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Vacinas anti-Covid tem tipos diferentes de reação, mas garantem proteção

Professora da Unit explica que tipos diferentes de fabricação das vacinas determinam o tempo de reação e a possibilidade de efeitos colaterais, descartados até o momento

às 21h18
Vacina da Astrazeneca chegou a ser investigada por casos de trombose na Europa, mas relação foi descartada (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Vacina da Astrazeneca chegou a ser investigada por casos de trombose na Europa, mas relação foi descartada (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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A vacinação contra o coronavírus segue firme no Brasil e em todo o mundo, mesmo com os imunizantes desenvolvidos em tempo recorde e ainda sob análise de pesquisadores e autoridades de saúde em todo o mundo. Isso tem dado margem a dúvidas e especulações sobre os tipos de ação e às reações provocadas pelos diferentes tipos de vacina. Um exemplo está no intervalo de tempo entre as aplicações das duas doses: ele pode variar entre 21 dias (no caso da Coronavac) e até três meses (da Astrazeneca). 

Isso acontece devido ao tipo de substância utilizada para a composição. “A Coronavac é feita com o vírus inteiro morto, e a Astrazeneca é uma vacina feita com um pedacinho do material genético do vírus incorporado em um adenovírus de chimpanzés, inofensivo para seres humanos”, explica a professora Maria Fernanda Malaman, coordenadora-adjunta do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe). 

Tal diferença também interfere no tempo de ativação dos anticorpos que farão a proteção contra o coronavírus, também diferenciado. “Isso tem correlação com o tipo da vacina e o tempo que nosso sistema imunológico demora para montar a primeira resposta. A segunda dose é um reforço e faz uma ativação mais consistente e prolongada da resposta imunológica, com formação de memória”, disse Maria Fernanda, referindo-se ao processo de adaptação do corpo às vacinas. 

As maioria das vacinas autorizadas até o momento em todo o mundo estão sendo aplicadas em uso emergencial, ou seja, ainda estão sendo acompanhadas pelas agências nacionais de saúde (como a brasileira Anvisa e a americana CDC) antes da liberação definitiva, o que permite a interrupção das campanhas de imunização para a investigação de possíveis efeitos colaterais. “Qualquer vacina pode causar efeitos colaterais, inclusive aquelas que fazem parte do nosso calendário vacinal normal e que todas as crianças brasileiras tomam”, ressalta Fernanda. Assim, qualquer relação entre esses efeitos e os imunizantes deve ser apurada. 

Tromboses sem relação

Foi o que aconteceu recentemente na Europa, quando a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) suspendeu temporariamente a aplicação das vacinas da Astrazeneca e da Janssen, após relatos da formação de coágulos e tromboses em alguns pacientes. Concluiu-se que esses coágulos não têm relação com os imunizantes anti-Covid. “O risco de trombose é maior em pacientes tabagistas ou em mulheres que fazem uso de contraceptivo oral. Esse número de casos ficou mais expressivo porque foram aplicadas milhões de doses em um intervalo de tempo muito curto. Cada caso deverá ser avaliado e pacientes com risco aumentado de fenômenos tromboembólicos devem consultar seus médicos pessoais para discutir a possibilidade de fazer a imunização com outra vacina”, esclarece a professora da Unit.

Ainda de acordo com ela, os efeitos colaterais mais significativos devem ser avaliados caso a caso mas, até o momento, não comprometem a continuidade da campanha de imunização no Brasil, já que tanto a Coronavac quanto a Astrazeneca já demonstraram ser muito seguras e eficientes. “As vacinas em uso atualmente no Brasil passaram por todas as etapas exigidas pelas agências regulatórias e estudos clínicos, antes de se iniciar a aplicação em larga escala. Todo este processo assegura tanto a eficácia quanto a segurança das mesmas. Até o momento, não temos relatos de um número significativo de eventos adversos graves em nosso país, apesar de terem sido aplicadas milhões de doses em um espaço tão curto de tempo”, assegura Malaman.

A orientação é de que, em casos especiais, quando há dúvida se o paciente pode ou não ser imunizado, o usuário deve consultar seu médico de confiança para buscar mais informações. No entanto, a vacinação é recomendada para todos os públicos, dentro das datas e faixas determinadas pelo Ministério da Saúde. “A imunização de grande parte da população diminui a circulação do vírus e beneficia a todos”, conclui Maria Fernanda. 

Asscom | Grupo Tiradentes

 

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