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“Acredito que meu propósito era estar ali”, diz estudante sobre internato no HAOC

Deborah Esteves Carvalho, ressalta como o Internato Médico foi uma experiência única e enriquecedora

às 20h41
A estudante de Medicina, Deborah Esteves Carvalho, conta sua experiência no HAOC
A estudante de Medicina, Deborah Esteves Carvalho, conta sua experiência no HAOC
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O internato representa um elemento crucial no processo de formação médica, proporcionando aos estudantes a base essencial para o atendimento ao paciente. Este período marca a transição significativa da posição de estudante para a de futuro médico, oferecendo aos alunos a valiosa oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido durante sua jornada acadêmica. 

É durante esse estágio que os médicos em formação têm a oportunidade de desenvolver e aprimorar habilidades fundamentais necessárias para o exercício da medicina. Pensando nisso, a estudante do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), Deborah Esteves Carvalho, participou durante um mês do Internato Médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo.

Para a estudante, participar do Programa é uma oportunidade de abrir os horizontes e fazer networking. “Em minha cidade e para minha família, São Paulo é considerada a terra das oportunidades, dos sonhos e desejos. Quando falamos do serviço assistencial hospitalar o parâmetro é ainda mais alto, seja da parte assistencial, como também acadêmica e de pesquisa. O programa do Oswaldo Cruz foi uma oportunidade de viver esse serviço e tudo que a cidade tem a oferecer, do ponto de vista técnico para minha profissão, e em um dos maiores hospitais e serviços do Brasil”, destaca. 

Ela explica que o processo seletivo foi realizado por meio de análise curricular.  “Do ponto de vista burocrático foi bem justo e extremamente eficiente, tendo em vista a rápida análise e resultado final. Acredito que o que mais influenciou, no meu caso, foi o medo. Muitas das vezes perdemos oportunidades pelo medo de tentar e duvidarmos de nós mesmos, mas como em outros momentos analisei sabiamente a oportunidade e por que não. Decidi acreditar em mim, realizar a minha inscrição e torcer, e a partir dali foi só o início de muitos aprendizados que estavam por vir”, frisa. 

Sendo uma grande oportunidade curricular, a estudante afirma ter ficado bastante empolgada ao receber a confirmação da sua participação no Internato. “Mesmo com o receio da inscrição, eu sabia que existiria uma forte chance de ser aprovada, principalmente pela análise estratégica que realizei referente ao edital e pontuação curricular. Contudo, o resultado me trouxe um sentimento que por muito tempo estava esquecido, o ‘eu sou capaz’ que eu precisava para perder o medo e confiar em todo trabalho árduo durante a graduação. Foi um misto de emoções, a alegria pela oportunidade, o entusiasmo pelo novo e o medo, mais uma vez, passar um mês em uma cidade grande, a qual eu só ouvia falar”, conta. 

Vivências no internato

Durante o mês que esteve no Programa, Déborah aproveitou a oportunidade para entrar de cabeça na experiência acadêmica. “Eu tive a honra de acompanhar a área da oncologia, uma das especialidades mais fortes no HAOC. O hospital possui quatro andares designados para pacientes oncológicos e um bloco somente para essa área. O HAOC está dentro de um dos melhores serviços de oncologia do estado e do Brasil”, destaca. 

A estudante comenta que durante a graduação teve pouco contato com a área da oncologia, mas ainda assim teve a oportunidade de atender pacientes oncológicos dentro de especialidades específicas, a exemplo, cirurgia, clínica médica. “Contudo, sentia que faltava o olhar do médico especialista em cuidar desses pacientes, o cuidado integral e específico para a imensidão que é o paciente oncológico”, aponta. 

Para ela, essa vivência teve impacto no seu entendimento sobre o que é a comunicação com a equipe multidisciplinar e com os pacientes e acompanhantes. “Com brilho nos olhos e o coração grato e repleto de felicidade, falo com a maior certeza que foi uma das melhores experiências que tive na graduação e uma das maiores oportunidades na minha vida. Eu tive a oportunidade de conviver com pessoas admiráveis, seja do ponto de vista técnico, mas também humano. Dos médicos, aos enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, toda a equipe multidisciplinar, todos trabalhando em conjunto pelo bem do paciente. Pessoas humanas, que me receberam e me abraçaram como da casa, e que ajudaram a moldar a médica e pessoa que serei”, declara. 

