Com certeza, quando estava rolando aquela playlist aleatória, já apareceu uma música que não dava para identificar se é rap ou música eletrônica, com elementos sonoros disformes, mas que dá aquela vontade de dançar e se balançar. Esse ritmo que vem ganhando espaço e chegando ao topo das paradas de sucesso é o trap music.
No mundo, sua origem se deu na cidade de Atlanta, no sul dos Estados Unidos, em meados dos anos 90, e assim como o rap e o hip hop, o trap tem seu nascimento nos guetos, nas chamadas trap house. O gênero musical se consolidou nos anos 2000 com o produtor musical, compositor e empresário americano, DJ Paul, que utilizava uma caixa Roland TR-808, para fazer experiências sonoras com a finalidade de criar efeitos distorcidos.
A palavra trap tem sua tradução para o português como armadilha, cilada ou arapuca, o que reforça o enredo das suas letras. As canções trazem à tona a negligência para com as classes mais pobres. Essa situação é cantada e por isso tem a violência, a desigualdade social, o consumo de drogas, e as emoções dessa comunidade como tema. A ostentação de marcas famosas, brilhantes e ouro por parte dos trapstars também é uma característica marcante desse estilo musical.
Vale salientar que o trap não é uma expressão artística estática, possui subgêneros. Dentre eles está o trap latino que mistura elementos da música latina à agressividade da batida. Outro exemplo é o emo trap que possui elementos mais emotivos em suas letras, e algumas batidas mais ligadas ao rock.
Trap no Brasil
No Brasil, a origem do trap não é uma decisão unânime. Uns dizem que o início foi com Raffa Moreira e Klyn, na cidade de Guarulhos (SP). Em paralelo, há quem diga que foi a cidade de Vitória (ES), o celeiro do trap nacional com o coletivo Red Room, composto por Naio Rezende, Luanna, WC, NOX Cachorro Magro e outros associados.
O que se sabe é que o consumo do ritmo tem aumentado, principalmente entre os jovens de 15 e 25 anos. O Spotify, plataforma de streaming conhecida mundialmente, publicou uma pesquisa que analisa o consumo musical entre os anos de 2016 e 2019, nesse período foi comprovado um crescimento do trap de 61% entre os brasileiros.
Os números no Youtube também chamam a atenção, com artistas acumulando mais milhões de visualizações. Matuê, Sidoka, MC Igu, MC Taya são alguns nomes que estão ascensão nas paradas de sucesso nas plataformas digitais e que merecem ser escutados.
Asscom | Grupo Tiradentes