O Instituto Semesp divulgou a 13ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil em que dados são compilados para entender o cenário do ensino superior no país. Em Sergipe, são 20 Instituições de Ensino Superior (IES) que ofertam cursos presenciais e 37 cursos de Educação a Distância (EAD). Entre as IES, somente duas são universidades: a Universidade Tiradentes (Unit) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS). Conforme divulgado no estudo, o número desse tipo de IES cresceu 12,1% em relação a 2018 no Brasil, quando 33 ofertavam somente a modalidade EAD.
Para entender melhor essas informações, o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Tiradentes, professor Saumíneo da Silva Nascimento, explica que as estatísticas e números referentes ao estado de Sergipe, na base de 2021. “Conforme o Instituto Semesp, foi o período em que o ensino superior ainda sofria os impactos do segundo ano da pandemia de Covid-19, com o aumento do número de casos e mortes no primeiro semestre do ano”, destaca.
O estudo também revela que Sergipe possui taxa de escolarização líquida (que mede o percentual de jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior em relação ao total do população da mesma faixa etária) de 15,9%, menor do que a média nacional de 18,1%. Do total de alunos do ensino superior no estado, 53,8% têm até 24 anos
“Sergipe teve 19,2 mil concluintes no ensino médio, em 2019, o estado registrou aproximadamente 82,4 mil matrículas no ensino superior: 65,5 mil em cursos presenciais e 16,9 mil na modalidade EAD. Além disso, 67,2% das matrículas totais (presencial e EAD) do estado estão em instituições privadas. Em relação às modalidades, 79,5% das matrículas são em cursos presenciais”, aponta.
Em nível de Brasil, o estudo do Instituto Semesp aponta que os números mostram, mais uma vez. “Seguindo a tendência dos anos anteriores, um crescimento da modalidade de Educação à Distância (EAD) e um recuo das matrículas presenciais, algo preocupante, no visão do Instituto, porque o ensino a distância segue sem conquistar um público mais jovem, mais afeito aos cursos presenciais ou a uma nova modalidade híbrida que mescla presencialidade com aulas remotas”, acrescenta.
Ainda segundo o estudo, 60,9% dos estudantes da modalidade matrículas presenciais de Sergipe estão matriculados na rede privada. O salto das matrículas nos cursos presenciais de 2009 a 2019 foi de 41,9%; esse aumento foi puxado pela rede pública, que registrou crescimento de 47,9% (contra crescimento de apenas 38,3% na rede privada).
Em Sergipe, a rede privada concentra 95,9% das matrículas EAD. Nos cursos presenciais, o índice é de 55,6%. Entre 2020 e 2021, as matrículas em cursos presenciais caíram 4,3%: 8,6% na rede privada. No EAD, o aumento no período foi de 18,0% 24,2% na rede privada. Além disso, 52,9% dos calouros em 2021 entraram em um curso EAD. Nos cursos presenciais, houve queda de 11,8% no número de ingressantes: 16,7% na rede privada. No EAD, o aumento foi de 12,2%: 21,7% nas IES privadas
“Cabe ressaltar, de acordo com o estudo, que em Sergipe, 13,2 mil estudantes concluíram a graduação em 2021, 29,0% em cursos EAD. Nos cursos presenciais, houve crescimento de 53,0% de concluintes, com aumento de 26,9% na rede privada. No EAD, houve crescimento de 66,0%: 71,6% na rede privada”, salienta.
O economista frisa que algo de revelador no estudo realizado pelo Instituto Semesp. “Um dado relevante é que em Sergipe, as matrículas presenciais apresentam queda desde 2016, seguindo a tendência de decréscimo do país. De 2018 para 2019, elas caíram 2,5% (na rede privada, a queda foi ainda maior, de 5,9%). Na modalidade EAD, houve um aumento de 16,0% das matrículas no estado de 2018 para 2019, com crescimento de 25,0% na rede privada”, ressalta Saumíneo.
Em 2019, Sergipe registrou aproximadamente 22,0 mil ingressantes na rede privada. Nos cursos presenciais da rede privada, houve decréscimo de 8,6% de ingressantes de 2018 para 2019; na modalidade EAD privada, o aumento no mesmo período foi de 16,0%. A representatividade de Sergipe no número de matrículas total do país no ensino superior é de 1,0%. Em relação ao Nordeste, esse percentual sobe para 4,4%, mas o estado possui o menor número de matrículas da região.
Ainda em 2019, 45,3% dos alunos matriculados em uma pós-graduação no estado frequentavam um curso de especialização (Lato Sensu) na modalidade EAD, com aumento de 243% das matrículas em relação a 2018 e de 486% em relação a 2016. Já na modalidade presencial, no comparativo com 2018, houve acréscimo de 3,2% nas matrículas.
Saumíneo finaliza afirmando que que estas informações sinalizam que para maior inclusão de ingressantes em cursos no ensino superior, especialmente no ensino superior privado de Sergipe, são necessários sistemas de financiamento adequados e consistentes com a demanda existente.
“No comparativo com 2016, houve aumento de 56,1% Em números totais, o crescimento de 2016 para 2019 nas matrículas em cursos de pós-graduação foi 51,1%; no comparativo com 2018, houve decréscimo de 134%. As matrículas em especializações de nível superior sofreram decréscimo de 3,2% na rede privada de 2019 para 2020. A rede pública também registrou queda de 11,9% nas matrículas”, conclui.
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