“Sempre me interessei pela pesquisa, porém, antes de fazer parte de uma, tinha um conceito diferente do que seria fazer ciência. Na Iniciação Científica, pude entender o seu real significado e importância”. A declaração é da egressa do curso de Ciências Biológicas da Universidade Tiradentes, Natália Almeida.
Desde que iniciou a graduação, ainda em 2016, Natália buscou oportunidades que pudessem fazer a diferença em sua trajetória acadêmica.
“Sempre estive interessada em participar dos eventos desenvolvidos pela Unit e por outras instituições de ensino. “Aproveitei o que os professores tinham para me oferecer dentro e fora da sala de aula, por meio de eventos, geralmente de educação ambiental. Além disso, realizei voluntariado na Reserva Biológica de Santa Isabel, em Pirambu/SE, desempenhando atividade de educação ambiental, e uma breve passagem pelo escritório de consultoria ambiental Genival Nunes”, comenta.
Quando surgiu uma vaga para ingressar no Laboratório de Biologia Tropical do Instituto de Tecnologia e Pesquisa, Natália logo se interessou. “A oportunidade foi para trabalhar com parasitologia de peixes ósseos e cartilaginosos. Nesse período, a IC me ajudou não apenas com o conhecimento do tema como também a ter mais disciplina, foco e compromisso, o que me levou a aproveitar melhor a graduação e outras oportunidades que surgiram. A Universidade Tiradentes forneceu toda uma estrutura para melhorar meu desempenho nas aulas, sobretudo, nas aulas práticas nos laboratórios, graças aos melhores professores para minha formação”, destaca.
“Além do conteúdo científico, desenvolvi comportamentos de responsabilidade laboratorial e compromisso, que me levaram a prosseguir no laboratório como bolsista do programa Pibic/Fapitec no estudo parasitológico do peixe Carapeba, Eugerres brasilianus, concluído em julho de 2017”, acrescenta.
Já no Laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (LDIP) do ITP, Natália foi bolsista dos programas de Iniciação Científica Pibic/Fapitec e Pibic/CNPq, durante dois anos. “Desenvolvi atividades voltadas para a biologia molecular (extração de DNA, eletroforese, padronização do protocolo para a PCR convencional e purificação do DNA), como forma de diagnóstico para leishmaniose visceral em cães domiciliados e de abrigos. Além disso, realizei análise de dados secundários humanos e caninos fornecidos pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen), em dois projetos”, expõe. As pesquisas são intituladas “Leishmaniose visceral em homens e cães no Estado de Sergipe e Detecção de Leishmania spp. em Cães Domiciliados em Município Endêmico para Trypanossomatídeos” e “Detecção de Leishmania spp. em Cães Domiciliados em Município Endêmico para Trypanossomatídeos no Estado de Sergipe”.
Durante sua trajetória acadêmica, Natália também apresentou e colaborou com trabalhos em eventos internacionais, nacionais e regionais, e foi premiada em 2º lugar como melhor trabalho científico do Programa de Bolsa de IC (Pibic/CNPq/Fapitec), na área de ciências biológicas e da saúde.
“Em 2019, e com o mesmo trabalho, fui indicada para o prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica do CNPq. Tive também a chance de publicar meu primeiro artigo científico. Sou muito grata a todos os professores responsáveis pelos laboratórios, que me deram uma chance, e por todo o conhecimento transmitido. Além disso, agradeço aos discentes do Programa de Pós-graduação pelo acolhimento, principalmente à doutora Ana Carla, que acompanhei durante o doutorado, por sempre estar presente, ensinando e tirando minhas dúvidas, assim como à professora doutora Cláudia Moura, por abrir oportunidades e me aceitar como aluna do mestrado”, enfatiza.
Atualmente, Natália realiza o mestrado no Programa de Pós-graduação em Saúde e Ambiente da Unit e desenvolve estudos voltados à linha de pesquisa do último projeto de Iniciação Científica sobre a leishmaniose visceral canina.
“A leishmaniose visceral canina, ou calazar, é uma zoonose causada por protozoário intracelular do gênero Leishmania spp., transmitida ao hospedeiro vertebrado pela picada de fêmeas infectadas do gênero Lutzomya. O cão é considerado o principal reservatório em ambientes domésticos, afetando também o homem, podendo ocasionar lesões cutâneas, espleno e hepatomegalia, sendo capaz de levar ao óbito”, explica a pesquisadora.
“É uma doença tropical negligenciada, relacionada a condições de vulnerabilidade social, com ampla distribuição pelo Brasil, principalmente na região nordeste e, em Sergipe, é considerada endêmica”, finaliza.
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