O Ensino à Distância tem se consolidado como uma das principais maneiras para a continuidade dos estudos, em tempos de pandemia combinada com crise econômica. Isso se confirmou em uma pesquisa recente da empresa de consultoria Educa Insights, feita a pedido da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), que representa as instituições privadas de ensino superior. Ela mostrou que, de um total de 1.112 estudantes entrevistados, 72% afirmaram ter planos de migrar para um curso de EaD.
O motivo mais alegado foi o preço, considerado mais acessível que o das outras modalidades de curso. Em média, o preço da mensalidade de um curso presencial está em torno de R$ 730, enquanto que no EaD, a mensalidade é quase três vezes menor, de até R$ 250. A mesma pesquisa apontou que o fim do pagamento do auxílio emergencial, em dezembro de 2020, motivou o adiamento dos cursos superiores para 56% dos estudantes entrevistados, mas a avaliação é de que essa queda na procura não foi sentida pelos cursos EaD, cujo total de ingressantes está maior do que o dos cursos presenciais.
Para o pró-reitor de Marketing, Vendas e Relacionamento da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), professor Luís Beltrami, a pesquisa identificou uma tendência predominante há mais de cinco anos e isso se explica por alguns fatores, incluindo as baixas mensalidades. “Os cursos estão num valor mais acessível para grande parte do público [das classes] C e D, a parcela da população que está demandando mais os cursos superiores, que ainda tem algumas lacunas de formação, e o EaD consegue atender especificamente esse público. Mas tem também a questão da flexibilidade que os cursos à distância promovem no ensino. Exemplo: em vez de você ter várias aulas presenciais e horários fixos, naquele local fixo, você pode estudar em casa, nos melhores horários que você tiver, e pode ter uma trilha de aprendizagem customizada, que faz com que você consiga ir, passo-a-passo, adquirindo maiores conhecimentos”, afirmou Beltrami.
O pró-reitor avalia ainda que outro motivo para a alta procura dos cursos EaD é a busca das pessoas por novas alternativas de renda, através dos estudos e da qualificação profissional e intelectual. “Nesse momento da pandemia, que a gente tem dificuldade de encontros presenciais e as pessoas que estão buscando novas formas de geração de receita, a procura está grande justamente porque as pessoas perceberam que elas não podem ter apenas uma fonte de renda, mas podem diversificar isso. Para adquirir isso é necessário conhecimento, o que acaba vindo pelos cursos à distância”, avalia, acrescentando que a pandemia veio “acelerar a mudança que já estava em curso” no âmbito do ensino.
Atualmente, a Unit EaD trabalha com três modalidades de cursos: os 100% online, no qual o aluno só vai aos polos presenciais para fazer os exames; os cursos semipresenciais, com encontro presencial uma vez por semana; e os híbridos, que têm aulas presenciais em laboratórios, três vezes por semana. Por força da pandemia e dos decretos estaduais de combate ao coronavírus, as aulas presenciais estão suspensas e também vem sendo ministradas on-line, síncronos (ao vivo) e mediadas por um tutor de EaD.
Luis Beltrami considera que as vantagens e flexibilidades oferecidas pela modalidade EaD, como a de tirar dúvidas diretamente com os professores, contribuem para o crescimento desta forma de ensino superior. Outro aspecto destacado é o oferecimento de cursos sintonizados com as demandas e necessidades atuais do mercado de trabalho. “O aluno pode ter formação para um trabalho específico, por exemplo, em estética, biomedicina e engenharia de softwares. São cursos que ele pode fazer à distância e, ao fim, ter uma nova profissão que faça com que ele tenha um incremento substancial na sua remuneração, tanto se ele quiser ter uma segunda forma de renda, quanto se ele quiser usar na sua profissão atual ou em uma nova profissão”, afirma o professor.
Asscom | Grupo Tiradentes
com informações da Abmes