Mudança na vegetação, no desabrochar das flores, no movimento migratório de aves e animais. Tudo isso acontece com a chegada da primavera, em sincronia com as informações ambientais. Entretanto, segundo estudo da equipe de Terry Root, pesquisadora da Universidade de Stanford (Califórnia/EUA), esses fenômenos estão adiantados, devido ao aumento da temperatura global, e ocorrem cerca de cinco dias mais cedo a cada década, em média.
De acordo com o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o mundo provavelmente atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento nas próximas duas décadas. E as estações mais longas do ano já estão mais curtas. A duração média da primavera caiu de 124 para 115 dias, enquanto a do outono foi de 87 para 82 dias. Esse aumento da temperatura vem fazendo com que as plantas diminuam a absorção de carbono da atmosfera para produzir biomassa e favorecer seu crescimento.
Os cientistas que estudam as mudanças desencadeadas pelas estações nas plantas e nos animais já deram um nome para isso: descompasso fenológico. A primavera é a transição entre o inverno e o verão, mas virá acompanhada neste ano por enchentes e eventos extremos mais intensos e frequentes em algumas regiões do Brasil. O início oficial da estação no Hemisfério Sul será nesta quarta-feira, 22 de setembro.
“No Nordeste, por exemplo, temos pouca percepção desse fenômeno. Em grande parte do Brasil, principalmente no Norte e no Nordeste, a estação das flores é expressa apenas pela mudança de clima, que varia entre os estados da região. De Sergipe ao Rio Grande do Norte a época é de diminuição dos volumes de chuva”, explica a engenheira agrônoma Milena Bandeira de Mello, professora do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), acrescentando que especialmente os estados de Alagoas e Sergipe, têm a primavera caracterizada pela predominância de um tempo mais seco, sobretudo na região do Sertão.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) o crescimento populacional deverá se estabilizar por volta do ano de 2100 quando deveremos estar com uma população de 11 bilhões de pessoas, ou seja, 40% a mais do que temos hoje. Essa densidade populacional é uma das causas das mudanças climáticas, mas a principal causa é a alta emissão de gases de efeito estufa, com o avanço da produção industrial em países como China, Índia, Estados Unidos e o bloco da União Europeia, responsáveis por cerca de 51,2% dos gases poluentes emitidos no mundo.
Asscom | Grupo Tiradentes