Durante o internato no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Déborah teve a oportunidade de estagiar e conviver com pacientes nos mais variados momentos de vida. “Desde a descoberta de uma doença com risco de vida, do acompanhamento e tratamento em busca de um resultado tão almejado, até o início do fim. Eu acredito que nossas vidas são feitas de propósitos e eu tive a sorte de cruzar com pacientes e médicos que me ensinaram o que os livros não ensinam. Me ensinaram a escutar mesmo quando sons não são emitidos, me ensinaram a dar conforto e atenção aos mínimos detalhes, me reconectaram com a criança, vestibulanda e caloura do primeiro período da faculdade que tinha o sonho de ajudar”, diz. 

A estudante frisa que essa vivência teve impacto no seu entendimento sobre o que é a comunicação com a equipe multidisciplinar e com os pacientes e acompanhantes. “Mesmo quando não podemos curar, podemos dar conforto, o poder que tem um bom dia e a gratidão de um até logo. E mesmo que eu fale que não existem palavras que possam descrever o quão espetacular foi estar ali, a saudade que tenho de cada pessoa que cruzou o meu caminho falam por si. Acredito que meu propósito era estar ali, naqueles momentos, com aquelas pessoas, alguns que terei a oportunidade de encontrar futuramente e outros que serão para sempre memórias de gratidão”, ressalta. 

Sua rotina consistia em atividades em enfermaria e ambulatórios associadas a discussão de caso clínico com as equipes do hospital todo dia. “Cada dia da semana tinha uma especialidade específica em que os médicos se reuniam para debater casos específicos, desde a equipe da oncologia, cirurgia, radiologia, patologia, todos juntos para debater as melhores opções terapêuticas para aquele paciente”, conta.

Déborah ressalta os impactos positivos que o internato trouxeram para sua carreira acadêmica e profissional. “Hoje tenho um pouco de cada paciente e profissional que cruzou meu caminho ao longo desse um mês. A profissional que serei daqui a poucos meses terá sempre a lembrança e memória da necessidade e importância do acolhimento multiprofissional, do trabalho em equipe e do debate em busca do melhor para o paciente. Eu saí do HAOC com o desejo de retornar, em breve, a esse centro de excelência e a São Paulo. Tenho certeza que os próximos pacientes que cruzarem meu caminho irão receber um pouco de toda excelência, troca de conhecimento e conselhos que vivi nesses 30 dias, e de todo carinho e amor que recebi dos pacientes e seus familiares”, afirma. 

Chegando oficialmente aos últimos 100 dias da graduação, ela acredita que a universidade foi essencial no desenvolvimento de habilidades interpessoais e de equipe, principalmente devido a Metodologia Baseada em Problemas (Problem Based Learning – PBL). “Essa experiência só foi possível por causa dos profissionais que cercam a Unit e proporcionam a realização de tantos sonhos e também pela possibilidade de extensões acadêmicas. Atrelado a tudo isso, cresço também do ponto de vista ético e moral dentro dessa área tão singular que é a medicina, e não menos importante, na esfera integral e assistencialista em defesa do sistema único de saúde que nos cerca desde o primeiro momento da faculdade”, salienta. 

Em seus próximos passos, a futura médica revela que pretende trabalhar por um ano após se formar para retornar para São Paulo. “Lá irei construir minha base profissional, pretendo realizar residência em clínica médica e cuidados paliativos, além de seguir pelo âmbito acadêmico. Entre meus planos e objetivos para o futuro, pretendo retornar para o nordeste, em especial Aracaju para ajudar a melhorar a saúde do estado e dos pacientes do meu amado Sistema Único de Saúde (SUS). Tentarei todos os dias dar o meu melhor para aqueles que cruzarem meu caminho”, pontua.

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