O Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH), realiza o Workshop “Ferramentas de Pesquisa 3.0: a IA na Ciência”. O evento teve como objetivo promover o conhecimento e a compreensão das ferramentas de pesquisa 3.0 e o impacto na ciência, com foco na inteligência artificial (IA), além de proporcionar aos participantes uma visão aprofundada das novas abordagens e metodologias trazidas pelas ferramentas de pesquisa. O vídeo está disponível na íntegra no canal do Youtube da Unit.
O workshop realizado no Tiradentes Innovation Center (TIC), reuniu especialistas em tecnologias para debates sobre as IAs, é o que explica o coordenador do LABIMH e professor do curso de Medicina, doutor Estélio Dantas. “Com o advento tecnológico, diversos setores da sociedade têm sofrido mudanças, entre eles, a produção científica. Essas mudanças estão inseridas em um contexto evolutivo da tecnologia que se relaciona com a indústria, internet e as ferramentas de pesquisa. Essas ferramentas de pesquisa, ou de produção científica, estão divididas em: 1.0 – Ferramentas Manuais; 2.0 – Ferramentas Digitais; 3.0 – Ferramentas de IA”, destaca.
Ainda de acordo com Estélio, o objetivo desse estudo é compreender as ferramentas de Pesquisa 3.0, sob a óptica de novos paradigmas na produção científica. “As transformações da era digital na produção científica trazem consigo a possibilidade de explorar e analisar grandes quantidades de informações de forma mais rápida e precisa. As ferramentas de pesquisa 3.0, impulsionadas pela IA e outras tecnologias avançadas, possibilitam o acesso a um volume cada vez maior de conhecimento, contribuindo para a evolução do campo científico. Em suma, representam um novo paradigma na produção científica, proporcionando um ambiente de trabalho mais eficiente, ágil e preciso. Permitindo explorar dados em larga escala e tomar decisões embasadas em informações mais completas e precisas. Essa transformação impulsiona a produção científica em direção a um futuro cada vez mais tecnológico e inovador”, salienta.
O diretor de Tecnologia da Informação do Grupo Tiradentes e professor dos cursos de Computação da Unit, Msc. Fábio Batista, comenta sobre as perspectivas futuras para a IA. “É inegável que a inteligência artificial veio para facilitar a vida do ser humano, assim como todas as tecnologias que foram surgindo com o passar do tempo. O que é esperado é que os professores e os detentores do conhecimento consigam direcionar usuários para o bom uso das ferramentas”, evidencia.
Ela ainda destaca como as tecnologias são essenciais na sociedade atual, mas que precisam ser usadas com cautela. “A inteligência artificial vai ajudar a processar informações de uma maneira mais rápida, mais ágil, trazendo outras visões, mas é o usuário que vai ter que tomar a decisão se aquele contexto que lhe foi dado pode ser aproveitado. Esse é o desafio. Estamos em um processo de mudança e de aprendizado, para quem é da área da computação é mais fácil esse entendimento, mas pra quem não é da área, fazer uso e compreender a ferramenta pode ser um processo um pouco mais lento, por isso o nosso papel como educador é tão importante para mostrar a funcionalidade de forma produtiva e segura”, pontua.
A palestra com o sócio co-fundador da Neuralmind, pesquisador na área de Deep Learning para Processamento de Imagens e de Documentos e professor titular da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Roberto de Alencar Lotufo, destacou o Estado-da-Arte da IA na Área de Linguagem Natural.
“Procurei explicar porque acredito que os avanços recentes da IA na área de linguagem natural é o avanço mais disruptivo de todos os avanços de IA na história. É importante trazer um debate de forma simples como os Modelos de Linguagem de Grande Escala (Large Language Models ou LLMs) funcionam e qual foi a principal surpresa descoberta pela OpenAI dos Generative Pre-Trained Transformers (GPT). Na linguagem natural é possível o aprendizado auto supervisionado porque eu mostro para a máquina um conjunto de objetos que eu quero que ela consiga classificar, ou seja, o indivíduo apresenta um conjunto de dados que ele precisou resolver antes de apresentar. Essa é a essência do treino que é dado em todo processo de aprendizado de máquina ”, destaca.
O professor dos cursos de Computação da Unit, Adolfo Pinto Guimarães, aborda em sua palestra ferramentas que usam Machine Learning podem auxiliar o trabalho do cientista em tarefas como levantamento bibliográfico, análise exploratória e visualização de dados. “O foco é mostrar que a IA pode ser utilizada como ferramenta para auxiliar e melhorar as práticas da pesquisa científica. A partir do momento que temos assistentes virtuais que atendem a comandos, há um grande avanço para a Ciência da Computação”, enfatiza.
Já o professor do Curso de Graduação em Engenharia da Universidade Cândido Mendes (UCAM), do Curso de Pós Graduação em Medicina do Trabalho da Universidade Estácio de Sá, Pesquisador na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), do Núcleo de Pesquisa em Desastres (NuPeD-QBRN) e Professor das redes Estadual e Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, Rogério Ferreira Emygdio, apresenta a IA e da singularidade dessa ferramenta.
“É importante falar dos dilemas que estão sendo impostos à sociedade, das possibilidades e limitações da IA, com uma perspectiva do processo simbiótico entre os seres humanos e a IA e suas tecnologias. Esse é um tema bastante democratico e que tem muita coisa a ser discutida, por isso, trouxe os aspectos e desafios que estão dentro da realidade de quem se beneficia do uso das IAs. O primeiro pensador desse conflito, o escritor russo, Isaac Asimov, que desde a década de 50 já estava falando sobre a ideia do mundo digital, por isso achei interessante trazer discussões que ele levantou e seguem sendo debatidas até hoje, que são as três leis, em que os robôs precisam seguir para conviver na sociedade”, explica.
O professor Ph.D, João Gama, aborda os projetos recentes que estão sendo desenvolvidos na pesquisa em Ciência de Dados. “É importante falar dos avanços tecnológicos, por isso foi realizada essa apresentação dos projetos de IA que estão em curso na Universidade do Porto. O SKORR: índice de influência por temas em redes sociais. XPM: manutenção preditiva com análise de causas. HumanE.AI uma perspectiva humanista para a IA. EMERITUS: IA no combate ao crime ambiental, são alguns projetos que estamos trabalhando no momento e que são ferramentas fundamentais para os avanços tecnológicos”, pontua.
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