A egressa do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes, Giselle Stephanie Ramalho Fontes, foi aprovada para residência em dois hospitais de referência em Sergipe. No processo seletivo do Hospital Cirurgia, a fisioterapeuta que concluiu o curso no 1º semestre de 2020, ficou com uma das duas vagas oferecidas. Já para o processo do Hospital Universitário, foi a primeira colocada nas quatro vagas ofertadas.
“Destaco que esse ano a concorrência do processo seletivo para o HU/UFS foi bem maior que os anos anteriores, já que se tornou um exame nacional (ENARE)”, fala Giselle.
A dúvida, então, passou a ser em qual instituição atuar. “Dois hospitais excelentes e referências no Estado. Foi difícil decidir entre eles, já que não daria para ficar nos dois, pois o programa de residência exige dedicação exclusiva e uma carga horária bem extensa. Pedi orientação a ex-professores e colegas, e optei por participar do programa de residência do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe – Saúde do Adulto e do Idoso. Tem duração de dois anos e carga horária de 60h semanais”, revela.
Trajetória
O processo até a aprovação nas residências envolveu dedicação e uma boa dose de superação. Giselle conta que costumava andar com alguma prova de residências anteriores na mochila, mesmo durante a graduação, para responder questões nas horas vagas ou pedir para professores explicarem algo que não compreendia.
“Durante a fase mais intensa de estudos para os processos seletivos, estava trabalhando em um serviço de reabilitação cardiopulmonar (Espaço Ativo Cardiopulmonar), prestando atendimentos em domicílio, então precisei ajustar toda a minha rotina, em um caderninho mesmo, e sem ‘mimimi’ nos horários entre os atendimentos, parava em frente a um quadro branco e montava ali um resumo sobre algum assunto, SUS ou específicos da fisioterapia, e depois ficava relendo e relendo, foi uma forma que facilitou demais o aprendizado para mim. Eu pensava: ‘preciso fazer o que alguém que passa em primeiro lugar faria’, e isso foi me guiando nos estudos”.
Durante a temporada de graduação, Giselle morava no município de Lagarto, região centro sul do Estado e enfrentava, diariamente, 1h30 de ônibus, rotina que em alguns dias da semana ganhava muitas idas e vindas.
“Algumas vezes foi necessário vir para Aracaju às 05h para a aula, voltar para Lagarto para o estágio extracurricular à tarde, e à noite voltar para a Unit para as reuniões das Ligas ou para dar monitoria aos alunos da disciplina em que fiquei responsável. Não frequentava as aulas ou eventos aos sábados, porque sou Adventista do Sétimo Dia, e em obediência a Deus, sou guardadora do sábado, e isso também me cobrou um gás a mais para conseguir correr atrás de outras oportunidades. Nunca me senti uma aluna prodígio, nem sempre tirava excelentes notas, mas nunca me deixei vencer pelo cansaço e nem dei lugar para o desânimo, gosto sempre de lembrar que ‘não há lutas sem vitórias’”.
“Sempre procurei ir além do que era ‘obrigatório’. Costumo dizer que tentei, a todo tempo, andar a ‘segunda milha’. Participei de muitos eventos científicos internos e externos, ligas acadêmicas, grupo de estudo, fiz estágio extracurricular, fui monitora e bolsista de iniciação científica (PROBIC/Unit). Não tive condições de vir morar na capital durante a graduação, e por morar no interior, tudo isso foi um desafio enorme”, completa.
Giselle cursou o ensino médio na rede pública e ingressou na Unit por meio do Programa Universidade para Todos – ProUni.
“Quando me deparei com a estrutura que a Unit me ofereceria fiquei muito entusiasmada e comecei a acreditar que a universidade iria me preparar suficientemente para o mercado de trabalho. Aproveitei todas as oportunidades possíveis, estágio disponível no Unit Carreiras, pesquisa, monitoria, biblioteca ampla, laboratórios muito bem equipados. E assim fui montando meu currículo que foi bem pontuado nos processos seletivos e me ajudou nas aprovações. Tive tudo o que precisava à disposição, inclusive professores e coordenação excelentes, os melhores!”.
A nova fase de vida profissional da fisioterapeuta Giselle Fontes já começou no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe. Desde o dia primeiro de março é membro da equipe.
“Essa primeira semana é de acolhimento, conheci uma boa parte dos preceptores e algumas alas do hospital, e já estou muito empolgada para viver o que vem por aí. Mas é impossível não lembrar que eu olhava para as provas das residências e me via bem pequena, não sabia por onde começar os estudos, e até chorei quando saí de uma das avaliações, porque achei que tinha sido horrível. Ao ver os resultados, percebi que a gente se engana o tempo todo pensando que nosso esforço é em vão e que não somos capazes, isso nos paralisa. É nosso dever nos presentear com a realização dos nossos sonhos, é nosso compromisso, e daí Deus completa o que falta e nos surpreende. A Universidade oferece todos os caminhos e oportunidades para que isso seja possível, pois comigo foi assim”, finaliza.
Leia também:
De aluno do curso de Farmácia da Unit a referência nacional em citologia mamária