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Conheça a história do santo que deu origem às festas juninas

São João batista é um dos santos celebrados durante os meses de junho e julho

às 13h35
Imagem/Reprodução: Tarsila Blanco
Imagem/Reprodução: Tarsila Blanco
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Em 24 de junho é celebrado o dia de São João, um dos principais santos juninos e um dos mais conhecidos santos católicos. Segundo a Bíblia, João Batista foi primo e contemporâneo de Jesus Cristo, exercendo um papel muito importante em sua história.

Na Bíblia, João Batista é descrito como parente de Jesus Cristo, pois era filho de Isabel, que era prima de Maria, e Zacarias. Ele é descrito como o último profeta a anunciar a  vinda de Jesus Cristo, também foi o responsável por batizá-lo. 

Estima-se que o nascimento de João Batista tenha ocorrido no final do século I antes de Cristo (a.c) uma vez que ele era poucos anos mais velho do que Jesus. Não há, no entanto, um consenso histórico sobre o seu ano de nascimento. Nos escritos em que relatam sobre sua vida apontam que o local mais citado como de seu nascimento é a aldeia de Ein Kerem, na Judéia, que estava sob o reinado de Herodes. 

João é apresentado como um pregador judeu que tinha muitos seguidores. Teve uma vida de renúncias, andando pelo deserto, orientando sobre o arrependimento e batizando as pessoas, por meio da água. 

Para muitos cristãos, João Batista é considerado o último profeta do Antigo Testamento, pois nasceu antes de Jesus Cristo e anunciou a vinda do Messias. O pregador orientava que as pessoas se arrependessem e mudassem de vida.  

Trajetória de vida

No livro de Mateus, capítulo 3, é contada a história do batismo de Jesus por João. No texto, ao ser procurado pelo Messias para ser batizado, João ficou  surpreso e disse: “eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt. 3:14). 

A cerimônia aconteceu e todas as pessoas que estavam presentes ouviram uma voz dizendo que aquele que estava sendo batizado era o filho de Deus. 

O martírio de São João aconteceu por volta de 31 d.c. Segundo textos bíblicos, João Batista foi condenado à morte por Herodes Antipas, que era uma espécie de governador da época, porque criticava a vida adultera que o rei possuía. Herodes tinha se unido a Herodíades, sua cunhada. João Batista denunciava também a vida desregrada do governo.

No evangelho de Marcos  (Mar 6.14-29) é narrado que Salomé, filha de Herodíades, dançou para Herodes. O rei ficou deslumbrado com ela e disse que daria tudo o que lhe pedisse. Então Salomé fala com sua mãe e pede a cabeça de João Batista numa bandeja. Herodes, triste, fez como havia prometido diante dos convivas.

Surgimento do dia de São João

O Dia de São João é comemorado pela igreja católica desde a Idade Média. O período entre os séculos XII e XIV é citado por alguns pesquisadores como época de origem das festas juninas. Também tem associação ao solstício de verão do hemisfério norte, dia mais longo do ano, em que o sol alcança sua maior altura no céu. 

Alguns estudiosos relatam que nesse período de festividades dedicadas à natureza, oriundas do paganismo, foram introduzidas no cristianismo. Ao invés de proibir, prevendo que as tentativas não teriam sucesso, passaram a transferir o foco das festas para santos católicos. 

O dia do santo passou a ser comemorado fortemente entre os católicos, especialmente em Portugal, o que justifica a forte presença da festa no Brasil. A festa de São João se popularizou principalmente na região Nordeste e em outras localidades que possuem forte ligação com o meio rural. Por ser relacionado ao período de colheitas, historicamente os festejos tem forte aspecto rural. Dessa forma, a festa representa um momento de agradecer pela fartura, com alegria, seja ao sol, à natureza e, no caso da tradição católica, às bênçãos do santo. 

Festas Juninas

No Brasil, influências culturais diversas foram acrescentadas à festa. Da quadrilha, de origem francesa, às comidas feitas a partir do milho, que têm forte ligação indígena. Desde então, por aqui, se consolidaram os grandes eventos em comemoração ao dia de São João.

Nas festas juninas, é comum a realização de fogueiras. O costume era presente entre os pagãos como uma forma de espantar maus espíritos e também para agradecer os bons frutos colhidos. Na tradição católica, a fogueira de São João faz referência ao nascimento do santo, quando sua mãe, Isabel, acendeu uma fogueira para avisar que a criança teria nascido. 

O nordeste tem forte influência nos festejos juninos. Nos meses de junho e julho, não é difícil encontrar arraiais decorados e um trio pé de serra para alegrar as noites. As comidas típicas também são sinônimo dos festejos. Milho cozido e assado, pamonha, canjica, bolo de milho,mungunzá, pé de moleque, bolo de mandioca, maçã do amor, licor e quentão fazem parte do cardápio junino. 

O Dia de São João não é feriado nacional, mas em vários locais do Brasil, especialmente no Nordeste, a data é considerada feriado ou ponto facultativo.  

*Com informações da jornalista do Sertão, Luana Silva

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