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Conheça mais sobre o Rio Sergipe, que empresta seu nome ao Estado

O manancial, que atende a 26 municípios, tem o seu dia comemorado em 3 de novembro e, ao longo da história, ganhou importância na vida e na identidade de Sergipe

às 11h07
O Rio Sergipe nasce próximo ao sertão do Estado e deságua entre Aracaju e Barra dos Coqueiros: importante manancial que impulsionou o crescimento do Estado (Joel Luiz/Agência Alese)
O Rio Sergipe nasce próximo ao sertão do Estado e deságua entre Aracaju e Barra dos Coqueiros: importante manancial que impulsionou o crescimento do Estado (Joel Luiz/Agência Alese)
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O dia 3 de novembro é dedicado a um rio que está retratado em uma das cinco estrelas que compõem a bandeira do Estado que também leva o seu nome. É o Rio Sergipe, que tem um total de 210 quilômetros de extensão. Ele nasce na cidade de Pedro Alexandre (BA), entra no estado pela região entre Carira e Nossa Senhora da Glória, ganha força a partir de outra nascente situada em Monte Alegre de Sergipe, e atravessa o território sergipano de lado a lado, até desaguar no Oceano Atlântico, entre a Atalaia Nova, na Barra dos Coqueiros, e a Praia dos Artistas, em Aracaju. 

A instituição do Dia do Rio Sergipe acontece por força da Lei Estadual 5.618, aprovada pela Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) e sancionada em 02 de maio de 2005 pelo então governador João Alves Filho. O objetivo da data é estimular discussões a respeito da preservação do manancial e de sua importância para o Estado. Antes, em abril de 2002, foi criado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, que reúne órgãos públicos, municípios e representantes da sociedade civil para análises e decisões relacionadas à gestão de recursos hídricos e meio ambiente. 

O manancial se destaca como um dos principais que abastecem Sergipe. De acordo com o documento Gestão participativa das águas de Sergipe, editado em 2002 pela Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) do Governo de Sergipe, a Bacia Hidrográfica é composta por um total de 26 municípios banhados pelo próprio rio e pelos seus afluentes, sendo 18 com parte de seus territórios e outros oito em sua totalidade. Entre os principais rios afluentes que deságuam no Sergipe, estão o Pomonga, o Ganhamoroba, o Poxim, o do Sal, o Cotinguiba e o Jacarecica. 

O jornalista e historiador Luiz Antônio Barreto (1944-2012), em um artigo anexado ao mesmo documento da SRH, cita que os primeiros registros de ocupação do território do Rio Sergipe datam de 1594, quatro anos após a Capitania de Sergipe ser criada oficialmente pelos colonizadores portugueses liderados por Cristóvão de Barros. E na sequência, ao longo dos séculos seguintes, serviu de apoio para a instalação de grandes engenhos e propriedades de terra, dedicadas à criação de gado e à produção de algodão e cana-de-açúcar. 

Antes da ocupação portuguesa, no entanto, a região foi bastante disputada. “Também o nosso rio Sergipe recebeu franceses e outros aventureiros, nos primeiros tempos da colonização. Na terra sergipana, os huguenotes, protestantes perseguidos pelos católicos, na França, queriam ocupar o Brasil”, lembra o professor Rony Rei do Nascimento Silva, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPED) da Universidade Tiradentes (Unit). 

Ao longo da bacia, as águas do Rio Sergipe atendem boa parte da população, contribuindo para a irrigação das áreas rurais e o abastecimento de cidades e povoados. Muitas barragens, açudes e poços artesianos são igualmente abastecidos pelo rio. Rony Silva destaca que isso foi se consolidando a partir da transferência do centro político da Província de Sergipe d’El Rei de São Cristóvão para Aracaju, em 1855. 

“Essa transferência, ocupando praias inóspitas sobre uma planície fluviomarinha na margem do Rio Sergipe criou uma relação próxima entre vida do sergipano, sobretudo, pescadores e a identidade do nosso Estado”, disse ele, referindo-se à importância e à presença que o rio foi ganhando na vida do sergipano e na identidade do nosso Estado. “O Rio Sergipe inspira cronistas, poetas, compositores, jornalistas, pesquisadores, a vê-lo sobre diferentes ângulos. É o fascínio de sua beleza, de suas águas, passando ininterruptamente à nossa frente. É economicamente ativo, produtor, gerador de bens, tem histórias a narrar por cada um de nós, habitantes de suas margens”, define o professor. 

Essa importância foi aumentando ainda mais com o crescimento econômico e o aumento da população de municípios como Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Itabaiana, a partir de fenômenos da segunda metade do Século 20, como a industrialização e a exploração de mananciais de petróleo e gás natural em Sergipe. Com isso, também aumentaram os desafios da preservação do rio, das nascentes e da vegetação, cada vez mais ameaçadas pela poluição e pelo crescimento desordenado das cidades. 

Por que Sergipe?

Existem algumas divergências quanto à origem do nome Sergipe. Várias fontes históricas apontam que a origem do nome vem de “si’ri ü pe”, palavra do idioma tupi que quer dizer “rio dos siris”. No entanto, esse topônimo não é único na geografia brasileira e apareceu em outras localizações do território, antes mesmo da “fundação” oficial da então Capitania de Sergipe del-Rei. 

“Apesar de um nome forte para a nossa História, permanente, de lutas, Sergipe era a ilha da baía de Guanabara onde a frota francesa, chefiada por Nicolau Villegaignon fundou o forte Colligny, instalando no Brasil a França Antártica, em 1555. E era um rio importante da Bahia, onde o governador Mem de Sá escolheu terras para montar seu engenho de açúcar. A morte de Mem de Sá, em 1572, fez passar o seu engenho para o Conde de Linhares, passando a região a ser denominada de Sergipe do Conde”, detalha Rony. 

com informações da Alese e da Sedurbi/SE

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