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Vacina brasileira contra a monkeypox é desenvolvida

Imunizante é pesquisado pela UFMG e pela Fiocruz, a partir de material biológico doado pelos EUA; Anvisa já liberou a importação temporária de antiviral e outra vacina

às 21h00
Material biológico que será utilizado em pesquisas para o desenvolvimento da vacina 100% brasileira contra a monkeypox (Raphaella Dias/UFMG/MCTI)
Material biológico que será utilizado em pesquisas para o desenvolvimento da vacina 100% brasileira contra a monkeypox (Raphaella Dias/UFMG/MCTI)
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Avançam as possibilidades de tratamentos e vacinas contra a monkeypox, também conhecida como “varíola dos macacos”. Cientistas brasileiros já iniciaram estudos para o desenvolvimento de uma vacina nacional contra a nova doença, a partir de materiais do vírus causador da doença. No último dia 5, equipes do Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) receberam um material biológico chamado de “sementes do vírus vacinal”. 

A partir desse material, doado por uma agência de pesquisas dos Estados Unidos, os pesquisadores pretendem desenvolver o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) a ser usado como matéria-prima para a fabricação do imunizante. Com o avançar positivo destes estudos, será possível a produção desta vacina sem a necessidade de importar insumos. A pesquisa do CTVacinas está sendo realizada em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que já produz totalmente no Brasil outras vacinas, a exemplo da que combate a Covid-19. 

Esta não será a primeira vacina contra a monkeypox. No final do mês de agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a importação da vacina Jynneos/Imvanex, desenvolvida por empresas da Alemanha e da Dinamarca, que já foi aprovada por agências reguladoras de saúde americanas e europeias. O imunizante, destinado a adultos acima de 18 anos, se baseia em exemplares modificados e enfraquecidos do chamado vírus vaccinia, que é da mesma família de vírus do monkeypox

A dispensa do registro da vacina vale por seis meses, mas a expectativa é de que ela também seja aprovada pela Anvisa, a depender das análises que busquem confirmar a efetividade do produto. 

Medicamento

Na mesma decisão que liberou a vacina Imvanex, a Anvisa liberou temporariamente o antiviral Tecovirimat, desenvolvido pela farmacêutica americana Catalent Pharma Solutions. O Ministério da Saúde brasileiro já recebeu 12 tratamentos doados pelo laboratório e tenta adquirir outros lotes, tanto por importação direta do fabricante quanto por meio de uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O Tecovirimat é, até o momento, o único remédio específico contra a varíola, indicado para pacientes com risco de desenvolvimento de formas graves da monkeypox. A Agência Europeia de Medicamentos já autorizou seu uso para o tratamento de monkeypox, enquanto a Agência Americana de Alimentos e Medicamentos (FDA) liberou o seu uso compassivo para casos específicos. O medicamento também não tem registro no Brasil. 

A doença

A liberação da importação da vacina e do antiviral levaram em conta o Estado de Emergência Global decretado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em razão da rápida disseminação da monkeypox. Ela é transmitida pelo contato próximo ou íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele, através de abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pela pessoa infectada. 

Os sintomas principais da doença são, além das lesões de pele, o aparecimento de ínguas, febre, fraqueza, calafrios, dores no corpo e na cabeça. Caso a pessoa apresente algum destes sintomas, a orientação é de que ela procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação, além de evitar o contato próximo com outras pessoas. Até o último domingo, 11, o Brasil registrou 6.033 casos confirmados da “varíola dos macacos”, com duas mortes (uma em Minas Gerais e outra no Rio de Janeiro). 

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde

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