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Universalizar a internet pode ser crucial nas regiões Norte e Nordeste

Acesso à internet em escolas públicas do Norte e Nordeste é essencial para reduzir a desigualdade digital e promover a inclusão social

às 13h30
Dr. Alexandre Meneses Chagas- Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Tiradentes
Dr. Alexandre Meneses Chagas- Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Tiradentes
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O Brasil está dando um passo importante para reduzir a desigualdade digital e promover a inclusão social nas regiões Norte e Nordeste. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou o programa “Escolas Conectadas”, com o objetivo de levar internet banda larga a 1.396 escolas públicas dessas regiões, beneficiando cerca de 500 mil alunos.

Universalizar o acesso à internet significa garantir que todos, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica, possam se conectar à rede mundial de computadores. No contexto brasileiro, essa necessidade é particularmente aguda nas regiões Norte e Nordeste, onde a conectividade nas escolas é precária. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 20% dos brasileiros ainda não têm acesso regular à internet, sendo que essa falta é mais acentuada nas áreas rurais e em regiões menos desenvolvidas.

“A iniciativa é um passo crucial para garantir que crianças e jovens do Norte e Nordeste tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizagem que seus colegas em outras regiões do país. A falta de conectividade nas escolas dessas áreas é um problema crônico que limita o acesso a recursos educacionais online, dificulta a pesquisa e impede o desenvolvimento de habilidades digitais essenciais para o mercado de trabalho”, pontua o professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Tiradentes (Unit), Dr. Alexandre Meneses Chagas.

Impacto da conectividade na educação

A pandemia de Covid-19 destacou a importância da conectividade. Durante esse período, muitos estudantes do Norte e Nordeste perderam um ano de aprendizado devido à falta de acesso à internet e à infraestrutura inadequada para o ensino remoto. “Essa falta de conectividade impacta diretamente a qualidade da educação. As crianças não conseguem acessar conteúdos online, realizar atividades digitais, participar de projetos inovadores ou ter acesso a um ensino mais moderno e interativo”, infere.

Para os professores, a conectividade também é crucial. “Eles precisam estar atualizados com novas metodologias de ensino e tecnologias educacionais. A falta de internet nas escolas torna essa tarefa quase impossível, dificultando a oferta de uma educação de qualidade”, pontua Alexandre.

O programa “Escolas Conectadas” é um passo significativo, mas não suficiente por si só. “A infraestrutura é importante, mas não é tudo no processo de universalizar o acesso. Pois, não adianta ter acesso se não possuir senso crítico para utilizá-los. Sendo assim, é primordial investir também paralelamente na formação de professores e dos estudantes, bem como na criação de mais conteúdos digitais relevantes”, elenca.

Além disso, há preocupações sobre a abrangência do programa. “O programa Escolas Conectadas é um investimento considerável, frente ao esquecimento de políticas públicas voltadas para atender as regiões. Mas, presenciamos no referido programa um direcionamento para apenas alguns estados do Nordeste, como: Bahia, Maranhão e Paraíba. Será que nos outros estados do Nordeste, como em Sergipe, todas as escolas já possuem acesso à internet? E por qual motivo estão de fora dessa rodada inicial?”, questiona o professor.

A universalização do acesso à internet no Norte e Nordeste é fundamental para garantir a inclusão social e o desenvolvimento econômico dessas regiões. A falta de acesso à internet impede os cidadãos de utilizarem serviços essenciais, como os disponíveis no portal Gov.br, e limita suas oportunidades de participar plenamente da sociedade digital. “O programa “Escolas Conectadas” é um sinal de esperança, mostrando que o Brasil está comprometido em reduzir a desigualdade digital e abrir portas para um futuro mais conectado e promissor para todos”, finaliza.

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