Imagine estar na beira do Mar Mediterrâneo, sob o sol, cercado por paisagens e aromas. Em um vilarejo, o aroma de pão fresco saindo do forno se mistura ao perfume de ervas e especiarias. Pescadores retornam com o pescado do dia, enquanto famílias se reúnem para fazer a refeição. Essa é a Dieta Mediterrânea, um estilo que vai além da comida e promove uma vida mais saudável.
Mais que um regime alimentar, a Dieta Mediterrânea é uma herança cultural passada de geração em geração, moldada pelas condições climáticas e recursos naturais da região. Seus princípios se baseiam no consumo de alimentos frescos, sazonais e cultivados localmente, priorizando ingredientes ricos em nutrientes e com propriedades benéficas à saúde.
Segundo a nutricionista e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Bruna Nabuco, explica que essa dieta engloba países como a Itália, Espanha, Grécia, Egito, Líbia, Marrocos, Turquia e Líbano. “Apesar desses países possuírem culturas alimentares diferentes, possui uma alimentação com predomínio de alguns nutrientes, como antioxidantes, fibras, ácidos graxos monoinsaturados e ômega 3, que trazem benefícios para a nossa saúde. Na verdade, trata-se mais que uma dieta, é um estilo de vida que envolve atividade física regular e consumo de produtos tradicionais”, pontua.
Segundo, Bruna, a dieta do Mediterrâneo é baseada em algumas características; dentre elas:
- Baixa ingestão de gorduras saturadas de manteiga, leite integral e carnes vermelhas;
- Alto consumo de gorduras monoinsaturadas contidas principalmente em azeite;
- Equilíbrio ácidos graxos poliinsaturados (ômega 6 versus 3), principalmente através do consumo de peixe, mariscos e nozes;
- Baixa consumo de proteína animal derivada de carnes vermelhas;
- Alta ingestão de antioxidantes, presentes em frutas, legumes, vinho, azeite virgem, especiarias e ervas;
- Alto consumo de fibras, de alimentos de origem vegetal como legumes, frutas, cereais, grãos integrais, leguminosas e nozes.
- Baixo consumo de produtos processados
Diferenciais
A Dieta Mediterrânea se diferencia de outras dietas populares em termos de composição e impacto na saúde. “Alguns pontos tornam o padrão da dieta do Mediterrâneo superior a hábitos alimentares presentes inclusive na população brasileira, a qual sofre com índices alarmantes de obesidade, por exemplo. A dieta do Mediterrâneo contribui para a diminuição de gorduras saturadas, devido principalmente ao menor consumo de carne, além do baixo consumo como de óleos refinados, gorduras, sal e açúcar”, observa.
Outro ponto importante, destacado por Bruna, é a alta ingestão de antioxidantes que age em diversas reações do organismo, protegendo contra os radicais livres e as fibras, presentes nas frutas e verduras, que está associada a melhor controle glicêmico e saciedade.
Estudos apontam diversos benefícios para os indivíduos que adotam a dieta do Mediterrâneo, entre eles:
- Associada à redução da prevalência de diabetes Mellitus,
- Associada à redução da prevalência de Síndrome Metabólica,
- Associada à redução prevalência de doenças cardiovasculares,
- Associada à melhor qualidade de vida.
- Associada à redução da pressão arterial.
A nutricionista ressalta que é um erro afirmar que existe uma só dieta mediterrânea. O que existe são países que possuem cultura alimentar diferentes, mas com presença de alguns hábitos alimentares em comum, principalmente o consumo de vegetais, azeite, peixe, aves, feijão e grãos. “Por isso a dieta do Mediterrâneo está associada a um estilo de vida porque envolve aspectos que vão além da alimentação”, reitera.
A pirâmide alimentar da dieta do Mediterrâneo apresenta na sua base elementos como:
- Prática de atividade física regular;
- Descanso adequado;
- Convivência;
- Biodiversidade e sazonalidade;
- Produtos tradicionais;
- Locais e amigos do ambiente;
- Atividades culinárias;
“Envolve aspectos que estão relacionados a um estilo de vida saudável que contribui diretamente para os inúmeros benefícios que a dieta do Mediterrâneo acarreta não só para o corpo, mas para a mente e o emocional”, finaliza.
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