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Como o macarrão pode fazer parte de uma alimentação equilibrada

Sob os mais variados tipos e componentes, o macarrão é um dos pratos mais populares do mundo e adotado como uma grande fonte de energia para o funcionamento do corpo

às 12h00
O macarrão é uma grande fonte de carboidratos e pode ser combinado com outros alimentos ricos em fibras, como legumes e saladas (Lisa Fotios/Pexels)
O macarrão é uma grande fonte de carboidratos e pode ser combinado com outros alimentos ricos em fibras, como legumes e saladas (Lisa Fotios/Pexels)
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Criado há mais de 2 mil anos pelos chineses, mas difundido mundo afora por árabes e italianos, o macarrão é um dos pratos mais populares em todo o mundo. O Brasil aparece entre os três maiores produtores do produto, sendo superado apenas pela Itália e pelos Estados Unidos. E apesar de estar presente em mais de 99% dos lares, cada brasileiro consome uma média de 6 quilos de macarrão, contra uma média de 25,3 quilos da Itália. Os dados são da Organização Mundial de Pasta (IPO) e da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi). 

Assim como é bastante presente nas casas e nos restaurantes, o macarrão é muito citado por nutricionistas e preparadores físicos como uma importante fonte de carboidratos, substâncias nutrientes que fornecem energia para o funcionamento do corpo humano. O professor Heriberto Anjos, do curso de Nutrição da Universidade Tiradentes (Unit), explica que isso acontece pelo fato de o macarrão conter amido, um dos componentes alimentares que liberam energia no organismo durante o processo de digestão. 

Existem mais de 500 tipos de macarrão catalogados nos mercados de todo o mundo. Os mais comuns deles, de acordo com Heriberto, são o tradicional convencional, que é formulado com farinha de trigo processada e pode aumentar a glicemia se ingerida em grande quantidade, e o instantâneo (mais conhecido como “miojo”), que tem uma alta adição de gordura em sua fabricação. 

No entanto, outros tipos são considerados mais saudáveis, como os integrais e os chamados low carb – com baixa concentração de carboidratos em relação à farinha de trigo – e os sem glúten – voltados a pessoas que têm intolerância à proteína. “Temos o macarrão do tipo integral, que conserva mais fibra na sua formulação. Logo, ele tem um índice glicêmico menor. Ou seja, quando a gente ingere, ele demora um pouco mais a ser absorvido e eleva a glicemia de uma forma mais lenta, porque essas fibras são indigeríveis e acabam dificultando a absorção [pelo organismo]”, exemplifica Heriberto, citando ainda os macarrões à base de ingredientes como sêmola e arroz. “Quando a gente analisa um macarrão, a gente tem que verificar qual é a base, que é sempre uma farinha”, detalha.

Os tipos de macarrão também podem ser divididos entre as massas frescas, preparadas de modo caseiro com farinha e ovos, e as massas secas, produzidas pela indústria e vendidas em supermercados. O nutricionista explica que as massas secas são desidratadas, isto é, sem unidade, e podem ser conservadas por mais tempo, mas por outro lado perdem nutrientes, e por outro lado, as massas frescas têm mais umidade e um tempo menor de conservação, mas eles tendem a preservar um pouco mais o sabor e a qualidade nutricional.

Como equilibrar

O macarrão realmente faz parte de uma alimentação equilibrada? Para os nutricionistas, isso depende da real necessidade de energia demandada pelo corpo. Entre os jogadores de futebol, por exemplo, é comum eles almoçarem uma grande quantidade de macarrão horas antes das partidas. O mesmo vale para atletas praticantes de esportes ou mesmo trabalhadores que executam atividades com alto nível de desgaste físico. 

A gente sabe que o carboidrato fornece muita energia, e por isso sempre é bom utilizar o macarrão antes dos treinamentos. Mas tem que ser horas antes do treino ou do jogo, porque o amido é um carboidrato complexo, não é tão instantâneo, e precisa ser quebrado para poder disponibilizar energia e colocá-la à disposição na hora do treino. Existem várias estratégias, mas depende muito de como é a rotina do indivíduo”, afirma Heriberto, recomendando moderação no consumo. 

“Deve existir um um planejamento em relação à quantidade que você deve consumir. Quando a gente trabalha com nutrição, pensa nos macronutrientes que são esses que fornecem calorias, A gente tem recomendações diárias em percentual, de acordo com o peso corporal do indivíduo e outros fatores. Toda vez que você consome carboidrato em excesso, isso vai gerar um problema para a saúde. Não  sou contra de forma alguma ao consumo de macarrão, desde que ele esteja dentro do que foi planejado, do percentual de carboidrato que o indivíduo precisa”, completa o professor. 

A inclusão de outros componentes no macarrão, como carnes, molho, legumes, arroz ou feijão, também precisa entrar dentro do que está planejado na dieta ou cardápio, porque tanto o arroz quanto o feijão também são considerados carboidratos. segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, uma refeição equilibrada deve ter uma ou duas fontes de carboidratos e proteínas, associadas a saladas, frutas e legumes, que são ricas em fibras e diminuem o índice glicêmico.

“Quanto ao molho, eu acho que é importante a gente destacar que hoje nós temos uma série de produtos industrializados, que têm muitos aditivos químicos, e isso com certeza tem uma toxicidade no nosso organismo. Quando a gente pensa em ter uma refeição mais nutritiva com o molho, a gente tem que pensar que molho é esse. Se for um molho natural caseiro, que você produz em casa com o tomate, isso sem dúvida nenhuma vai acrescentar muito valor nutricional a este produto. Os industrializados podem acrescentar apenas calorias”, orienta Heriberto. 

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