As profissões voltadas à área conhecida como economia verde estão entre as mais procuradas por jovens. É o que aponta uma pesquisa realizada pela consultoria global Accenture, com pessoas de 15 a 39 anos. Ela revelou que 88% desse público deseja trabalhar com este ramo nos próximos dez anos, e que a expectativa desses jovens é pelo alcance desse objetivo em até cinco anos.
Esse olhar atento ao setor não é por acaso, mesmo porque esse público busca referências como relevância no mercado e a preocupação das empresas quanto à sustentabilidade. Fatores esses que são fundamentais, inclusive, na busca por oportunidades de trabalho.
“É muito comum entre a nova geração pesquisar muito bem o perfil de uma empresa, antes mesmo de enviar um currículo. Há jovens talentos que se não se identificarem com o posicionamento de determinada empresa sobre causas ambientais, preocupação com sustentabilidade, movimentos sociais, entre outros aspectos, simplesmente, nem enviam currículo, e muito menos estão dispostos a participar de um processo seletivo”, revela Janaína Machado, gerente do Tiradentes Carreiras.
O desafio nessa empreitada ocorrerá na medida em que as empresas se tornem ambientalmente responsáveis, criando assim, postos de trabalho focados nas novas demandas da sociedade. Esse é considerado um caminho sem volta. Para se ter ideia, uma publicação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta que até 2030, 7,5 milhões de empregos vão desaparecer na América Latina por conta das mudanças nos setores e da digitalização das indústrias.
No entanto, o cenário mostra um enorme potencial de crescimento de oportunidades de trabalho – 22,5 milhões – ligadas à construção de infraestrutura verde e à criação de soluções tecnológicas limpas. Só no Brasil são mais de 1 milhão para funções altamente especializadas, além de 8 milhões para categorias de baixo perfil e especialização média.
E quais serão os empregos inovadores da economia verde? Segundo a pesquisa, entre as profissões do futuro nesta área estão: engenheiro de biocombustível; engenheiro agrônomo de biodinâmica (analisa como o movimento de energia, estrelas e lua impacta a agricultura e as plantas); engenheiro de biopolímeros (combina ciência marinha com polímeros para soluções plásticas alternativas); nanotecnologista (usa nanotecnologia e materiais nano para soluções sustentáveis); desenvolvedor de software verde, além de tecnólogo ambiental (explora tecnologias ambientais como materiais e embalagens sustentáveis).
Muitas empresas estão sinalizando seu compromisso com a sustentabilidade. Um estudo realizado a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que 51% dos CEOs da América Latina dizem priorizar a adoção de metas de sustentabilidade alinhadas com a Agenda 2030 (redução de 50% da emissão de gases de efeito estufa).
“É necessária entre a maioria das empresas uma mudança profunda de mentalidade, cultura e valores para fortalecer o DNA verde. O passo seguinte é criar empregos verdes para impulsionar a inovação. Isso porque profissionais com mentalidade sustentável trarão um novo olhar para os desafios da empresa, encontrando soluções verdes e inovadoras para suas demandas”, analisa Janaína.
Asscom | Grupo Tiradentes