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Alimentação mais cara aumenta desigualdade socioeconômica e tensão social

Com a renda reduzida em razão da alta no desemprego, alimentação mais cara ampliou a desigualdade socioeconômica entre as famílias brasileiras.

às 21h37
Segundo o IBGE, alguns itens da cesta básica tiveram altas de até 87% no último ano (Unsplash)
Segundo o IBGE, alguns itens da cesta básica tiveram altas de até 87% no último ano (Unsplash)
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A segunda onda da pandemia da Covid-19 no Brasil agravou não somente a crise sanitária que já estava instaurada, mas ampliou significativamente a desigualdade socioeconômica e a tensão social entre os mais carentes. Com a renda cada vez menor, pessoas atingidas diretamente pela crise enfrentam ainda a alta nos preços dos alimentos.

Levantamentos realizados pelo IBGE revelam que em um ano o preço do arroz subiu quase 70%, o do feijão preto 51%, o da batata 47%, a carne está quase 30% mais cara, o leite 20%, e o valor do óleo de soja subiu 87%. Esses são apenas alguns itens da cesta básica, mas no geral frutas, legumes, carnes e peixes, se tornaram mais salgados ao bolso do consumidor, que viu seu poder de compra diminuir mês após mês, em pouco mais de um ano de pandemia.

“O país está vivendo essa onda de alta nos preços, que em partes é muito derivada do aumento dos custos de produção. Se pegarmos de 2019 e também de 2020 para cá, tivemos o aumento nos preços da carne por causa da China, que vinha comprando principalmente carne de porco, pois havia acabado do mercado dela. Já no ano passado, tivemos um aumento expressivo quando a China fez sua nova reserva de alimentos na questão de arroz, soja e outros produtos, e até mesmo a carne. Dá pra ver que o aumento desses produtos foi maior do que em outros que compõem a nossa cesta de inflação”, destaca o economista Lucas Sorgato, professor do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas).

Com a pandemia e a escalada no número de pessoas desempregadas, trabalhadores que de fato perderam seu poder aquisitivo, fez com que muitas famílias vivenciassem outra crise: a de insegurança alimentar. “A renda do trabalhador caiu e também o valor deste novo auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal, que no ano passado era em média de R$ 600, e agora um ano depois é de cerca de R$ 175 ou R$ 200, ou seja, um valor muito mais baixo e num cenário com preços dos alimentos muito mais altos. Quando colocamos tudo isso na conta, temos um aumento evidente nos custos com alimentação, o qual causa um aumento da desigualdade socioeconômica, pois aquelas famílias mais abastadas sentem muito menos o efeito inflacionário. De fato, a pandemia está agravando essa questão da desigualdade socioeconômica no Brasil”, analisa o professor. 

Asscom | Grupo Tiradentes

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