Nem mesmo a chuva e os ventos gelados do final da tarde desta sexta-feira, 13, conseguiram atrapalhar ou sequer diminuir a fé e a devoção dos colaboradores, estudantes e moradores do bairro Farolândia, que compareceram ao encerramento da 27ª edição da Trezena de Santo Antônio, realizada na Capela da Unit. O tradicional evento religioso, em homenagem ao padroeiro da Universidade Tiradentes (Unit) e do Grupo Tiradentes, foi concluído com o 13º dia de orações e reflexões da Trezena, seguido por uma procissão com a imagem do santo pelas vias do Campus Farolândia.
A missa solene de encerramento, após a procissão, foi celebrada pelo padre Carlos Henrique Santos, responsável pela Paróquia Nossa Senhora Aparecida, da Arquidiocese de Aracaju, à qual a Capela da Unit é vinculada. Ele destacou o exemplo de vida e santidade do sacerdote português, que foi canonizado pela Igreja Católica em 1232, um ano após a sua morte, e tornou-se um dos santos mais queridos e populares entre os brasileiros.
“Santo Antônio era conhecido como um exímio pregador, um homem de uma grande oratória, de grande capacidade intelectual. Não só através do seu exemplo de vida, mas também a partir da pregação, da eloquência, da sua inteligência, das suas palavras e da sua capacidade intelectiva, ele foi capaz de conduzir as pessoas para Cristo. Mostrou assim que a inteligência e a razão não são um obstáculo para se chegar a Deus. Ao contrário: é também uma das vias para se contemplar a única verdade, que é Cristo Jesus. É um privilégio para a Universidade ter Santo Antônio como padroeiro para inspirar tantos alunos”, lembrou o padre Carlos Henrique.
Todas as cerimônias tiveram a participação do reitor Jouberto Uchôa de Mendonça e da professora Amélia Maria Cerqueira Uchôa, fundadores da Unit, que também ressaltaram Santo Antônio como um grande exemplo dos valores e princípios da instituição, principalmente no que toca à humildade e ao respeito pelas pessoas. “Ele era uma pessoa rica de condições, mas se prestou a servir e ele renunciou a tudo. É claro que nós somos pecadores e não chegaremos nunca perto do que ele foi, mas as nossas atitudes buscam ser também de humildade e muita fé. Quando a gente começa a ler sobre a vida de Santo Antônio, se apaixona pela sua humildade, por seus milagres e por todo o seu exemplo de vida”, disse a professora Amélia.
“Para nós é um momento de glória, de celebração e devoção, porque nós estamos vivendo aquela necessidade que nós temos de se dirigir a Santo Antônio e venerá-lo. Este fato que está acontecendo aqui, onde professores e estudantes estão participando com satisfação destas celebrações, é um momento belíssimo que eu estou vivendo nas mãos de Deus”, celebrou o professor Uchôa.
Após a missa, houve a tradicional bênção e distribuição dos chamados “pães de Santo Antônio”, que simbolizam a providência divina e o alimento do corpo e da alma. Segundo a tradição católica, o pão abençoado é colocado na despensa da casa, garantindo que o alimento não venha a faltar. Houve ainda a arrecadação de alimentos, que serão doados posteriormente a instituições religiosas de caridade.
Chuva de esperança
A Trezena de Santo Antônio aconteceu desde o dia 1º de junho na Capela da Unit, com 12 dias seguidos de missas antecedidas por instantes de leituras da Bíblia, reflexão, cantos e adoração. Neste ano, ela teve como tema “Santo Antônio, Peregrino da Esperança no caminho das virtudes”. O tema está em sintonia com o Jubileu da Esperança, convocado pela Igreja Católica para celebrar os 2025 anos da encarnação e nascimento de Jesus Cristo. Ao longo do chamado Ano Santo, os católicos são chamados para atividades de oração e peregrinação para obter o perdão dos pecados.
“Cada trezena tem um ponto especial, e a deste ano é voltada para que nós não percamos a esperança de dias melhores. Cada trezena é importante, porque é um crescimento espiritual humano. Santo Antônio foi um grande pregador, que levava a esperança através da palavra e do seu próprio exemplo de vida. Ele conseguia curar os corações através da sua palavra e dos seus gestos. A gente precisa muito de pessoas que nos tragam esperança, como Jesus, e que possam ser luz na vida do outro. Santo Antônio trouxe essa luz, que está conectada com o amor. Quando você ama, o amor traz alegria, paz e esperança”, afirmou a coordenadora da Capela da Unit, Rosângela Maia.
A participação dos fiéis na Trezena e na missa de encerramento foi motivada pelo agradecimento a Deus e ao padroeiro, por graças alcançadas a partir de sua intercessão. Ou mesmo pela própria vida, como no caso da professora Juliana Mendonça Borges, coordenadora dos cursos da área de Saúde. “Eu sempre participo de todas essas festividades religiosas que a Unit promove. É um momento de união, de renovação da fé dentro do nosso ambiente de trabalho. A gente só tem que agradecer por essas oportunidades para nós colaboradores, que pausamos um pouquinho do nosso trabalho para renovar a nossa fé. Para mim, Santo Antônio é protetor, é acolhedor, realiza milagres. A gente sempre tem que estar exaltando e agradecendo por todas as graças concedidas”, comentou Juliana, sem se importar com a chuva no momento da procissão. “Foi uma chuva maravilhosa, que a gente pode entender como chuva de graças”, definiu sorrindo.
* Matéria alterada em 16/06/2025, às 14h40, para correção de informações
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