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Unit discute a cor e a dor da segregação


às 19h23
Em primeiro plano, a palestrante, doutora Márcia Esteves de Calasans
Em primeiro plano, a palestrante, doutora Márcia Esteves de Calasans
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Um dos pontos altos da programação da Semana da Consciência Negra que a Unit realiza desde a quinta-feira, 20, até amanhã, 27, é a palestra proferida na tarde desta quarta-feira, 26, no Auditório do bloco G, pela professora e doutora e Sociologia, Márcia Esteves de Calasans, em que aborda o tema “Homicídios de jovens negros em Salvador e práticas de (re) existência”.

O assunto, bastante polemizado, é motivo de ampla discussão e reflete a pesquisa que vem sendo realizada pela conferencista na capital baiana, há dois anos, denominada Organização social do território e homicídios de jovens negros em Salvador. O trabalho consiste no mapeamento de todos os serviços e identificação de onde estão concentradas as altas taxas de homicídios tanto por bairros, quanto por Área Integrada de Segurança Pública – Aisp. Os territórios pesquisados permitem, segundo a professora Márcia, a observação do quão desigual a política de segurança pública é distribuída. A constatação é de política de segurança pública existente nas áreas de periferia não é a mesma política aplicada em áreas consideradas nobres da cidade. “O desenho da cidade se configura revelando que há uma clara relação entre a cidade, o uso do solo e os homicídios praticados contra jovens negros”, afirma a professora acrescentando que essas políticas não são tão fomentadas de dentro pra fora. “Existem organismos internacionais promovendo os ajustes dessas políticas muitas delas totalmente equivocadas a exemplo da política de segurança pública em relação à redução desses homicídios. Na realidade ela está ajudando a promover esses homicídios”, acrescenta a pesquisadora.

O organizador da 8ª Semana da Consciência Negra, professor Ilzver de Matos Oliveira diz que a temática “Negros em movimento: trajetórias de vida, resistência e cidadania” oferece a cada um de nós a oportunidade de conhecer os problemas e as soluções vivenciados por pessoas e comunidades negras. “Muitas vezes achamos que vivemos numa sociedade igual apenas partindo na nossa própria percepção e vivência, sem escutar muito o outro. Com a Semana da Consciência Negra, queremos ouvir essas histórias”, afirma o docente.

Fotos – Marcelo Freitas

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