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As possibilidades e desafios da educação em tempo integral

O modelo integral já é realidade em muitas redes escolares do país; maior tempo na escola traz a necessidade de significar mais aprendizagens para o aluno

às 21h50
A educação básica em tempo integral é a jornada de um estudante que permanece em atividades escolares por mais de sete horas diárias (Unsplash)
A educação básica em tempo integral é a jornada de um estudante que permanece em atividades escolares por mais de sete horas diárias (Unsplash)
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A expansão na oferta da jornada expandida vem sendo apresentada como estratégia para o avanço educacional no país. Um decreto assinado em março deste ano pelo governo federal, o 10.656/2021, regulamentou a educação básica em tempo integral como sendo a “jornada escolar de um estudante que permanece na escola ou em atividades escolares por tempo igual ou superior a sete horas diárias ou a trinta e cinco horas semanais, inclusive em dois turnos, desde que não haja sobreposição entre os turnos, durante todo o período letivo”.

O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que a quantidade de alunos matriculados em período estendido deve representar 25% do total até 2024. O modelo já é realidade em muitas unidades escolares do país, tanto do ensino privado quanto nas redes públicas. O desafio delas é transformar esse período maior que os estudantes passem na escola em possibilidade efetivas de avanço da aprendizagem e do pleno desenvolvimento da cidadania. A educação de qualidade é o ponto de partida para alcançar os demais direitos humanos e sociais.

Jornada estendida

Mas somente o tempo de ensino ampliado não é suficiente para que os estudantes possam aprender e desenvolver habilidades. A carga horária extra deve possibilitar a ampliação da formação dos estudantes, sendo esse o seu objetivo principal. O maior tempo que o aluno vai passar na escola deve representar qualidade proporcional do aprendizado, com maior autonomia do estudante.

O período estendido precisa ser integrado a uma proposta pedagógica que não trabalhe apenas conhecimentos curriculares, mas seja acompanhado da prática de valores, do estímulo ao relacionamento social e ao respeito à própria subjetividade.

Educação integral

Além do acréscimo de horas à rotina dos estudantes, que caracteriza as escolas de tempo integral, é preciso marcar um conceito que gera alguns enganos. A ideia de uma educação integral vai muito além desse aumento do tempo. Ou seja: ela pode ser aplicada em tempo integral, mas seus significados não são exatamente iguais.  

O ensino integral diz respeito a estender as aprendizagens para espaços além da sala de aula ou mesmo a escola. Ela também repensa o modo de aprendizagem, para que a escola proporcione um método de ensino ampliado. É preciso considerar o desenvolvimento integral dos estudantes, uma vez que o desenvolvimento cognitivo deve ser visto como tão importante quanto o afetivo, o físico e o social de todos os envolvidos no processo.

Investimento nos profissionais

O investimento nos profissionais responsáveis pelas atividades de uma escola de tempo e ensino integral é ponto base para a efetivação eficaz do modelo. Os desafios são imensos para os profissionais da educação básica, especialmente os pedagogos, na missão de conceber metodologias de ensino, acesso a diferentes conhecimentos, além do estímulo à participação desses estudantes.  

A relação entre educação integral e tempo integral no processo de construção de conhecimento requer diálogo entre educadores e alunos, para que os impactos do tempo estendido na formação dos educandos sejam efetivos e positivos. Além disso, seus resultados devem ser perceptíveis dentro e fora da escola, incluindo outros espaços como lugares nos quais a educação integral também pode acontecer.

Asscom | Grupo Tiradentes

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