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Especialista acredita que crise diplomática entre Irã e EUA pode impactar na vida do brasileiro

De acordo com ANP, o preço do combustível sofreu uma sequência de dez aumentos consecutivos. Apenas na última semana que parou de aumentar

às 22h31
Especialista acredita que a questão ainda não está esclarecida
Especialista acredita que a questão ainda não está esclarecida
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Por Raquel Passos

Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos daquele país, morreu após um ataque dos Estados Unidos no último dia 2, em Bagdá, no Iraque. O Irã reagiu na noite do dia 7, disparando uma série de mísseis contra duas bases aéreas no Iraque onde tropas dos EUA estavam posicionadas. Como esse cenário de hostilidade entre a América do Norte e o Oriente Médio impacta a vida no Brasil?

Assim como bom brasileiro, o sergipano vem sentindo no bolso o efeito do que vem acontecendo. “Aquela região do Golfo Pérsico produz cerca de 20% de petróleo usado no Mundo e isso acaba ocasionando efeito no Brasil. Com o aumento das hostilidades entre EUA e Irã, é natural que o valor dos produtos derivados do petróleo cresça um pouco também por aqui. Já houve um aumento no preço do combustível nas últimas semanas. Acredito que o impacto no nosso País seja somente econômico”, avalia o professor de Direito Internacional e Constitucional da Universidade Tiradentes – Unit –, Nelson Teodomiro.

De acordo com um levantamento publicado pelo portal G1, o preço da gasolina ficou estável apenas na última semana, quando interrompeu uma sequência de dez aumentos consecutivos, segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis –ANP. Conforme o levantamento, o valor médio da gasolina por litro permaneceu em R$ 4,558.

O empresário Pedro Reis percebeu a diferença. “Antes do ataque ao Irã, não somente o combustível, mas alguns itens de material plástico, derivados do petróleo, estavam com um preço diferente do que hoje. Estão bem mais caros. Isso me preocupa.. até onde vamos chegar?”, indaga.

Para o professor da Unit, essa questão ainda não está esclarecida. A tendência é que se resolva por diplomacia. “O governo brasileiro está cauteloso. Agora nos resta aguardar para que nos próximos dias tudo se resolva com diplomacia, afinal guerra gera guerra e hostilidade. E todo esse cenário se torna ruim para os países que dependem economicamente do petróleo”, conclui Nelson Teodomiro.

Mas será que essa tensão desencadeada entre os EUA e Irã, após a execução do general iraniano Qasem Soleimani, pode vingar em uma 3ª Guerra Mundial? O especialista prefere chamar de uma 2ª Guerra Fria.

“Isso devido aos acontecimentos de muitos anos atrás e que se intensificaram nos últimos dias. Para se ter ideia, da década de 50 para cá, os EUA e Irã nunca tiveram uma relação amistosa. Foram muitas sanções políticas e econômicas, que tornaram a relação estremecida por natureza. Com o assassinato do líder do Irã, após os EUA assumirem o ataque, aí é que enfraqueceu de vez. O Irã acabou revidando com disparo de mísseis às bases dos EUA no Iraque”, relembra Nelson Teodomiro.

Contexto

De acordo com o El PAÍS Brasil, desde que o general iraniano Qasem Soleimani foi morto por um ataque de míssil norte americano no último dia 2, o Brasil se posicionou com neutralidade, quando o presidente Bolsonaro informou que não se envolveria nesta situação do Oriente Médio. Depois ele próprio deu declarações de apoio aos Estados Unidos.

Por fim, o Itamaraty publicou a nota: “Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”.

Com informações do El PAIS Brasil e G1.

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