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Programa de Diversidade da Unit é apresentado ao Ministério Público do Trabalho

A iniciativa de promoção do letramento racial e do combate ao racismo junto aos gestores e colaboradores foi tema de uma audiência coletiva e será adotada como referência para outras instituições de ensino

às 21h37
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Um programa de promoção da diversidade e do combate ao racismo, desenvolvido internamente na Universidade Tiradentes (Unit), foi apresentado nesta sexta-feira,13, em uma audiência coletiva promovida pelo Ministério Público do Trabalho da 20ª Região (MPT-20) com representantes de outras instituições que atuam no ensino superior em Sergipe. O chamado Programa de Diversidade, desenvolvido desde 2022, envolve uma série de ações de conscientização e de letramento racial para gestores e colaboradores da instituição e de todas as unidades mantidas pelo Grupo Tiradentes. 

O convite para apresentar o programa no MPT-20 partiu do procurador Raymundo Lima Ribeiro Junior, que convidou representantes das outras faculdades atuantes em Sergipe. Ele definiu a iniciativa da Unit como pioneira na abordagem do tema, dentro da perspectiva de contribuir para uma presença maior e mais valorizada das pessoas pretas e pardas no mercado de trabalho, atacando questões como a do racismo estrutural através da educação e da formação de profissionais. 

“O Brasil possui uma desigualdade social e racial muito grande. Isso está cientificamente provado pelo IBGE e pela própria Unit, que fez um censo maravilhoso, apontando isso inclusive dentro da instituição. O desafio é mudar a sociedade. E esse primeiro passo que foi dado com as outras instituições no ensino superior, com o que a própria Unit já avançou sobre a temática, é fazer com que a gente tente mudar a realidade social. Quem sabe aqui primeiro de Aracaju e de Sergipe, e levar o que a gente conseguir de frutos com essa iniciativa para os demais locais do Brasil”, afirma Raymundo. 

A criação do Programa de Diversidade foi uma iniciativa do Diretoria de Recursos Humanos (DRH) do Grupo Tiradentes, montada sob quatro pilares e objetivos principais: sensibilizar o público interno sobre a importância da temática, promover a educação e conscientização de gestores e colaboradores, diagnosticar as reais questões e necessidades da empresa quanto ao assunto, e desenvolver projetos que incentivem a inclusão de grupos minoritários, através de processos seletivos e campanhas. 

“Um dos itens da nossa cultura é a valorização do ser humano e a responsabilidade social. Não tem como valorizar e ter responsabilidade social sem entrar nesse tema do racismo. É impossível a gente valorizar o ser humano sem colocar o mesmo peso e sem dar abertura para posições melhores na instituição para as pessoas pretas e pardas. E também procuramos mostrar que, internamente, a gente trata a igualdade racial da forma que ela deve ser tratada”, destacou a diretora de RH do Grupo Tiradentes, Alessandra de Faria. 

O gerente de relações trabalhistas e tributárias do Grupo, Ailton Borges de Souza, acrescenta que os valores da igualdade, do respeito e da inclusão estão nos pilares defendidos desde sempre pelos fundadores da instituição, Jouberto Uchôa de Mendonça e Amélia Maria Cerqueira Uchôa. “Com humildade e compromisso social, construíram uma instituição que vai além do ensino, promovendo valores que unem e dignificam as pessoas. Enquanto outras instituições ainda debatem sobre diversidade, o Grupo Tiradentes lidera pelo exemplo, com ações concretas e um compromisso genuíno com a transformação social. Inspirados pelos valores de nossos fundadores, promovemos um ambiente onde cada pessoa é respeitada e valorizada. Seguimos firmes na missão de educar não apenas para o mercado, mas para um mundo mais justo, humano e inclusivo”, disse ele.

O programa 

Todo o processo de criação e implementação do Programa de Diversidade teve como consultora a professora-doutora Sara Rogéria Barbosa, ex-docente da Faculdade São Luís de França (FSLF) e atual titular do Departamento de Letras da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ela esteve à frente da condução de palestras, cursos e workshops sobre letramento racial, além da elaboração de materiais educativos como o “Guia de Conscientização e Prevenção ao Racismo”, lançado no último dia 20 de novembro, por ocasião do Dia da Consciência Negra. 

Ela define que a Unit fez uma grande “mudança de comportamento” ao colocar as questões raciais em pauta e socializar o conhecimento em momentos que começaram na alta direção da empresa e culminaram com a abordagem do assunto em eventos como a Semana Técnica Científica, a Jornada Pedagógica e o Encontro Internacional de Formação de Professores (Enfope). “Começamos como um momento de socializar um conhecimento com a gestão e isso passou por todas as esferas dentro da instituição em Sergipe e em outros estados. Essas discussões saíram do âmbito apenas institucional com os colaboradores e se transformou num produto efetivo que é a cartilha. A gente saiu apenas do discurso e foi efetivamente para a prática de uma instituição que se reconhece como antirracista. Isso é importantíssimo”, comemora Sara. 

Além do DRH, a implementação das ações do programa teve a participação de outros núcleos, como Ouvidoria, Compliance, Jurídico, Marketing e Comunicação (Asscom). Uma das iniciativas foi uma pesquisa de autodeclaração racial entre os colaboradores de todo o Grupo, que foi feita em paralelo com as palestras e encontros de letramento racial.

O Programa de Diversidade do Grupo Tiradentes será adotado como referência pelo MPT-20, que irá elaborar nos próximos dias a minuta de um termo de cooperação a ser proposto para todas as faculdades e universidades privadas. Ele prevê a construção de um modelo de programas e políticas públicas de inclusão social e racial na iniciativa privada, passando por questões como letramento racial e formação de gerências, chefias e lideranças sobre o tema. 

“Com certeza, a universidade tirou isso de um trabalho excelente, buscou excelentes profissionais que entendem na matéria, professoras com a bagagem de doutorado para trazer essa contribuição. Claro que é um primeiro passo. Eu acho que a gente consegue avançar com o passar do tempo, para que as políticas de inclusão racial sejam ainda mais efetivas nas nossas sociedades. A ideia de trazer as outras instituições de ensino superior foi também despertar nelas esse olhar para a inclusão racial”, destacou Raymundo. 

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