Não é novidade que a imunidade é uma parte essencial do corpo humano. Composta e garantida por um amplo e complexo sistema de órgãos, tecidos, células e moléculas, ela tem a finalidade de garantir a proteção do nosso organismo contra a ação de elementos externos, como vírus, bactérias e outros microrganismos causadores de infecções e doenças.
A professora Maria Fernanda Malaman, supervisora do ambulatório didático do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), explica que, além da defesa contra os agentes infecciosos, o sistema imune tem a função de diferenciar entre células ou proteínas que não são próprias do corpo humano, bem como de destruir células aberrantes formadas durante a divisão celular. “Através do uso e da produção de células, anticorpos e outras moléculas, ele tem a capacidade de detectar ameaças e combater efeitos nocivos provocados por microrganismos externos e lesões”, detalha.
Segundo ela, alguns destes vírus circulam melhor e vivem mais em temperaturas mais baixas, o que soma-se ainda à tendência de permanecer mais tempo em ambientes fechados e se expor a aglomerações durante as estações de clima frio ou chuvoso, o que também tende a acontecer igualmente durante o verão, devido às mudanças constantes e bruscas de temperatura, causadas principalmente pela pandemia de Covid-19 e pelas consequências das mudanças climáticas.
Estas situações aumentam a preocupação das pessoas com a imunidade. Muitas buscam suplementos e complementos alimentares, a exemplo da vitamina C, principalmente para se prevenir de síndromes gripais, ou mesmo para medicamentos como dipirona e AAS (ácido acetilsalicílico). “A automedicação nunca é um bom negócio. Todo medicamento deve ser utilizado após avaliação médica”, define Malaman, acrescentando que “não existe fórmula mágica ou medicamentos milagrosos para fortalecer a imunidade”.
Mas como saber se o sistema está pronto e forte o suficiente para lutar contra gripes, resfriados e outros tipos de vírus? A professora de Medicina explica que existem vários sinais de comprometimento imunológico. “Um dos principais é a ocorrência de infecções de repetição. Geralmente, são infecções bacterianas recorrentes e/ou graves como sinusites, pneumonias, meningite, abscessos cutâneos ou mucosos, etc”, responde ela, destacando que uma das formas de avaliar se o sistema está pronto para enfrentar estes vírus e agentes os vírus gripais ou outras infecções é através da detecção de anticorpos no sangue.
A professora Maria Fernanda aponta que os bons hábitos de saúde, mantidos no dia-a-dia, também são cuidados que cada pessoa deve ter para fortalecer a imunidade. “A melhor forma é uma alimentação equilibrada com ‘comida de verdade’, seguindo a regra de descascar mais do que desembalar, evitar alimentos ultraprocessados, dar preferência para alimentos frescos. A pessoa deve dormir bem, porque um sono reparador é fundamental para manter a saúde física e mental. Deve ainda fazer aquela atividade física que lhe dê mais prazer, diminuir o stress na medida do possível, ficando ao ar livre”, conclui ela, citando ainda que cada pessoa também deve cultivar amizades, dedique-se à família e faça trabalhos que ajudem o próximo, favorecendo a saúde mental.
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