon se prepara para edição de 2024 em Sergipe