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Dia Nacional do Surdo: ensino superior e a inclusão de pessoas com deficiência 

Para Christian de Andrade, estudante do curso de Educação Física da Unit, a data enfatiza as lutas e auxilia na quebra de tabu e preconceitos. 

às 19h36
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Christian de Andrade, acadêmico do curso de Educação Física da Universidade Tiradentes, nasceu surdo. Durante a gestação, a mãe foi acometida pela Rubéola o que fez com que o estudante tivesse a perda auditiva. Ao longo do tempo, foram muitos desafios e, também, muitas conquistas.

No 4° período da graduação, o estudante destaca a importância da instituição de ensino e o apoio para esta nova fase. “A Universidade Tiradentes tem essa aceitação e esse respeito comigo. Existe essa pluralidade para os deficientes visuais, cadeirantes, prestando essa acessibilidade, aceitação e respeito pela diversidade”, comenta o aluno.

A Unit conta o Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial para o auxílio e atendimentos de estudantes e colaboradores com deficiências, síndromes e transtornos. “Eu já sabia que a Unit contava com toda estrutura, além dos intérpretes que é muito importante para a minha acessibilidade. Durante as aulas, o professor passa o conteúdo e o intérprete faz essa interpretação para que eu tenha acesso ao conhecimento”, enfatiza Christian.

O professor Marcelo Rezende, docente do curso, fala sobre a experiência durante as aulas. “É uma felicidade muito grande. A gente sempre fala que o professor aprende constantemente e estou aprendendo. O Christian nos traz esse aprendizado e, nós, enquanto docentes temos que estar abertos a essas novas experiências. Além disso, é um desafio nosso participar desse processo de ensino-aprendizagem e observar o acadêmico desenvolvendo suas atividades”, garante.

Para celebrar diversas conquistas, a lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008, instituiu o Dia Nacional dos Surdos em 26 de setembro. A data é uma homenagem à criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro, que atualmente é conhecida como INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).

“A data é muito relevante para lutar e quebrar tabus. Acredito que temos muito que avançar para nos tornarmos uma sociedade mais consciente e quebrar a grande barreira linguística que existe apesar das conquistas. É importante para que a sociedade perceba que nós surdos somos capazes e não queremos que nos vejam como coitados”, salienta.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – cerca de 10 milhões de pessoas, ou seja, 5% da população brasileira é surda. O Ministério da Educação identificou 5 978 pessoas com deficiência auditiva sendo 2 235 surdas. Desse total, em torno de 5% chegam ao ensino superior.

NAPPS 

Desde 2010, o Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial – NAPPS – atende estudantes surdos. Atualmente, conta com quatro intérpretes de libras.

“Não é apenas a existência do intérprete de Libras, mas a interação destes com os docentes e discentes, gerando mudanças atitudinais. Além disso, nossos intérpretes atuam em eventos institucionais e nos eventos em que a instituição de ensino é parceira”, declara a coordenadora do NAPPS, Kátia Araújo.

“Temos também uma psicopedagoga que faz a discussão quanto aos aspectos metodológicos que favoreçam o processo de aprendizagem dos alunos”, frisa.

Para a professora Kátia Araújo, é preciso falar sobre a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior. “O assunto é relevante para reduzir as barreiras sejam comunicacionais ou atitudinais. É preciso dar visibilidade além de efetivar o que está garantido pela lei brasileira de Inclusão, Lei n.13.146 de 6 de julho de 2015”, assegura.

Especialista em Tradução e Interpretação de Libras e colaboradora da Unit, Elisana Alves, acredita que a sua atuação é muito importante para os acadêmicos.

“Considero o meu trabalho de grande importância pois fazemos a mediação entre o professor – aluno surdo e vice-versa, alunos ouvintes – surdos”, diz.

“O mais gratificante é poder possibilitar a interação dos surdos tanto com os alunos quanto com o professor e saber que através da interpretação ele se faz entender, ou seja, proporcionar acessibilidade linguística que os surdos tanto lutaram para conseguir e ainda tem tanto a conquistar”, finaliza a intérprete.

 

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