Foi aprovada pela Anvisa, no final do mês de abril, a liberação para uso emergencial de dois medicamentos experimentais da farmacêutica suíça Roche contra a covid-19, desenvolvidos em parceria com a empresa de biotecnologia americana Regeneron.
O medicamento, que não será comercializado ou vendido em farmácias, será de uso restrito a hospitais e é indicado para pacientes que apresentem comorbidades e alto risco de desenvolver progressão para um quadro grave da covid-19.
“Esses imunobiológicos que a Anvisa está autorizando para uso emergencial, na verdade, é um coquetel de dois medicamentos que modulam a imunidade para evitar que, em casos graves da covid, haja comprometimento inflamatório pulmonar grande. Esses medicamentos seriam uma forma de controlar o que chamamos de tempestade inflamatória”, explica o infectologista Matheus Todt, professor do curso de Medicina da Unit.
De acordo com Todt, esses medicamentos podem ajudar, mas de forma alguma representam a cura para Covid.
“Vão auxiliar da mesma forma que um corticóide, exemplo da Dexametasona, para controlar essa fase inflamatória na doença mais grave. O coquetel vai ajudar a modular o sistema imune, consequentemente, pode ajudar nas formas mais graves a manter o paciente vivo”, alerta.
Segundo a Anvisa, o medicamento não é recomendado para uso precoce ou preventivo e deve ser usado por pacientes que apresentam sintomas leves da doença, sendo administrado somente com prescrição médica.
“São medicamentos promissores, mas ainda de uso experimental. Não há qualquer estudo mostrando que eles podem ser algum preventivo, algum profilático. Não é a cura da covid. De forma alguma interfere num vírus. O medicamento impede o processo inflamatório desregulado que ocorre na forma mais grave da doença”, ressalta.
O infectologista enfatiza ainda que ao pensar em controle de pandemia, as medidas ainda são isolamento social e uso da vacina.
“O coquetel é uma ajuda, sim, mas não vai tornar a doença mais curável. É somente uma forma de amenizar os efeitos mais graves. De forma alguma vai suplantar as medidas de biossegurança, como o isolamento social e a imunização”, finaliza.
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