A Iniciação Científica é uma porta de entrada para a pesquisa acadêmica e uma oportunidade única para que alunos de graduação se aprofundem em temas de interesse, contribuindo com o avanço de sua área e, muitas vezes, com soluções para problemas reais da sociedade. Na Universidade Tiradentes (Unit), estudantes de diversos cursos encontram apoio para dar vida a projetos inovadores, como o de Bruno Cavalcante, aluno de Farmácia, que desenvolveu uma pesquisa com potencial para revolucionar o tratamento de hemorragias.
Com o objetivo de encontrar um tratamento mais eficaz e seguro para hemorragias, Bruno desenvolveu uma membrana polimérica incorporando ácido tranexâmico. “Aproximadamente 5 milhões de pessoas morrem anualmente devido a traumas, e uma grande parte desses óbitos está associada à hemorragia”, explica o jovem pesquisador. Sua pesquisa, realizada entre março de 2023 e março de 2024, sob a orientação da professora Patrícia Severino, buscou desenvolver um produto nacional capaz de tratar hemorragias por via tópica, oferecendo uma alternativa mais acessível e eficaz aos tratamentos convencionais.
Para embasar seu estudo, Bruno realizou uma extensa revisão da literatura científica, utilizando bases de dados como PubMed, SciELO e ScienceDirect, além de filtros específicos que guiaram a escolha das referências mais relevantes para a construção de sua metodologia. “Embora minha pesquisa não tenha um aluno de pós-graduação vinculado, recebi muito apoio de colegas do Laboratório de Nanotecnologia e Nanomedicina (LNMed), especialmente das doutorandas Erika Lisboa e Victoria Louise”, relata. Esse suporte do ambiente acadêmico contribuiu para que a pesquisa progredisse até a fase de testes in vitro, um primeiro passo crucial para sua validação científica.
Impacto e potencial
Apesar de ainda estar em fase inicial, a pesquisa de Bruno já demonstra um grande potencial para o mercado de saúde brasileiro. Bruno acredita que um tratamento tópico nacional acessível e eficiente pode beneficiar muitas vidas, além de reduzir custos e aumentar a ampliação do acesso a tratamentos de qualidade, abrindo portas para novos estudos e aplicações na área da saúde e biotecnologia. “Espero dar continuidade a esta pesquisa, realizando testes mais avançados para comprovar sua eficácia e, quem sabe, promover sua aplicação no mercado”, explica o estudante.
A Iniciação Científica não só permitiu que Bruno mergulhasse nas práticas laboratoriais, mas também ampliou suas perspectivas acadêmicas e profissionais. “Essa experiência abriu um mundo de oportunidades para mim. Além de me permitir desenvolver habilidades analíticas e técnicas que enriqueceram meu conhecimento como um cientista em formação, ela também me proporcionou, de forma indireta, outras oportunidades, como o Global Startup Labs – MIT, o Desafio Unicamp e a chance de realizar um intercâmbio. Além disso, a experiência despertou em mim o desejo de seguir para a pós-graduação (mestrado e doutorado)”, aponta Bruno.
Bruno acredita que a Unit desempenha um papel essencial na formação de novos pesquisadores. Segundo ele, o incentivo financeiro oferecido pela FAPITEC para bolsas de pesquisa e o exemplo dos professores fazem a diferença na preparação dos estudantes. Ele destaca o apoio de figuras inspiradoras como as professoras Patrícia Severino e Juliana Cordeiro, que com sua experiência em farmácia e empreendedorismo, mostram que é possível aliar conhecimento científico com inovação.
Para aqueles que têm interesse em seguir o mesmo caminho, Bruno aconselha que se envolvam em programas de Iniciação Científica. “A maior contribuição foi perceber que, como brasileiros e nordestinos, fazemos parte do mundo e não estamos à margem dele”, afirma ele, ressaltando que a pesquisa científica é um campo sem fronteiras. A experiência também reforçou seu desejo de seguir para a pós-graduação e continuar contribuindo para a saúde e biotecnologia.
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