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Conheça a centenária Biblioteca Pública Epiphânio Dória

Fundada como Biblioteca Provincial em 1848, ela é a quarta mais antiga do Brasil e detém hoje um acervo com mais de 100 mil títulos, além de projetos e espaços dedicados à educação e à cultura popular

às 14h12
A Epiphânio Dória, que leva o nome de um de seus principais diretores, está instalada desde 1974 em uma moderna sede no bairro 13 de Julho, em Aracaju (Divulgação/Seduc)
A Epiphânio Dória, que leva o nome de um de seus principais diretores, está instalada desde 1974 em uma moderna sede no bairro 13 de Julho, em Aracaju (Divulgação/Seduc)
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Um espaço centenário de promoção da leitura, da educação e da cultura em Sergipe. Trata-se da Biblioteca Pública Estadual Epiphânio Dória (BPED), criada em 16 de junho de 1848 como Biblioteca Provincial de Sergipe e considerada a quarta biblioteca mais antiga do Brasil. Neste ano, além dos seus 176 anos de fundação, ela também comemora os 50 anos de sua transferência para a sede atual, um amplo e moderno espaço construído no bairro 13 de Julho, em Aracaju, e inaugurada em outubro de 1974. 

Apesar de criada por um decreto do então presidente provincial Zacharias de Góes e Vasconcelos (1815-1877), a unidade só foi instalada fisicamente em julho de 1851, numa sala do Convento São Francisco, em São Cristóvão (antiga capital da Província),e com um acervo inicial de cerca de 400 títulos. Quatro anos mais tarde, com a mudança da capital, a biblioteca foi transferida para a cidade de Aracaju. E após a Proclamação da República, em 1889, ela passou a ser chamada Biblioteca Pública do Estado. 

O nome atual foi dado em dezembro de 1970, por um decreto do então governador João Andrade Garcez (1926-2001). É uma homenagem ao jornalista, documentarista e ex-deputado Epiphânio da Fonseca Dória e Menezes (1884-1976), que dirigiu a Biblioteca do Estado entre 1914 e 1943 e foi considerado um dos mais importantes conservadores de documentos e fontes históricas de Sergipe. Definido pelos amigos como “um incansável garimpeiro das letras”, ele também foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS) e membro da Academia Sergipana de Letras (ASL). 

A atual Biblioteca Epiphânio Dória, administrada pela Secretaria Estadual da Educação e Cultura (Seduc), detém um acervo de mais de 100 mil títulos, incluindo uma seção dedicada exclusivamente a autores e escritores sergipanos, com suas principais obras produzidas. Ela também preserva e guarda os acervos pessoais de alguns desses escritores, como Sílvio Romero (1851-1914), Gumercindo Bessa (1859-1913) e Manoel Cabral Machado (1916-2009). 

Além do acervo circulante e do acervo digital (disponibilizado pelo sistema BibLivre), a Epiphânio tem ainda uma hemeroteca, que guarda milhares de exemplares de jornais impressos antigos que circularam em Sergipe, um espaço de cultura popular e uma biblioteca infantil que promove atividades para o público infantil. Entre outras atividades, a unidade desenvolve também projetos de educação e cultura voltados à comunidade, como o Cordelistas (voltado a autores sergipanos da literatura de cordel), o Teses Médicas Sergipanas (com pesquisas médicas no estado realizadas entre 1841 e 1930), e o ReciclaTec, que promove oficinas de Informática horta orgânica comunitária e letramento em Ética e Cidadania para adolescentes e jovens que cumprem medidas socioeducativas. 

Ao longo dos anos, o espaço se consolidou como um dos mais significativos pontos de referência de pesquisa em Sergipe. Para a bibliotecária Gislene Maria da Silva Dias, coordenadora da Biblioteca Central Jacinto Uchoa, da Universidade Tiradentes (Unit), a BPED serve de referência para outras instituições do estado, como um espaço que visa estimular e promover para todos o hábito e gosto pela leitura e pela cultura. 

“A Epiphânio Dória possui uma grande relevância na construção da memória, cultura e saber da comunidade sergipana, através de seu rico acervo que preserva o passado, desenvolve o reconhecimento e pertencimento da cultura local e estímulo ao hábito pela leitura. Ela contribui no desenvolvimento de trabalhos de alunos e professores através de um acervo que abrange desde livros, arquivos, fotografias para todas as idades e adaptados para qualquer pessoa”, destaca Gislene. 

com informações da Seduc e do Jornal da Cidade

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