Em uma sociedade cuja demanda por justiça e garantia de direitos segue bastante presente, os profissionais de Direito precisam estar cada vez mais preparados para atendê-la. Os mais visíveis e conhecidos são os advogados, que atualmente somam cerca de 1,4 milhão em todo o país, conforme dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e magistrados em geral, como juízes e desembargadores, que somam quase 17 mil, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mas eles também estão presentes em carreiras como as de delegados de polícia, promotores de Justiça, defensores públicos, analistas ou assessores técnicos de tribunais e procuradores do Estado, do Município e da União.
O cenário atrai muitos estudantes para o Direito, que sempre foi, historicamente, um dos cursos mais concorridos nos vestibulares e nos processos seletivos baseados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Boa parte dos bachareis, ao se formar, dedicam-se a concursos públicos abertos para atuar nestes cargos, que oferecem altos salários, estabilidade e independência funcional. “São carreiras tradicionalmente muito ansiadas pelos alunos, até porque elas têm um retorno salarial muito bom e isso traz um sonho de estabilidade que todo mundo quer na vida”, comenta a professora Normandia de Jesus Brayner, coordenadora operacional do curso de Direito da Universidade Tiradentes (Unit).
Mas nem só de concursos vivem os profissionais de Direito. A maioria deles está nas bancas e escritórios de advocacia, nos quais muitos advogados atuam de forma autônoma ou em sociedade com outros profissionais da área, e nas mais diversas especialidades. O bacharel pode atuar como assistente, auxiliar ou correspondente jurídico, prestando apoio aos advogados em empresas privadas (ou nos próprios escritórios de advocacia), ou mesmo na área acadêmica, dedicando-se ao ensino e à pesquisa científica. Um lembrete importante: para atuar como advogado, é obrigatório que o bacharel seja aprovado no Exame de Ordem da OAB e posteriormente registrado em uma seccional da entidade.
Um dos principais desafios dos profissionais e estudantes de direito é a grande concorrência do mercado e entre os mais de 1,8 mil cursos jurídicos superiores existentes hoje no Brasil, de acordo com a OAB. No entanto, o aluno de Direito pode se inserir e se destacar no mercado através de uma capacitação mais intensa e do desenvolvimento de habilidades que vão além das competências de ordem técnica.
“Ele tem que ser uma pessoa com inteligência emocional para lidar com determinadas situações, sem perder seu equilíbrio. Diante de tantas exigências do mercado de trabalho e da nossa própria autoexigência, nós nos cobramos muito às vezes por resultados excelentes, e as pessoas acabam tendo que se desdobrar para tentar superar os desafios do dia a dia. Quando você desenvolve as competências técnicas, mas também se preocupa em desenvolver as competências socioemocionais, você acaba sendo um profissional diferenciado no mercado, porque consegue equilibrar o seu conhecimento técnico com a sua capacidade pessoal de superar desafios”, destaca Normandia.
Preparo diferenciado
Um dos cursos jurídicos que se destacam pelo preparo dos futuros profissionais para esta realidade atual é o de Direito da Unit, um dos participantes do Projeto Inova Tiradentes. Formatado sob a metodologia da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), o Inova se propõe a envolver cada estudante, incluindo os calouros, em projetos relacionados ao conteúdo do curso e para atender a demandas reais de empresas, comunidades e instituições parceiras, que no caso do curso de Direito, incluem órgãos como Fundação Renascer, Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), Ministério Público de Sergipe (MPSE) e Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE). Tais projetos se enquadram nas chamadas Práticas Inovadoras de Pesquisa e Extensão (Pipex)
Normandia explica que o Inova busca colocar o estudante em contato com o mundo profissional, permitindo que ele desenvolva as habilidades socioemocionais através de projetos com a comunidade externa. “Nós temos diversos projetos, durante o curso inteiro, que são voltados a essas práticas de extensão, alinhando o conhecimento técnico que eles aprendem dentro da Universidade com as práticas de extensão voltadas à comunidade. Eles incluem demandas que fazem parte de uma completude que hoje o estudante de direito necessita para se desenvolver enquanto profissional, diante dos novos desafios da sociedade”, explica ela, referindo-se a questões como letramento racial, direitos dos moradores de rua e direitos da comunidade LGBTQIAPN+, entre outras.
A coordenadora destaca que o maior diferencial do Projeto Inova é a metodologia 100% voltada para a metodologia ABP, também conhecida como PBL (Project-Based Learning), que trabalha justamente com a ação prática dos alunos desde o início do curso. “Por exemplo: um aluno de Direito do segundo período no Inova já consegue fazer uma audiência de conciliação, porque existem projetos voltados a exercitar práticas de oratória, de desenvolvimento, de conhecimento, de técnicas de mediação de conflitos… Isso eles acabam desenvolvendo durante o período em diversos projetos”, resume Normandia.
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