A saúde mental, um assunto cada vez mais presente, ganha ainda mais destaque no mês de janeiro com a campanha Janeiro Branco. Criada em 2014, a iniciativa busca desmistificar o tema e promover ações contínuas para o bem-estar emocional. Neste ano de 2025, o lema “O que fazer pela saúde mental agora e sempre?” desafia a adotar hábitos saudáveis e a buscar ajuda quando necessário, além de romper tabus e reforçar que a saúde mental é um componente essencial para uma vida equilibrada.
De acordo com a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit), Jamille Figueiredo, campanhas como o Janeiro Branco desempenham um papel crucial para sensibilizar a sociedade. “Essas iniciativas colocam a saúde mental em destaque como uma questão central para o bem-estar geral. Afinal, como costumamos dizer, sem saúde mental, não há saúde. A saúde precisa ser vista de forma integral, e a dimensão mental e psicológica deve ser contemplada em campanhas, políticas públicas e ações de cuidado. Sem essa abordagem, não conseguimos promover saúde plena e integral”, elenca.
Ações preventivas e práticas diárias
Segundo Jamille, a saúde mental não depende apenas de fatores internos. Questões sociais, como pobreza e desigualdade, também impactam significativamente o bem-estar emocional. No entanto, algumas práticas podem auxiliar na manutenção da saúde mental:
- Rotina saudável: Estabelecer uma rotina que inclua boa alimentação, sono de qualidade e atividades físicas regulares.
- Limite de telas: Reduzir o tempo de exposição a telas, principalmente antes de dormir.
- Técnicas de respiração: Praticar técnicas como a respiração diafragmática para reduzir a ansiedade.
- Cuidado com as relações: Cultivar relacionamentos saudáveis e positivos.
- Autoconhecimento: Investir em autoconhecimento através de terapias, atividades prazerosas e momentos de descanso.
O papel da educação e da comunidade
A Universidade Tiradentes tem se destacado ao integrar discussões sobre saúde mental em suas diversas áreas. Em cursos como Enfermagem, Medicina, Serviço Social e Educação, por exemplo, o tema é frequentemente discutido. Na pós-graduação, tanto no stricto quanto no lato sensu, a saúde mental também é abordada.
“Há eventos integrados, como semanas de curso e congressos. Em março, por exemplo, teremos um Congresso Nacional Multidisciplinar de Saúde, no qual temas como a saúde mental de profissionais de saúde, de grupos minoritários e da população geral serão amplamente debatidos. A Unit tem mostrado abertura e comprometimento em promover a discussão sobre saúde mental em todos os âmbitos”, destaca Jamille.
Além disso, a Unit oferece suporte psicológico por meio do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (NAPPS), que atende estudantes, incluindo neurodivergentes, para apoiar suas necessidades. Para a comunidade externa, o Complexo de Especialidades em Saúde oferece plantão psicológico, um serviço de acolhimento imediato para demandas urgentes. “Além disso, a Unit realiza parcerias com setores públicos, ampliando o atendimento para populações vulneráveis, como pessoas em situação de vulnerabilidade social, promovendo ações em colaboração com os setores de educação e justiça”, elenca.
Ações preventivas
Um dos grandes desafios na promoção contínua da saúde mental, segundo Jamille, é superar o estigma associado ao tema e melhorar o acesso ao cuidado. “O acesso ao cuidado é limitado. Embora o SUS ofereça serviços de saúde mental, a alta demanda supera a oferta, resultando em longas filas de espera. No setor privado, o custo ainda restringe o acesso para muitas pessoas. Superar essas barreiras é essencial para avançarmos na promoção da saúde mental”, comenta a coordenadora do curso de Psicologia.
Ações preventivas são fundamentais porque, como diz o ditado, é melhor prevenir do que remediar. “Prevenir significa identificar sinais precoces de sofrimento, como ansiedade excessiva ou dificuldades cotidianas, e buscar ajuda antes que o quadro se agrave.
Campanhas de conscientização ajudam a reduzir estigmas e promovem ambientes mais saudáveis e acolhedores. Isso permite que as pessoas desenvolvam seus potenciais, criem relações mais saudáveis e, em última análise, melhorem sua qualidade de vida”, recomenda.
A pandemia intensificou os transtornos mentais, criando o que muitos chamam de “pandemia da saúde mental”. A instabilidade e o isolamento social trouxeram efeitos profundos no bem-estar das pessoas. Para lidar com isso, é crucial:
- Buscar tratamento psicológico e, se necessário, apoio psiquiátrico.
- Refletir sobre o estilo de vida e fazer ajustes para melhorar a qualidade de vida.
- Reforçar a cobrança por políticas públicas que priorizem a saúde mental, pois direitos básicos como alimentação, trabalho e moradia impactam diretamente o bem-estar emocional.
O Janeiro Branco nos convida a refletir e agir: o que podemos fazer pela saúde mental agora e sempre? A resposta a essa pergunta é coletiva, passando pela sensibilização, o fortalecimento de políticas públicas e a promoção de um cuidado integrado.
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