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Dar importância ao sofrimento do outro ajuda a prevenir o suicídio

É preciso ficar atento aos sinais emitidos pela pessoa que está sofrendo, garantindo que ela seja acolhida, ouvida e respeitada

às 21h24
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A depressão é a principal causa dos suicídios, que já representam uma em cada 100 mortes ocorridas no mundo. É o que aponta a estimativa do relatório “Suicide worldwide in 2019”, publicado em junho pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O alerta volta a ser feito por motivo da campanha Setembro Amarelo, criada em 2015 como forma de prevenir o suicídio e promover boas práticas de saúde mental. 

Algumas delas estão no enfrentamento da depressão, que é uma doença silenciosa, mas pode ser evitada com iniciativas que podemos tomar no dia-a-dia. Uma delas é cuidar bem do corpo, pois a prevenção começa no momento em que se toma a decisão de cuidar da saúde mental e para isso atitudes como atividades físicas, alimentação balanceada e uma rede de apoio com a qual se possa contar, onde se sinta protegido e acolhido, além de se relacionar positivamente com outras pessoas. 

Outra boa prática muito importante que ajuda a prevenir a depressão, e por consequência o suicídio, é dar atenção e procurar auxiliar outras pessoas que estejam em situação de sofrimento. Segundo a psicóloga Camille Cavalcanti Wanderley, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), temos de entender que, muitas vezes, a pessoa está pedindo ajuda, e atuar em relação a ela de uma forma protetiva. 

“Quando essas pessoas pedem ajuda, a gente tem que ser respeitoso e levar a sério o que ela tá colocando. Não podemos achar que é frescura, bobeira e que é ‘piti’ ou necessidade de chamar atenção. Precisamos entender que o sofrimento do outro é importante e sermos empáticos. Devemos falar com essas pessoas sobre a situação que levou a essa ideação suicida. Escutá-la e encorajá-la a se recuperar”, ressalta ela. 

Manifestações verbais 

Quando uma pessoa está com ideação ou pensamentos suicidas, aparecem também problemas de conduta, a exemplo de manifestações verbais que a pessoa pode fazer por várias semanas ou dias, falando sobre desesperança ou preocupação com a própria morte. De acordo com Camille, isso pode ser percebido em expressões como: ‘Vou desaparecer’, ‘Vou deixar vocês em paz’, ‘Eu estou quebrado’, entre outras, além do isolamento da própria pessoa do círculo de convivência. Neste caso, a orientação é de que a pessoa está sob risco de suicídio seja acolhida e ouvida o quanto antes. 

“Primeiro precisamos encontrar um lugar calmo em que a pessoa se sinta protegida e disposta a conversar; vamos ouvir o que tem a dizer e oferecer apoio. Incentivá-la a buscar ajuda profissional. E aí temos canais como o CVV [Centro de Valorização da Vida], a rede de atenção psicossocial, um psicólogo ou psiquiatra. E se você considerar que a pessoa está em perigo iminente, nunca a deixe sozinha. Tente buscar a rede de apoio com pessoas próximas ou até o serviço de saúde emergencial”, orienta, a professora, acrescentando que, até que a pessoa consiga sair da crise, ela não deve ter acesso a objetos que possam causar sua morte, como armas, materiais perfurocortantes e remédios, ou mesmo locais altos e sem tela, como terraços e varandas de edifícios. 

Asscom | Grupo Tiradentes

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