As enchentes são um problema recorrente em diversas regiões do Brasil, trazendo consigo não apenas destruição material e desabrigando milhares de pessoas, mas também aumentando significativamente o risco de surtos de doenças infecciosas. O recente caso das enchentes no Rio Grande do Sul serve como um exemplo dessa realidade, destacando a necessidade urgente de medidas de prevenção e um atendimento médico eficaz.
As doenças mais comuns em situações de enchentes incluem leptospirose, causada por uma bactéria presente na urina de ratos; hepatite A, transmitida pelo contato com alimentos ou água contaminados; tétano uma infecção bacteriana que entra no organismo por feridas, pode causar rigidez muscular e até mesmo a morte e doenças diarreicas, causada por vírus e bactérias, podendo levar à desidratação grave, especialmente em crianças e idosos e doenças respiratórias como a pneumonia.
“É crucial estabelecer um fluxo de atendimento que seja adequado à complexidade de cada caso, também de maneira emergencial. Essa abordagem não só facilita o acesso imediato aos cuidados necessários, mas também garante que os pacientes recebam o tratamento apropriado de acordo com a gravidade de sua condição”, orienta a médica infectologista Fabrizia Tavares e professora da Universidade Tiradentes (Unit).
Sintomas e medidas preventivas
Essas infecções geralmente se manifestam com sintomas como febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, fraqueza, e sintomas respiratórios como tosse e dor de garganta. “É de suma importância que as pessoas procurem atendimento médico imediatamente ao perceberem esses sintomas, a fim de garantir um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. Além disso, a busca por orientação profissional pode evitar complicações e promover uma recuperação mais rápida e eficaz”, aponta.
Crianças, idosos, gestantes, pessoas com imunodeficiências e aqueles com doenças crônicas nos pulmões, rins, coração e condições metabólicas estão em maior risco de complicações e óbito. Esses grupos devem receber atenção prioritária nos esforços de assistência médica emergencial. “A vulnerabilidade desses grupos torna essencial a sua priorização nos atendimentos de saúde emergenciais”, ressalta a infectologista.
Para mitigar o impacto das doenças após enchentes, Tavares recomenda a instalação de hospitais de campanha e medidas preventivas como a atualização da carteira vacinal e a educação em saúde. “A atualização vacinal é fundamental, abrangendo hepatites virais, tétano, gripe e doenças exantemáticas, entre outras. É necessário também fornecer orientações práticas de higiene, saneamento básico e detecção precoce de sintomas”, recomenda.
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