Em comemoração ao centenário de nascimento do artista plástico José Lima, o Memorial do Poder Judiciário de Sergipe, o Acervo Afetivo Artista Plástico José Lima, no dia 29 de setembro. Baiano de berço, carioca de profissão e sergipano por amor, “il summo pittore sacro” do Brasil, segundo o jornalista Carlos Oliva, era também conhecido como “O Pintor das Igrejas”.
Detentor de reconhecida eloquência temática que resume suas telas, destaca-se a espontaneidade artística aliada a uma impecabilidade técnica, cujos traços se afiguram num aprimoramento elevado que podem ser vistos nos interiores sacros brasileiros retratados pelo Artista, inclusive, de cidades sergipanas como São Cristóvão e Estância.
“Verdadeiros registros históricos, nos quadros de José Lima é possível reconhecer ambientes religiosos, internos e externos, de cidades da Bahia, de Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro e, especialmente, de Sergipe, Estado que chamava de ‘meu lar’”, explica o responsável técnico pelo Acervo Afetivo Virtual de José Lima, José Pedro de Brito Filho.
Além das pinturas singulares, José Lima também assinou a decoração de seis templos em diversos Estados, sendo marcos de grandiosidade a Catedral de Nossa Senhora da Guia, em Patos na Paraíba, e a Igreja de São Januário e Santo Agostinho no Rio de Janeiro.
Acervo Virtual
No dia 29 de setembro, foi lançado o “Acervo Afetivo Virtual” de José Lima. “O Acervo Afetivo Virtual de José Lima tem a função social de compartilhar, ao amplo público, a vida e a obra do Artista Plástico, sob a forma de exposições narrativas e visuais, de modo a tornar acessível e popularizar esse conhecimento. Tendo como principal objetivo ser registro fidedigno de José Lima, como fonte legítima e confiável de pesquisa, o website é referência biográfica, acervo colaborativo e repositório virtual da sua arte e do seu legado”, explica
Admirador
Admirador e mantenedor da bela arte de J. Lima, o reitor da Unit, Jouberto Uchôa de Mendonça, mantém parte do acervo físico do artista. “O apreço sempre permeou a amizade entre o professor Uchôa e José Lima. No ano de 1985, o professor prestou homenagens a José Lima, através da indicação ao Título de Cidadão Aracajuano e com uma exposição individual na Galeria Álvaro Santos com o nome de II Mostra de Arte Tiradentes. Essas iniciativas reafirmaram em Sergipe o reconhecimento da maestria e grandiosidade da arte de José Lima”, relembra.
Para o reitor, a obra do artista atravessa o tempo. “A arte expressa valores imensuráveis, arrebata sentimentos e valoriza costumes visando a construção de uma sociedade mais sensível aos seus semelhantes. É com muito orgulho que na Biblioteca Central da Universidade Tiradentes, no Campus Aracaju Farolândia, preservamos grande parte da memória de Sergipe. Assim, toda a comunidade pode apreciar importantes peças artísticas, tais como as de José Lima dos Santos, mais conhecido como José Lima ou J. Lima”, diz.
“Ao centenário deste legítimo intérprete da Arte Sacra no País, registro aqui nossos sinceros agradecimentos, em nome de todos que fazem parte da Universidade Tiradentes, pela eloquência depositada em suas belas artes e pela sensibilidade artística de suas criações que lhe fez ser imortal em nossa história”, acrescenta o reitor da universidade.
O artista
J. Lima, pintor versátil, autor de tantas obras-primas em óleo sobre tela, premiado diversas vezes nos Salões Nacionais de Belas Artes do Rio de Janeiro, criador inconteste de consagradas decorações em seis igrejas, desde aquela mais modesta da sua terra natal, o Distrito de Altamira – Conde – Bahia, aos 600 m² da Igreja de São Januário e Santo Agostinho no Rio de Janeiro. Singular na sua arte, era um artista em busca daquela parcela de perfeição que emana somente do Supremo Criador.
Leia também: Copa do Mundo 2022: brasileiros estão na expectativa para a conquista do hexa