Em apenas duas semanas, o lançamento do Chat GPT revolucionou a área da tecnologia. A nova ferramenta de Inteligência Artificial (IA) promove a criação de textos de forma autônoma, coerente e natural, com compreensão e capacidade de reproduzir o contexto igual ao de um ser humano. Entre os educadores, no entanto, a novidade divide opiniões e já está no radar das instituições de ensino.
Para o diretor de Tecnologia de Informação do Grupo Tiradentes e professor dos cursos de TI da Universidade Tiradentes (Unit), Msc. Fábio Batista, tem surgido cada vez mais novas ferramentas tecnológicas que exigirão mudanças no ensino aprendizagem em sala de aula. “Desde o surgimento da internet e dos sites de busca, as informações passaram a ficar disponíveis a qualquer momento e lugar. Então, o papel do educador também tem mudado”, diz.
“Tem coisas que, procurando na internet, o aluno pode aprender sozinho. Então, o papel do professor não é ser somente um conteudista, mas um orientador, mentor. Porque há coisas boas e ruins com tudo isso. Por isso, o professor precisa aplicar a sua experiência e apresentar para o aluno: ‘olha, tem isso aqui, vamos testar, pode dar o seguinte resultado’”, acrescenta o professor.
Chat GPT
O Chat GPT é um chatbot autônomo super avançado com Inteligência Artificial (IA), capaz de criar textos do zero que foi treinado com o uso de uma grande quantidade de textos disponíveis na internet, com notícias, fóruns, livro e muito mais, num total de 570 GB de texto, o equivalente a cerca de 40 bilhões de palavras.
“Além de ter essas informações disponíveis na internet, o Chat GPT consegue processá-las em uma velocidade que o ser humano não consegue. Não é que a máquina seja mais inteligente do que o ser humano – até porque ela é criada pelo próprio ser humano -, mas é que ela tem uma capacidade de processar e cruzar informações, de criar cenários e de fazer previsões que a gente não tem”, explica Fábio.
O aluno vai ficar preguiçoso?
A partir dessa transformação, o modelo de aprender e ensinar deve mudar. “Um professor mais tradicional pode dizer que o aluno está errado em utilizar o Chat GPT para escrever suas atividades. No meu ponto de vista, não acho. É a forma como o aluno vai abordar essa utilização que vale. Se ele tem uma dificuldade, utiliza a IA para trazer informações para ele decidir. No final, o poder de decisão é dele”, afirma o professor.
“É um caminho sem volta. O diferencial é se o aluno aprendeu. Por isso, será preciso utilizar outras ferramentas e montar mecanismos para validar o aprendizado. Argumentar, apresentar, questionar… E o estudante vai ter que sustentar aquilo que escreveu. No final das contas o mais importante é o aprendizado, mas é uma mudança drástica de pensamento. É uma dificuldade para gerações que não nasceram no digital; para a geração atual que nasceu totalmente no digital, será normal”, conclui.
*Com informações da Revista Exame
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