Abrir-se para conhecimentos e experiências no exterior é um exemplo que arrasta não apenas os alunos e professores de uma universidade, mas também incentiva e desperta interesse em pessoas até na própria família. Foi o caso da fisioterapeuta Marília Aragão Santos Parente, que concluiu o curso de Fisioterapia na Universidade Tiradentes (Unit) em janeiro deste ano. Durante cinco meses, entre agosto e dezembro de 2023, ela fez mobilidade acadêmica na Universidad Autónoma del Estado de México (UAEMex), em Toluca (México), onde cursou disciplinas relacionadas ao curso de origem.
Marília foi uma das aprovadas na seleção da edição 2023-1 do Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional (ProMAI). Ela conta que sua participação foi motivada pela irmã gêmea, Natália, que fez o curso de Enfermagem também na Unit e, em seu último ano (2022), fez o intercâmbio na Universidad de Boyacá, em Tunja (Colômbia). “Depois que ela foi, eu me candidatei para ir no semestre seguinte. Com esse tempo, me preparei deixando as coisas mais burocráticas prontas [passaporte, documentos, cartão internacional, vacinas, etc], e organizei a minha grade horária da faculdade, de modo que eu não me atrasasse nas matérias por falta de equivalência com a instituição de destino”, relembra.
A escolha foi pela UAEMex, instituição criada em 1828 como Instituto Literario del Estado de México e reconhecida como universidade pública em 1956, sendo atualmente a principal instituição de ensino superior do estado que leva o nome do país. Ela também é considerada referência nacional em ensino nas carreiras da área de saúde. Hoje, conta com mais de 84 mil estudantes e 10 campi, sendo o principal sediado em Toluca, cidade de 900 mil habitantes que fica a 63 quilômetros do centro da capital federal, Cidade do México. As regiões metropolitanas das duas cidades são praticamente interligadas, formando uma das maiores concentrações urbanas do mundo.
Além desta proximidade com a capital, um aspecto que mais chamou a atenção de Marília em Toluca foi o clima local. “Eu não esperava que fosse tão frio. Tive que comprar meias e casacos mais grossos, mas a cidade também tinha diversos parques que podíamos visitar”, conta ela, que também se surpreendeu com o tamanho dos campi da UAEMex. “Ela possui prédios espalhados pela cidade, onde cada prédio é para um curso ou área de formação, além de ter sua própria linha de ônibus para os estudantes. Eu estudei no prédio de Medicina, que abrangia os cursos de Medicina, Nutrição, Fisioterapia e Engenharia da Saúde”, explica.
A egressa, que nasceu em Sobral (CE) e vive em Aracaju desde criança, já tinha vontade de fazer intercâmbio em algum país da América Latina. Um dos que mais lhe despertou o interesse foi o México, através de elementos da cultura local que são bastante apreciados no Brasil, como as novelas, a culinária e as comemorações do Dia dos Mortos. “Foi fácil escolher o México como destino, para poder viver tudo isso pessoalmente. E eu simplesmente amei o país, eles são muito receptivos e alegres, as comidas são maravilhosas, as festas culturais são lindas e fui muito bem acolhida por todos”, derrete-se.
Durante o período de intercâmbio no México, a aluna cursou disciplinas relacionadas ao curso de Fisioterapia. Além das apresentações e trabalhos realizados em aula, ela também atendeu em uma casa de repouso para idosos, vivenciando as semelhanças e diferenças que cada país tem na sua forma de atendimento.
“Com essa experiência fora do Brasil, eu aprendi a ser mais flexível e maleável, já que cada pessoa tem a sua própria história e costumes. Não é porque somos ensinados e acostumados a fazer uma coisa de um certo jeito que não existem outras formas de fazê-la”, destaca Marília, acrescentando que a experiência da mobilidade acadêmica foi “incrível” e proveitosa. “Eu tenho para mim que a melhor forma mais fácil de viajar e conhecer uma nova cultura é através dos estudos, então quando apareceu a oportunidade eu a agarrei com as duas mãos. Essa foi a ocasião perfeita para estudar uma nova língua, ver quais são os ramos de atuação da Fisioterapia fora do Brasil, a diferença no modo de ensino e, é claro, passear bastante”, afirma.
Hoje, a fisioterapeuta trabalha em atendimentos particulares e domiciliares, mas tem a intenção de prosseguir com suas especializações, principalmente em programas internacionais de estudos, que lhe permitam atuar profissionalmente em outros países. Marília destaca que a atuação da Unit foi fundamental para o sucesso da sua mobilidade acadêmica. “A Unit foi muito importante ao proporcionar um ambiente seguro de viagem, ajudando com as documentações necessárias e ofertando uma lista de lugares para se hospedar, assim fiquei mais tranquila com todo o processo da viagem, matrícula e acomodação. Sem a Unit eu não teria a oportunidade de ter uma experiência internacional tão enriquecedora e com tantos aprendizados durante a graduação”, conclui ela.
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