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Maio Roxo: mês de alerta para doenças inflamatórias intestinais

A campanha Maio Roxo tem objetivo de chamar atenção para a importância do diagnóstico precoce de Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs)

às 17h40
Imagem: Freepik
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Professora do curso de Medicina, Msc. Leda Delmondes
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Durante o mês de maio é divulgada a campanha para chamar atenção ao diagnóstico precoce de doenças de Crohn e retocolite ulcerativa, também conhecidas como Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). A data mais importante é o 19 de maio, Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (World IBD Day). 

As Doenças inflamatórias intestinais (DII) foram descritas em 1932 por Dr. Burrill B. Crohn. Sabe-se que além do mecanismo imune, tem componente genético, processo inflamatório e o contato com o meio externo. 

Para a professora do curso de Medicina, Msc. Leda Delmondes, é importante aproveitar a campanha para conscientizar a população a respeito das doenças inflamatórias intestinais. “Por meio das campanhas idealizadas, podemos orientar sobre os cuidados para melhorar a qualidade de vida dos portadores das doenças inflamatórias intestinais”, afirma.

As doenças inflamatórias intestinais, muitas vezes silenciosas, podem ser leves, moderadas ou evoluir para casos severos, levando inclusive à morte. Os sintomas mais comuns das doenças inflamatórias intestinais são: dor abdominal, diarreia, perda de peso e sangramento retal. Embora as DIIs sejam crônicas, ou seja, não têm cura, atualmente existem tratamentos eficazes que permitem que os pacientes portadores das doenças intestinais tenham uma vida com qualidade e produtiva. “Estão incluídas nas DII a retocolite ulcerativa, que acomete o intestino grosso e reto, e a doença de Crohn, que pode atingir todo o trato digestório, desde a boca até o ânus”, destaca. 

Diagnóstico

No mundo, existem 5 milhões de pessoas portadoras de DII. Uma pesquisa desenvolvida aqui no Brasil, com dados do Datasul, observou que triplicou entre os anos 2008 a 2017 e aumentou quase 15% nos últimos anos. O aumento no número de casos tem ocorrido nos países em desenvolvimento e, no Brasil, alguns estudos regionais mostram também um aumento no número de casos, sendo uma prevalência maior de Doença de Crohn em comparação com a RCUI. 

“Existe no Brasil a Associação Brasileira de Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn, e, em Sergipe, temos a Associação de Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais (ADIISE).  Para atender os 75 municípios do nosso estado, contamos com dois ambulatórios especializados em DII, ambos em Hospitais Universitários Federais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um em Aracaju e o outro no interior, na cidade de Lagarto. No Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (CASE), que é o responsável por toda demanda de cadastro e distribuição de medicamentos de alto custo em todo Estado, há aproximadamente dois mil pacientes cadastrados para serem tratados”, destaca. 

Em sua perspectiva como médica, Leda destaca a importância do diagnóstico precoce. “É preciso lembrar que a verdadeira Medicina está na prevenção. A medicina cura muito pouco, na realidade tratamos os sintomas. Ou seja, tratamos os efeitos da hipertensão arterial, os sintomas da diabetes mellitus, o sangramento intestinal, a diarreia ou a infecção. Precisamos lembrar que as doenças são originadas de algum desajuste orgânico devido a perda da homeostase/equilíbrio de um sistema. Por isso o diagnóstico precoce torna-se importante. Sintomas com dor abdominal e diarreia crônica são os principais sintomas e que devem ser avaliados pelo especialista”, frisa.

As doenças inflamatórias intestinais podem acometer qualquer idade, principalmente jovens em fase fértil e adultos a partir de 50 anos e independe do sexo. “Trata-se de uma doença de caráter inflamatório com períodos de remissão e exacerbação. Quanto mais precoce é o diagnóstico melhor o prognóstico, ou seja, previne-se as complicações. O diagnóstico da DII é feito por uma boa avaliação clínica, através da anamnese e exame físico, colonoscopia, exames laboratoriais, biópsia e radiológico”, explica.

Alimentos inflamatórios 

Não se sabe ao certo o que provoca a inflamação no intestino. Mas existem quatro pontos importantes a se pensar ao diagnosticar e tratar uma DII, que são: mecanismo imune, o componente genético, o processo inflamatório e o contato com o meio externo. Mas, nenhum desses fatores sozinho, ou mesmo o stress, ou alguma comida, provocam o surgimento das doenças.

Para evitar a inflamação intestinal é preciso ter o controle de alimentos e dieta com alto valor calórico e vitaminas. Doces e frutas com alto grau de açúcar exacerbam a atividade da doença em muitas pessoas. Pão branco, pão de forma e comidas altamente condimentadas não fazem parte da dieta para pacientes com doença de Crohn e deveriam ser substituídos por alimentos com alta quantidade de fibras. 

“O tratamento é individualizado para cada doença e formas como ela se apresenta. Há seis tipos de drogas que são comumente usadas para tratar a DII. Algumas delas fazem com que a doença ativa (crise) volte para a fase inativa (remissão). Outras, mantêm a doença sob controle (manutenção da remissão). Às vezes, a mesma medicação é usada para ambas as funções. Como são doenças que não há cura, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e das complicações”, conclui.

 

Com informações do Tua Saúde

 

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