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"A Cidade dos Pulmões Ofegantes": uma jornada pungente na pandemia da Covid-19

O Arquiteto e Professor Rooseman de Oliveira desvenda em seu novo livro uma realidade caótica e transformadora

às 14h01
Rooseman de Oliveira Silva- Arquiteto e professor da Unit
Rooseman de Oliveira Silva- Arquiteto e professor da Unit
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Imagine-se vivendo em uma cidade cinza, caótica e repleta de problemas, tornada ainda mais sufocante pela pandemia. Agora, acrescente a essa realidade o luto pela perda de uma pessoa muito querida. É nesse contexto que se desenrola “A cidade dos pulmões ofegantes: na pandemia da Covid-19”, terceira obra do arquiteto e professor Rooseman de Oliveira Silva, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit). Lançado oficialmente durante o encerramento do 1º Congresso de Arquitetura, Urbanismo e Design de Interiores (CAUD), no Campus Farolândia da Unit, o livro propõe uma ficção embasada em estudos e fatos reais.

Rooseman tem como objetivo apresentar o amplo contexto imposto pela pandemia, que além das mais de 700 mil mortes no Brasil entre 2020 e 2023, resultou no fechamento temporário de cidades inteiras, transformando as dinâmicas sociais e profissionais, acelerando tendências e agravando problemas relacionados à desigualdade, violência e ocupação urbana. “O livro é uma compilação de pesquisas que realizei nos últimos dois anos sobre como as pessoas reagiram dentro da cidade no contexto da pandemia”, destaca o autor.

A trama se desenrola entre 2020 e 2021, durante as medidas de isolamento impostas pela pandemia do coronavírus. Um ex-vigilante, cumprindo pena em uma penitenciária, é liberado para visitar a irmã, internada na UTI do ‘Hospital das Almas Sufocadas’, em estado grave devido à Covid. Ao sair da prisão, o personagem é informado do falecimento da irmã na UTI e decide ir ao enterro. Ao chegar no cemitério, ele rompe os lacres do caixão e descobre que o corpo é de outra pessoa.

“Ele parte em busca do paradeiro do corpo da irmã, perdido na ‘Cidade dos Suspiros Exaustos’, um lugar marcado por segregação, medo, violência e psicoativos… Estão em uma cidade cinza, sem jardins e repleta de problemas de gestão, infraestrutura e insegurança. Lá, eles terão que enfrentar tudo isso até encontrar o corpo. A pergunta é: será que vão encontrá-lo?”, provoca Rooseman.

Além de sua trama envolvente, o livro também proporciona uma visão da arquitetura e do urbanismo ao descrever os problemas da cidade fictícia, servindo como uma representação dos desafios reais enfrentados em praticamente todas as cidades brasileiras. “A cidade funciona como se fosse um cenário, porque você também respira com esse ‘pulmão ofegante’ dentro do ambiente urbanizado. O livro é uma ficção que revela a realidade que vivemos, a história que todos nós, de uma maneira geral, enfrentamos durante a pandemia”, ressalta o autor.

Para o coordenador de Pós-Graduação Strictu sensu da Unit, Marcos Wandir Nery, o livro de Rooseman é uma grande inspiração para refletir sobre as questões que englobam a pandemia.

“O professor despertou, a partir dos anos que vivemos confinados com a covid, uma veia literária. Ele já lançou três obras e sempre aborda uma temática preocupado com as repercussões, com o desdobramento do que foi nossa vivência com a covid. Neste momento, ele traz toda uma inspiração para que reflitamos sobre o que cada um de nós e nossas famílias vivemos nesse período. Já tem muitos anos de casa e agora está explorando uma veia que até então não havia sido revelada. E só quem ganha somos nós: a universidade, os alunos, a sociedade e o Brasil com uma literatura e muitos livros muito bem escritos que nos inspiram e nos prendem. Essa é a marca dele”, destaca.

O vereador de Aracaju (SE), Antônio Bittencourt e amigo de Rooseman também esteve presente durante o lançamento e enfatiza que a temática do livro é muito relevante, por abordar a cidade em um período bastante conturbado, com ações que alteraram completamente a vida das pessoas, modificando o cotidiano e causando impactos emocionais que ainda persistem em todos nós até hoje.

“Pelo que li nas apresentações e na introdução, ele faz uma leitura que apresenta essas mudanças em nossas vidas e as dificuldades enfrentadas pela própria cidade. A cidade é como um grande pulmão que todos nós precisamos respirar, em qualquer condição, como ele mesmo afirma. Procuro sempre lembrar que é preciso respirar, e o livro aborda os problemas que temos vivido, mas, sobretudo, nos faz perceber quão profundas foram essas experiências. Quando estamos no meio delas, tendemos a naturalizar, a normalizar, porque a vida precisa continuar, não é verdade? No entanto, acredito que é fundamental refletir sobre isso”, elenca.

Onde encontrar o livro

O livro “A cidade dos pulmões ofegantes: na pandemia da Covid-19” está disponível diretamente com o autor, através do telefone (79) 99964-1778 ou pelo Instagram: @rooseman_arquiteto.

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