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Vacina contra a Covid pode ser aplicada em gestantes com comorbidades

Conforme orientação do Ministério da Saúde, grávidas que não se enquadram nesses critérios podem tomar a vacina após avaliação médica; falta de estudos justifica cautela

às 20h37
Aplicação de vacinas em gestantes e puérperas já estava indicada no Plano de Imunização, desde que sob avaliação prévia de um médico (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Aplicação de vacinas em gestantes e puérperas já estava indicada no Plano de Imunização, desde que sob avaliação prévia de um médico (Tomaz Silva/Agência Brasil)
A infectologista Sarah Dominique Dellabianca, professora do curso de Medicina da Unit Alagoas
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Em um novo ajuste no programa nacional de vacinação contra o coronavírus, o Ministério da Saúde confirmou a inclusão de gestantes e puérperas (mães que deram à luz até dois meses antes) com comorbidades dentro do grupo prioritário para aplicação das vacinas. A orientação havia sido publicada no dia 15 de março em uma nota técnica do órgão, mas foi reforçada no último final de semana. 

Conforme a nova orientação, o imunizante pode ser administrado em gestantes que tenham doenças como diabetes, hipertensão crônica, obesidade, doença cardiovascular, asma, doenças renais crônicas e doenças autoimunes, além das imunossuprimidas e das que já passaram por transplante de órgãos. 

Esta precaução com as gestantes se justifica pela falta de estudos concretos e conclusões seguras sobre os reais efeitos das novas vacinas em gestantes. “Por serem de risco, evitou-se a inclusão deste tipo de população nos estudos iniciais. Assim como os idosos, que não foram em porcentagem representados estatisticamente de maneira significativa”, explica a infectologista Sarah Dominique Dellabianca, professora do curso de Medicina do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas).

O assunto voltou à tona depois que um levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro da Covid-19 apontou um crescimento de 145% na taxa semanal de mortes de gestantes por complicações do coronavírus, em comparação aos anos de 2021 e 2020. Após a divulgação deste dado, o Ministério reforçou as recomendações da nota técnica, que já estavam definidas desde antes do início oficial da vacinação. “O Ministério não mudou de ideia, uma vez que na cartilha inicial do PNI foi lançada em dezembro de 2020, a orientação de considerar gestantes para vacinar está descrito. Desta forma o órgão apenas oficializou a liberação de algo já recomendado sob cautela”, ressalta a infectologista. 

Mesmo com a falta de conclusões mais firmes quanto às pesquisas, ela esclarece que nunca houve e não há contra indicação sobre vacinar gestantes contra a Covid-19. “A situação proposta nos estudos não incluía as mesmas, mas desde que as vacinas foram disponibilizadas, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia [Febrasgo], a Sociedade Brasileira de Imunologia e o Programa Nacional de Imunização [PNI] adotaram a mesma posição de considerar a vacinação, uma vez que a vacina traria maiores benefícios”, afirma Dellabianca, acrescentando que “baseado em estudos com outras vacinas, foi estendido o raciocínio de que a vacina contra a Covid pode ser empregada de maneira segura e eficaz em gestantes e nutrizes”.  

Dessa forma, as mães que não se enquadram nos critérios de comorbidades podem se apresentar para tomar a vacina, mas desde que consultem o seu obstetra e avaliem os riscos e benefícios. E as que fazem parte dos grupos prioritários, como professoras, profissionais da saúde e de segurança, só devem procurar os postos de vacinação na fase determinada, conforme o calendário de cada cidade. “No momento, não está liberada vacina para todas as idades gestacionais irem aos postos”, conclui Sarah. 

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações da Rádio Bandeirantes

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