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O que é erisipela e como pode ser tratada?

A erisipela é um processo infeccioso da pele que pode ocorrer em pessoas de qualquer idade e afeta, principalmente, os membros inferiores.

às 11h11
Foto: MD/Saúde
Foto: MD/Saúde
Imagem: MD/Saúde
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Erisipela é um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado pela bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A, mas pode também ser causada por Haemophilus influenzae tipo B, que penetram através de um pequeno ferimento na pele ou na mucosa, como picadas de insetos e micoses. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação das veias dos membros inferiores. 

A maior parte das bactérias que causam a erisipela são comuns e existem até na nossa pele, mas geralmente elas precisam dessas “portas de entrada” para penetrar o organismo. Algumas condições também facilitam a infecção. Pessoas com excesso de peso, portadoras de diabetes não compensado, de insuficiência venosa nos membros inferiores, cardiopatas e nefropatas com problemas de circulação nas pernas, pessoas com baixa imunidade ou com doenças crônicas debilitantes são mais vulneráveis.

Os primeiros sintomas podem se instalar precocemente: febre alta, tremores, mal-estar, náuseas e vômitos. Na maioria dos casos, a lesão tem limites bem definidos e aparece mais nos membros inferiores. Embora menos frequente, ela pode localizar-se também na face e está associada à dermatite seborreica.

A localização mais frequente é nos membros inferiores, na região acima dos tornozelos, mas pode ocorrer em outras regiões como face e tronco. No início, a pele se apresenta lisa, brilhante, vermelha e quente. Com a progressão da infecção, o inchaço aumenta, surgem as bolhas com conteúdo amarelado ou cor de chocolate e, por fim, a necrose da pele. É comum o paciente queixar-se de aumento dos gânglios linfáticos na virilha.

Tratamento

Sem tratamento e, principalmente, em pacientes imunodeprimidos, a doença pode evoluir para a forma de erisipela bolhosa, que acomete camadas mais profundas da pele e começa a destruir gordura e músculos. A progressão pode levar a amputações ou a quadros de sepse, que oferecem risco de morte.

O tratamento é uma combinação de várias medidas realizadas ao mesmo tempo e só deve ser administrado pelo médico:

  • Uso de antibióticos específicos para eliminar a bactéria causadora;
  • Redução do inchaço, fazendo repouso absoluto com as pernas elevadas, principalmente na fase inicial. Pode ser necessário o enfaixamento da perna para que desinche mais rapidamente;
  • Fechamento da porta de entrada da bactéria, tratando as lesões de pele e as frieiras;
  • Limpeza adequada da pele, eliminando o ambiente propício para o crescimento das bactérias;
  • Uso de medicação de apoio, como antiinflamatórios, antifebris, analgésicos e outras que atuam na circulação linfática e venosa.

Prevenção

As crises repetidas de erisipela podem ser evitadas através de cuidados higiênicos locais, mantendo os espaços entre os dedos sempre bem limpos e secos, tratando adequadamente as frieiras, evitando e tratando os ferimentos das pernas e tentando manter as pernas desinchadas. Deve-se evitar engordar, bem como permanecer muito tempo parado, em pé ou sentado. O uso constante de meia elástica é uma grande arma no combate ao inchaço, bem como fazer repouso com as pernas elevadas sempre que possível.

  • Siga rigorosamente o tratamento prescrito para evitar as crises de repetição. Mal controlada, a erisipela pode ter consequências graves;
  • Enxugue bem os vãos entre os dedos dos pés para evitar a proliferação de fungos. Eles podem provocar lesões por onde penetrará a bactéria causadora da erisipela;
  • Varie o calçado que você usa no dia a dia para não facilitar  o desenvolvimento de micoses e outras condições que podem lesionar a pele e abrir caminho para as bactérias;
  • Lembre-se que o portador de diabetes, esteja a doença compensada ou não, pode perder parte da sensibilidade nos pés, o que os torna mais suscetíveis a ferimentos e infecções pelo estreptococo. Se não conseguir examiná-los sozinho, pelo menos uma vez por semana, peça ajuda para verificar se não há sinal de micose entre os dedos, bolhas, pequenos cortes ou calosidades que possam transformar-se em porta de entrada para bactérias. A escolha dos calçados deve ser criteriosa;
  • Use meias elásticas para reduzir o edema das pernas;
  • Não se automedique; ao perceber os sintomas iniciais da erisipela, procure assistência médica para diagnóstico e tratamento;
  • Tente manter o peso nos limites recomendados.

 

*Com informações de Drauzio Varella e Ministério da Saúde

 

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