A psicóloga, especializada em Psicopatologia do bebê e Mestre em Psicanálise e Medicina, Camilla Carmelo, atua em clínica participar com crianças, adolescentes e adultos na Bahia e foi a profissional convidada para debater o tema. A palestra foi realizada no Bloco D, do Campus Aracaju Farolândia da Unit.
A especialista explica que o autismo é caracterizado por um transtorno global do desenvolvimento cerebral, o que provoca consequências no comportamento social das crianças. “Eles possuem dificuldades de interagir socialmente, estar um com o outro. Na maioria, apresentam problemas de linguagem. Além disso, apresentam comportamentos e interesses restritos, com dificuldade de abranger esta preferência. É um mundo particular”, declara Camilla.
Segundo a psicóloga, a criança já nasce com a pré-disposição e, de acordo com a última classificação das doenças, coloca o autismo como transtorno para o espectro autista por causa dos graus de desenvolvimento, do leve ao avançado. “Acredita-se que, hoje, 70% da causa é genética e 30% fator ambiental. Há um momento, causado por algo externo, que afetará a criança. Uma separação, saída de uma babá, algo do ambiente que pode ser o início desse processo, porém, a criança já nasceu com a pré-disposição”, afirma.
Para Camilla, a incidência teve um aumento considerável chamando a atenção para o diagnóstico correto. “O número que já foi de 4 para cada 1000 crianças, já passou de 1 para 150 e, atualmente, está em torno de 1 em cada 68 crianças”, ressalta.
A troca visual entre mãe e bebê na hora da amamentação, a questão auditiva de chamar a criança pelo nome e ela não atender, dificuldade de aceitação de alimentos na via oral e crianças que choram muito ou extremamente caladas são alguns sinais que devem chamar atenção dos pais para a doença.
“A criança que é tratada muito cedo aumenta a possibilidade dos sinais do autismo até desaparecerem. O ideal é que os pais fiquem atentos a qualquer sinal para iniciar o tratamento antes dos três anos de idade. Com isso, o profissional irá estimular o paciente na questão da empatia social, comunicação e linguagem e o comportamento e interesse restrito, minimizando esses sintomas”, alerta a psicóloga.