Um grupo de estudantes do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit) no Campus Estância se destacou na recente edição do I Congresso Nordestino de Educação Médica (1º Conem-NE1), que aconteceu entre os dias 14 e 15 de junho em Salvador (BA) e reuniu centenas de integrantes de escolas médicas dos estados de Sergipe, Bahia e Alagoas, entre professores e estudantes. Os participantes foram 12 alunos do curso, incluindo 10 bolsistas, que puderam inscrever e apresentar seus trabalhos acadêmicos durante o evento, que teve como tema “Por uma Educação Médica socialmente referenciada: um ato de amor e coragem”.
De acordo com o coordenador-adjunto do curso de Medicina do Campus Estância, professor Jerocílio de Oliveira Júnior, o Conem ofereceu gratuidade aos estudantes cotistas (que ingressaram nas instituições pelo sistema de cotas) e detentores de bolsas de estudos, sejam elas concedidas por cada instituição ou por programas governamentais, como o Programa Universidade para Todos (ProUni). “Muitos nunca tinham ido a congresso fora de Sergipe. Convocamos os bolsistas que tinham interesse e nos reunimos para montar os trabalhos”, explica ele.
Atualmente, além dos bolsistas pelo ProUni, o curso de Medicina de Estância tem 10% de suas vagas destinadas a alunos com bolsas concedidas pela Unit através do programa Mais Médicos, do governo federal. Jerocílio destaca que o objetivo dessa iniciativa foi estimular a produção acadêmica e científica dos alunos. “É muito importante o estímulo dos nossos alunos para a temática de educação médica. Pretendemos assim estimulá-los a serem sempre protagonistas de sua jornada acadêmica. E além do mais, queremos estimular para que eles, no futuro, tornem-se novos preceptores e professores na área médica”, diz o professor.
De um total de 10 trabalhos inscritos, dois foram premiados entre os melhores do Congresso. Um deles, do aluno Luiz Gustavo de Andrade Costa e Silva, do 8° período, fez um relato sobre a sua experiência como mentor do curso de Medicina para alunos bolsistas do primeiro semestre pelo programa Mais Médicos. O trabalho foi parte do grupo de pesquisa “Práticas Acadêmicas”, que conta com alunos dos cursos de Medicina em Estância e Aracaju. O outro, da aluna Renata Schumann Reis Paes, do 7º período, abordou a saúde mental do estudante de medicina, através de um estudo comparativo entre as metodologias de ensino adotadas pelas instituições.
“Acredito que todo estudante do curso de Medicina deveria ter tido essa vivência. Durante o Congresso, foram abordadas diversas questões que envolviam desde a perspectiva do estudante como a do próprio professor. Os desafios, as dificuldades, questões da pandemia e seus desdobramentos no ensino médico, situações das faculdades de medicina pelo Brasil, etc. São temas muito relevantes para a nossa formação. Essa experiência me trouxe uma noção multidimensional acerca da área de Medicina, desde o próprio ensino, as diretrizes de educação, e a importância da nossa participação nesse locais. Também pude perceber o quão incrível está nosso curso em comparação com outros no Brasil”, destaca Luiz Gustavo.
“Participar do Conem foi uma experiência ímpar e transformadora para minha vida acadêmica. Desde o momento em que decidi submeter meu trabalho até a premiação, cada etapa me trouxe um aprendizado valioso e, ver meu esforço reconhecido com um prêmio foi um dos momentos mais gratificantes. Isso não só me trouxe uma alegria imensa, mas também me deu a sensação de dever cumprido, reforçando a importância do trabalho árduo e da dedicação. Saio desse evento com uma bagagem enriquecida, pronto para novos desafios e com a certeza de que estou no caminho certo”, comemora Renata.
Esta foi a mesma impressão de Maria Eduarda Nascimento Barbosa, do 6º período, que também participou do Conem-NE1 e atuou em um trabalho sobre o uso da metodologia Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) nos cursos de medicina como um meio de melhora no rendimento acadêmico. “O congresso nos permitiu compreender as pautas que envolvem a formação das diretrizes, habilidades e competências que englobam a educação médica. Creio que o impacto é maior no nosso meio de formação, pois me permitiu pensar mais acerca da relação discente e docente, sobre construções e esforços que meu professor realiza para estar totalmente dentro da sala de aula levando conteúdo, além da minha relação com meu colega de curso, que é uma pessoa com diversas particularidades positivas e negativas, principalmente referente às dificuldades em que eu posso ser facilitadora para auxiliá-lo e tornar este tempo de formação menos exaustivo”, diz ela.
* Matéria alterada em 18/07/2024, às 10h30, para acréscimo de depoimento
Leia mais:
Egresso de Medicina da Unit conversa com alunos sobre sua residência
Núcleo de Formação Médica é inaugurado em Estância (SE)