A Universidade Tiradentes (Unit) e a Sociedade Sergipana de Pediatria (Sosepe) promoveram nesta quinta-feira, dia 31, no auditório do Bloco G do Campus Farolândia, um evento de encerramento da campanha Agosto Dourado, voltada para promover e incentivar o aleitamento materno. Foram duas mesas-redondas sobre o tema “Perspectivas das mães trabalhadoras”, que contempla o foco escolhido para a campanha deste ano: as políticas públicas e direitos garantidos em lei para assegurar a amamentação adequada das crianças.
O evento teve uma grande participação de professores, estudantes e residentes dos cursos das áreas da saúde, além de gestores, profissionais de saúde, mães trabalhadoras e empresas que apoiam a amamentação. “Foi um encerramento belíssimo, com o auditório repleto de alunos que são nossos grandes semeadores das boas práticas, tendo o aleitamento materno como a que mais impacta na saúde materna e infantil”, comemora a professora Izailza Matos, docente do curso de Medicina da Unit e supervisora do internato de Pediatria.
Na abertura, a secretária municipal de Saúde de Aracaju, Waneska Barbosa, destacou os benefícios da amamentação para a saúde das crianças e o engajamento dos cursos de saúde da Unit no Agosto Dourado. “É muito importante a universidade estar envolvida nesse processo de conscientização das mulheres e de toda a sociedade sobre a importância de toda mulher ter esse momento de amamentação e de garantir esse momento, porque é um benefício para a mulher, para a criança e para toda a família. A gente precisa lutar para quebrar esses paradigmas. Toda mulher tem o direito de amamentar sua criança durante os seis primeiros meses, porque isso vai trazer saúde para seu filho”, afirmou.
O tema principal do evento foi abordado na primeira mesa-redonda, com a participação da advogada Carolina Teixeira de Menezes, da promotora Maria Lilian Carvalho, representante do Ministério Público de Sergipe (MPSE); e da médica neonatologista Manuela Souza Santana, da Maternidade Municipal Lourdes Nogueira. Já a segunda mesa-redonda abordou os desafios das famílias para conciliar trabalho e amamentação, além da diversidade de etnias, culturas e gêneros envolvidas em experiências com a causa. Ela teve a participação de profissionais de saúde e de casais representando comunidades como a negra, a indígena, a cigana e a LGBTQIA+.
Entre os principais direitos previstos em lei para garantir a amamentação para as mães trabalhadoras, está o de 120 dias de licença-maternidade para empresas privadas, que pode ser estendida para 180 em empresas e instituições que aderiram ao Programa Empresa Cidadã. Também existe o direito a dois descansos de meia hora até o sexto mês de vida do seu bebê, podendo chegar meia hora depois ou sair meia hora antes da jornada de trabalho. E acrescenta-se a reserva de salas especiais de apoio à amamentação, estruturadas com poltronas, pia e freezer, para a retirada e estocagem do leite materno da mulher durante a jornada de trabalho.
Balanço positivo
Izailza destaca que o Agosto Dourado teve uma repercussão bastante positiva em Sergipe, ajudando a orientar e esclarecer a todos sobre aspectos legais que garantem o direito à amamentação para todas as mães e crianças. “É importante que se dissemine conhecimento sobre as leis, só podemos reivindicar se soubermos quais são os nossos direitos. Tivemos advogados e promotores públicos nos orientando sobre as leis que protegem os pais que trabalham”, disse ela.
Entre as outras iniciativas realizadas ao longo do mês, estão a realização do “Trem Dourado” em hospitais e maternidades da capital e do interior; a divulgação das salas de apoio a amamentação como ponto de apoio para as mães que retornam e querem continuar amamentando; e o lançamento de um selo dos Correios em homenagem ao Agosto Dourado, representando as mães que amamentam. Em nível nacional, destaca-se o anúncio do Ministério da Saúde de um projeto para a criação das salas de apoio em Unidades Básicas de Saúde (UBS), auxiliando as mães trabalhadoras de empregos informais.
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