As vendas do comércio varejista ampliado brasileiro registraram um crescimento significativo de 4,6% no acumulado dos primeiros três meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. Em Sergipe o comércio varejista também vive um momento de franca expansão, com um aumento de 6,9% nas vendas.
Esse resultado positivo é impulsionado por diversos setores, com destaque para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, hipermercados e supermercados e outros artigos de uso pessoal e doméstico, que apresentaram crescimentos de 12,2%, 8,6% e 6,6%, respectivamente.
Segundo o economista e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Rodrigo Rocha, diversos fatores contribuem para o aquecimento das vendas no varejo:
- Nível de emprego em alta: O mercado de trabalho está aquecido, com geração de novos empregos e aumento da renda das famílias, o que impulsiona o consumo.
- Inflação controlada: A inflação está sob controle, proporcionando maior previsibilidade para as compras e investimentos.
- Queda na taxa de juros: A redução da taxa de juros torna o crédito mais acessível, incentivando o consumo de bens duráveis e serviços.
O impacto desse crescimento no comércio vai além do setor de vendas. Rocha destaca a interdependência da economia e os efeitos multiplicadores que bons resultados em diversos setores podem gerar. “Quando muitos setores econômicos conseguem ter bons resultados, a tendência é que isso gere impactos positivos em outras atividades, atraindo novos investimentos, que geram mais empregos e consumo”, afirma.
Para investidores e empresas, o cenário de crescimento nas vendas do varejo apresenta oportunidades estratégicas. “Cenário de crescimento é sempre um ótimo momento para as empresas aproveitarem as oportunidades de investimentos que surgem naturalmente, para crescerem e se destacarem nos seus negócios, gerando caixa e mais força para enfrentarem os ciclos de baixa que geralmente ocorrem na economia de tempos em tempos”, aconselha Rocha.
O crescimento nas vendas do varejo também se relaciona com outras métricas econômicas importantes, como o PIB e a inflação. “Quando vários segmentos econômicos geram bons resultados, isso se reflete no PIB, que, de forma simplificada, pode ser visto como uma medida da variação da riqueza em um determinado período e local. Se o crescimento não gerar desequilíbrios significativos entre a oferta e a demanda agregadas, a inflação fica sob controle”, explica o professor. Ele destaca ainda o papel do Banco Central na aplicação de políticas macroeconômicas adequadas para evitar processos inflacionários de grande impacto.
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