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Aluna de Medicina da Indonésia faz intercâmbio na Unit e participa do Masterfitts

A estudante Aramita Satoto está acompanhando atividades e aulas práticas nos campi da Unit e em hospitais, além de conhecer Aracaju, a cultura, a culinária e novas amizades

às 20h36
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Os laços criados pelos programas de intercâmbio aproximam a Universidade Tiradentes (Unit) de estudantes e instituições de vários países, podendo chegar inclusive ao outro lado do mundo. É o caso da estudante Aramita Sekarajati Satoto, aluna do terceiro ano de Medicina da Universitas Islam Sultan Agung (Unissula), em Semarang, na Indonésia. Desde o último dia 5 de agosto e até o próximo dia 30, ela está em Aracaju para fazer um mês de intercâmbio, acompanhando e participando de diversas atividades acadêmicas do curso de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente (PSA). 

A vinda de Aramita aconteceu a partir de um programa de extensão da International Federation of Medical Students Association (IFMSA), entidade que reúne mais de 8 mil estudantes de medicina em cerca de 130 países, incluindo o Brasil. A jovem indonésia foi apresentada a pesquisadores de universidades dos países filiados e um deles foi o professor Estélio Henrique Martin Dantas, do PSA, que coordena o Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (Labimh) e, nele, capitaneia pesquisas relacionadas ao bem-estar da pessoa idosa, incluindo o Masterfitts. 

“Eu cadastrei o projeto de envelhecimento lá [no Extension Program, do IFMSA], e falei que podia receber estudantes [fluentes] em português, espanhol, francês, inglês e alemão. Ela fala inglês, escolheu o Brasil e veio”, explicou Estélio, que reuniu a equipe do laboratório e montou um programa de atividades com dois aspectos principais. “Primeiro, o projeto. A gente apresentou toda a parte teórica do Masterfitts e ela depois foi lá na academia para ver. O outro é a vivência dela como estudante de medicina. Conhecer como é que é formado o estudante de medicina brasileiro. Então, ela tem vivência junto com os outros estudantes de medicina da Unit”, detalha.

Aramita conta que pretende ser pediatra por influência da mãe (que também é médica) e por gostar de crianças, mas escolheu participar do Masterfitts por causa dos avós maternos e paternos, que são idosos. “A qualidade de vida é diferente: no lado da minha mãe, eles são mais felizes porque gostam de exercícios e têm muitas atividades, enquanto os do lado do meu pai não têm essa atividade e eles não socializam muito. Acho que eles não estão tão felizes quanto os avós do lado da minha mãe. Então é muito interessante e espero que muitos dos avós possam melhorar a qualidade de vida deles, porque isso afeta a sua saúde e o seu físico”, afirma ela. 

Além de acompanhar aulas práticas, tutorias e outras atividades do PSA, do Labimh e dos cursos de Medicina nos campi Farolândia e Estância, a estudante vem acompanhando atendimentos e procedimentos no Lar Cidade de Deus (em Itabaiana), no Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia e nos hospitais DeCós, Cirurgia e Santa Isabel. Ela conta que encontrou várias semelhanças na forma como a Medicina é ensinada no Brasil e na Indonésia. “Eu tenho seis anos para ganhar o grau de doutora, e nós também temos o método PBL [Problem Based Learning], o aprendizado problemático e os tutoriais. De diferente, eu acho que o equipamento dessa universidade é mais completo do que o que a minha universidade tem. Por exemplo, o laboratório, especialmente o de anatomia, e a simulação realista, que nós não temos na Indonésia. São facilidades realmente incríveis”, elogia. 

Contato com os brasileiros

Aramita é da cidade de Semarang, que fica quase no centro da Ilha de Java e a 400 quilômetros da capital indonésia, Jacarta. O país, considerado o maior do Sudeste Asiático, tem 17 mil ilhas e mais de 275 milhões de habitantes, em sua maioria muçulmana. A própria Unissula é de orientação islâmica e segue os preceitos da religião. Eles incluem o uso de véus pelas mulheres (como o chador e o hijab), a doação de esmolas e as cinco orações diárias (salat) voltadas para a cidade de Meca (Arábia Saudita), cujos horários exigem uma pausa em todas as atividades diárias, incluindo as aulas no campus. 

O hijab cinza é apenas um detalhe que chama a atenção para a estudante simpática e de comunicação fácil, que não tardou em fazer novas amizades, principalmente entre estudantes e pesquisadores que também falavam inglês, Além de guiarem-na por entre as ações acadêmicas e pelo campus da Unit, eles se dividiram em outra parte da programação do intercâmbio: uma série de visitas a pontos turísticos de Aracaju, como a Orla da Atalaia, as praias da Aruana e do Mosqueiro, o Mercado Thalles Ferraz, o Memorial de Sergipe e o Museu da Gente Sergipana, além dos shoppings centers da capital. 

“A gente percebe que, de onde ela veio, realmente tem coisas que ela não conhece ou nunca viu. A culinária sergipana é diferenciada e algumas lojas que temos na cidade também são. E uma coisa que ela pergunta muito é se estamos perto da praia, e ela é um ponto importantíssimo da nossa terra. Ela vai comer caranguejo na praia. Ela já conhecia caranguejo, mas quando ela ver o nosso, certamente ela vai dizer: ‘Uau!’”, revela a doutoranda Karollyni Andrade Dantas, do PSA. 

Estas atividades extra-acadêmicas são consideradas um ponto importantíssimo do intercâmbio e do processo de internacionalização, pois colocam os alunos brasileiros em contato com culturas e realidades de outros países, além de permitir o aperfeiçoamento de novos idiomas. “Os alunos, quando vem a Aramita, querem perguntar coisas pra ela, como é que é o país dela, como é que funciona… A gente vê um entusiasmo muito grande dos alunos de Medicina em relação a isso. E um objetivo de qualquer tipo de universidade é internacionalizar. Então, nós estamos internacionalizando com alguém que vem do outro lado do mundo”, conta o professor Estélio. 

Esse entusiasmo se reflete no motivo que levou Aramita a vir para o Brasil, que analisou propostas de intercâmbio em 20 países. Curiosamente, ela tomou a decisão após assistir ao filme de animação Rio, do brasileiro Carlos Saldanha. “Porque eu acho que o Brasil é um país muito interessante e muito divertido. A cultura, o carnaval e as pessoas são muito lindas e acolhedoras. É uma das razões pelas quais eu escolhi o Brasil”, justifica. 

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